Profissionais que atuam na Vara de Audiências de Custódia de Fortaleza iniciaram na tarde desta terça-feira (11/07), uma série de capacitações com o objetivo de prevenir violações dos direitos humanos de pessoas custodiadas. A iniciativa faz parte do projeto “Meu Corpo Também Pulsa”, parceria do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) com a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social.
As capacitações consistem em processos formativos sobre os direitos das pessoas LGBTQIAPN+ e das mulheres. Entre os dias 11 e 13 de julho, os treinamentos serão de responsabilidade da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres. Nos dias 18 e 20 de julho, a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual assumirá as capacitações. Por fim, nos dias 25 de julho e 8 de agosto, os treinamentos serão realizados pelo Ministério Público do Trabalho.
A juíza Adriana Cruz Dantas, titular da Vara de Custódia, destacou que os treinamentos têm o intuito de “fortalecer o compromisso com a defesa dos direitos humanos e o respeito à dignidade de todas as pessoas envolvidas no sistema de Justiça criminal. Somente por meio do conhecimento e da conscientização poderemos garantir um tratamento justo e igualitário a cada indivíduo que passa por audiência de custódia”.
A magistrada disse que a iniciativa está em conformidade com a Resolução nº 348/2020, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela ressalta que, ao abordar os direitos das pessoas LGBTQIAPN+ e mulheres, “estaremos contribuindo para construção de um ambiente mais inclusivo e igualitário”.
‘OLHAR HUMANIZADO’
Além do conteúdo educacional, o projeto “Meu Corpo Também Pulsa” promove o fornecimento de suprimentos emergenciais, como roupas, calçados e material de higiene pessoal para pessoas custodiadas junto à unidade judiciária; além de insumos que promovam a dignidade menstrual, com distribuição de peças íntimas.
Lucivânia Sousa, assessora especial da pauta de Direitos Humanos da Vice-Prefeitura e idealizadora do projeto, explicou que o foco é “prevenir violações de direitos humanos e pensar no acolhimento dos corpos com a necessidade de um cuidado específico, de uma humanização que requer dos profissionais que atuam na Vara de Custódia um olhar humanizado”.
Ela esclareceu que, além das pessoas LGBTQIAPN+ e mulheres, a ação educativa abordará o tema de direitos humanos sob a perspectiva de raça e classe social. “A Vara de Custódia é a porta de entrada da Justiça, daí a importância para prevenir violações”, disse.
A parceria entre o TJCE e a Prefeitura de Fortaleza foi firmada em 30 de janeiro deste ano, por meio de termo de cooperação, assinado pela desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, então presidente do Judiciário cearense.
tjce
Nenhum comentário:
Postar um comentário