O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra,
 disse hoje (10) que uma emenda à Medida Provisória n°870 na Câmara dos 
Deputados vai limitar o trabalho dos auditores fiscais. Os deputados 
incluíram na MP da reforma administrativa restrição às investigações 
comandadas pela Receita Federal e uma limitação ao compartilhamento de 
informações bancárias e fiscais com órgãos como o Ministério Público, 
medida criticada por técnicos da Receita que dizem que o objetivo dela 
seria frear ações de combate a crimes, como a Operação Lava Jato, que 
utilizam dados do Fisco.
“É incrível uma lei proibir um auditor fiscal de comunicar ao 
Ministério Público a suspeita de um crime, conexo ou não a um crime 
tributário investigado. Isso é uma obrigação de qualquer cidadão. Uma 
mordaça está sendo colocada na Receita Federal pela nova redação da MP 
870. Só posso acreditar que a nova versão da MP 870 tenha sido um erro 
de redação no tocante à mordaça dos auditores fiscais”, disse Cintra, no
 Twitter.
Pelo relatório aprovado nesta quinta-feira (9), a competência dos 
auditores da Receita ficará restrita à esfera criminal, à investigação 
de crimes tributários ou relacionados ao controle aduaneiro. O texto 
estabelece que, fora crimes tributários, ou aduaneiros, o auditor 
precisará de uma ordem judicial para compartilhar qualquer informação de
 indício de crime com órgãos ou autoridades.
Tramitação
A votação dessa quinta-feira (9) foi apenas a primeira etapa da MP 
que trata da reforma administrativa. As mudanças aprovadas ainda 
precisam passar pelo plenário da Câmara e depois pelo do Senado. Para 
não expirar, o texto de conversão da medida provisória precisa ser ter a
 votação concluída nas duas Casas até o dia 3 de junho.
(Agência Brasil) 
 
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