quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Acidente em Caucaia

A carreta-tanque desceu a ribanceira, deixando Pedro Santana preso nas ferragens da cabine do veículo. Socorristas do S.O.S Caucaia foram acionados para atender à ocorrência, mas ao chegar ao local, encontraram o homem sem vida.

Um motociclista, que vinha logo atrás dos veículos envolvidos na colisão, derrapou no óleo diesel que ficou derramado na pista e teve ferimentos leves. Ele foi atendido pelos paramédicos e liberado em seguida.

Policiais rodoviários foram ao local e tentaram controlar o tráfego, que devido às obras de reparos naquela rodovia, aumentava ainda mais os riscos de novas colisões. Outra preocupação dos federais foi com o combustível que era transportado no tanque. Uma testemunha disse que "foi muita sorte não ter ocorrido uma explosão, pois a tragédia seria muito maior".

Apesar dos relatos das testemunhas e dos motoristas sobreviventes, somente o laudo da perícia poderá apontar a verdadeira causa do desastre. Em princípio, a invasão de pista ficou evidente, entretanto falta apontar quem foi o responsável pela colisão tripla.

História da vida do Cap. Wagner Sousa

Até ser aclamado “líder” pela tropa miúda e intermediária da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro, a única experiência política que o capitão Wagner Sousa havia provado não passava de uma participação sem protagonismo no Grêmio Escolar do Colégio 4º de Outubro. É uma escola particular da periferia de Fortaleza, localizada no bairro João XXIII. Foi onde o capitão viveu boa parte de seus 32 anos de idade, até sair da casa dos pais e se mudar para o Henrique Jorge, com esposa Dayane Bittencourt, com que teve um casal de filhos.
A liderança repentina, confidenciava-me no terceiro dia de ocupação do quartel da 6ª Companhia do 5º Batalhão da PM, havia lhe caído ao colo meio que por acaso. Há bem pouco tempo, por falta de perspectivas como oficial, Wagner Sousa esteve para pedir para sair das fileiras da Corporação. Só não o fez porque foi reprovado no último concurso para agente da Polícia Federal (PF), em 2009.
E, apesar de ter tirado o primeiro lugar no Ceará para virar policial rodoviária federal (PRF), não trocou de farda porque uma fraude ocorrida no Rio de Janeiro suspendeu a chamada dos aprovados no resto do País.
A decisão de estudar para concursos e se desligar da PM, conta o capitão Wagner, ganhou força depois que o militar passou a ser transferido com mais frequência de um quartel para outro na Capital e Interior cearenses. “Punição”, no entender do oficial que passou 12 anos e dez meses na PM.
As remoções teriam começado a partir de 2009 e intensificadas no ano passado. O capitão afirma que “somente” em 2011 passou pela 6ª Companhia do 5º Batalhão, serviu em Russas, Quixeramobim, Senador Pompeu e, por último antes de assumir uma cadeira na Assembleia, estava lotado no Hospital Militar.
Um requerimento enviado ao comandante geral da PM, na época o coronel William Rocha, em 2009, teria sido o estopim das animosidades entre os oficiais superiores que comandavam a polícia e o capitão.
No documento, Wagner Sousa fazia vinte considerações sobre os problemas crônicos e cotidianos da Corporação. Gritas antigas como os baixos vencimentos, falta de diálogo e a insatisfação, desta vez, de oficiais subalternos (tenentes) e intermediários (capitães). O descontentamento das praças, de tão recorrente, não era novidade e pouco comovia o andar de cima da PM e Secretaria da Segurança.
Bicos
Enquanto estudava para sair da Polícia Militar, Wagner Sousa, assim como a maioria dos policiais brasileiros, fazia bico em horário de folga.


Bacharel em Segurança Pública, diploma conferido a todos que passam três anos estudando para ser oficial da Polícia Militar, o oficial dava aula em cursinhos preparatórios para concursos. Ensinava legislação de trânsito e de segurança para completar a renda de R$ 3.300,00 que ganhava como capitão.

Mas veio 2010, e segundo Wagner Sousa, a insistência de amigos de patente, sargentos, cabos e soldados para que disputasse uma vaga de deputado estadual. “De início achei loucura, estava estudando. Queria resolver minha vida longe dos problemas da PM, mas acabei me envolvido por amigos que diziam que eu podia ser eleito”. Garante que a campanha foi feita no gogó e com pequenas doações.
Em cima da insatisfação da tropa e num vácuo de lideranças na PM, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, Wagner Sousa conseguiu os surpreendentes 28.818 votos pelo Partido da República. Número que o colocou na suplência e, meses depois, o empurrou para assumir o lugar de Fernanda Pessoa, de atuação apagada e filha do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, um dos principais opositores do governador Cid Gomes (PSB).
O deputado capitão Wagner se sente ainda pouco prestigiado no partido. Ele reclama de não ter recebido apoio logístico da cúpula do PR, que não fez nenhum discurso de apoio à invasão do quartel da 6ª Companhia do 5º BPM. O militar, hoje na reserva, é apontado como liderança em consolidação. O risco é se perder pelo caminho e fazer como vários policiais militares e civis que surfaram na onda da insatisfação das corporações, mas não tiveram fôlego para escapar das manobras políticas e encantos do poder.
Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Após virar deputado estadual no Ceará, no ano passado, o capitão Wagner Sousa passou para a reserva remunerada proporcional. Pela tempo que passou na PM, 12 anos e 10 meses, recebe mais ou menos R$ 1.300,00.

Os personagens

A população ficou aliviada com o fim da queda de braço entre os militares e o governo. Passada a tsunami de boatos e medo, cabe a análise dos que ganharam prestígio e de quem foi mal no episódio:

Socorro França
Agora ex-procuradora Geral de Justiça - substituída no cargo ontem - liderou desde o início a negociação entre grevistas e governo. Atuou como mediadora experiente. O momento foi importante como marco de sua saída da PGJ.


Andréa Coelho
Há um mês assumia como defensora Pública Geral do Estado. O teste dos últimos dias, como intermediadora numa greve tão difícil, ajudou a cacifá-la. A própria categoria de defensores tem reivindicações junto ao governo.


Wagner Sousa
Desde que assumiu a suplência de deputado estadual, o capitão PM incomoda o governo. Liderou a greve, também com exageros, mas se fortaleceu. Teve o apoio do cabo Sabino e do subtenente P. Queiróz, líderes associativos.


Cid Gomes
O governador não fez nenhuma aparição pública desde que o movimento começou. Nas ruas, havia dúvidas sobre sua presença no Ceará durante a greve, apesar do governo confirmar. Desgastou-se no episódio.


Francisco Bezerra
A intervenção federal pedida pelo governador fica como marca de seus dias no cargo. Agora, precisará “reorganizar” a hierarquia dentro dos quartéis e ainda resolver a greve da Polícia Civil - a terceira em sua gestão.


Werisleik Matias
O comandante da PM viu a tropa desobediente a uma das principais regras militares, que é a proibição à greve. Na semana anterior à paralisação, afirmou que “greve não existe no vocabulário da PM”. Subestimou o movimento.

Ceará é o terceiro Estado do País em pontos de queimadas

Nos três primeiros dias do ano foram registrados 40 focos no Ceará. A situação preocupa Limoeiro

Limoeiro do Norte Porque está perto de chover, e seja para preparar o terreno para venda, para plantio ou dar fim ao lixo doméstico, as queimadas estão de volta à região jaguaribana. Entre 1º e 3 de janeiro foram registrados por um único satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ao menos 40 focos de incêndio no Estado do Ceará. No mesmo intervalo em todo o Brasil foram registrados 573 focos. Com isso, o Estado só fica atrás do Maranhão, com 52 focos, e do Pará, com 90 pontos de queimadas.

Os proprietários de loteamentos de venda de terrenos, bem como populares, estão tocando fogo no mato seco, em carnaúbas, e a fumaça agride o meio ambiente e a saúde humana.

Crianças estão adoecendo e indo para hospitais por conta da fumaça. No Ceará praticamente não existe fiscalização e, menos ainda, punição para quem provoca queimadas.

A Autarquia de Meio Ambiente de Limoeiro reconhece que é necessária uma reeducação para evitar as queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Ceará é o terceiro Estado com maior foco com queimadas nos primeiros dias do ano.

O mato é seco; o chão, pedregoso, fazer a capinagem dá mais trabalho e ainda custa pagar bons pares de braços para fazer limpeza. A solução rápida e "barata": atear fogo. E enquanto o mato seco estala nas chamas, o vento chega e leva a fumaça para onde quiser.

A imprudência de um proprietário de loteamento que mandou atear fogo no terreno causou a falta de ar da neta de dona Domingues Maria, do bairro Boa Fé, em Limoeiro do Norte. A criança de 3 anos tem alergia e ficou "sem ar de não respirar", relata a avó. Como não existem órgãos fiscalizadores e, principalmente, punição para quem incendeia a mata, as queimadas são tradição entre novembro e fevereiro no Ceará, sempre chegando aos lugares antes da chuva. "É porque a gente precisa limpar, mas se souber fazer direito dá certo, não tem perigo de alastrar não", diz o agricultor Jorge Damasceno. E a fumaça, seu Jorge, quem controla? "Aí realmente tem que ver, porque o vento leva pra onde quiser, não pode ser em dia de muito vento não", respondeu. E não é só prejuízo à saúde de quem mora nas regiões de queimadas que o mal padece. No final de 2011, dois veículos chocaram-se na CE-138, no Município de Morada Nova. O motivo foi o fumaceiro que prejudicou a visibilidade dos motoristas.

Para "limpar terreno" à margem da estrada, o proprietário ateou fogo. Nove pessoas ficaram feridas no acidente, incluindo um bebe de dois meses e uma idosa de 89 anos.

Para Luiz Mendes, diretor da Autarquia Municipal de Meio Ambiente, em Limoeiro do Norte, as pessoas precisam ser alertadas sobre o perigo e o erro de queimar matagal. "Enfatizo a necessidade de uma reeducação. Na semana passada fizemos uma campanha de alerta porque estavam queimando às margens do Rio Jaguaribe. As pessoas não podem acender fogo inadvertidamente, têm que levar em consideração o vento, as pessoas que moram perto, e isso ainda é um mal à natureza", afirma.

Punição

Entre saber o que é errado e fazer o certo existe uma certa distância que, para ambientalistas, é medida nas formas de punição. O ambientalista Tércio Vellardi reclama que, enquanto não houver punição, as pessoas vão continuar cometendo crimes contra a natureza e elas mesmas. Ele tem flagrado queimadas em áreas de mangues importantes para o ecossistema do litoral leste. O próprio Inpe reconhece que os dados servem de amostragem, mas representam apenas uma fração do real número de focos e acredita que os dados ficam mais consistentes quando comparados com anos anteriores. De todo modo, o mapa de queimadas chama a atenção para os Estados de Ceará e Maranhão, no Nordeste, Pará, no Norte, e Mato Grosso do Sul, no Centro Oeste do País.

Mais informações:

Autarquia Municipal do Meio Ambiente (AMMA)

Sede de Limoeiro do Norte

Vale do Jaguaribe

Telefone: (88)3423-1165

MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Grupo de policiais civis reúne-se com cúpula da Secretaria da Segurança Pública

Um grupo de policiais civis está reunido com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para tentar negociar o rumo da paralisação, que teve início na noite desta terça-feira, 3.

Delegacias como Divisão de Homicídios, Delegacia da Mulher, Delegacia de Proteção ao Turisa (Deprotur) e Delegacia de Roubos e Furtos, além de vários Distritos Policias estão com os funcionários de braços cruzados.

Durante a manhã desta quarta-feira, 4, o inspetor da Divisão de Homicídios, Nelyjon Feijó, estava em frente ao 4º Distrito Policial convidando colegas para aderirem as reivindicações. Em conversa com O POVO, o manifestante disse que a Polícia Civil não está fazendo greve, mas paralisando as atividades. “É por tempo indeterminado, até o Governo decidir receber a categoria”.

Reportagem sobre Padre Cícero

CAATINGA

Retrospectiva 2011

Obras na rodovia devem recomeçar este mês

Com apenas 3% de execução, as obras de duplicação do Anel Viário pararam em agosto de 2010. A responsabilidade dos trabalhos foi passada para o Governo do Estado, que promete concluir a rodovia no fim do ano que vem

 
O trânsito intenso de carros e caminhões faz com que José Rodrigues espere um longo tempo antes de seguir seu caminho. Com a bicicleta de lado, para não se arriscar ainda mais, ele atravessa a rotatória que marca o encontro da BR-020 e da BR-222. No meio do percurso, uma parte de um viaduto inacabado, que prometia melhorar o fluxo da área. “Mas deixaram desse jeito”, aponta para monumento, que, por enquanto, apenas faz sombra para a passagem.

Como O POVO publicou na última quinta-feira, na coluna Vertical, as obras de duplicação o Anel Viário serão retomadas a partir do dia 16 de janeiro. A rotina de José e dos motoristas que percorrem a estrada deve melhorar a partir de 2013, com a implantação de pontes, túneis e a melhoria da pavimentação. As obras foram iniciadas em março de 2010, mas estão paradas desde agosto de 2010.

Dos cerca de R$ 200 milhões previstos para a duplicação do Anel Viário, apenas 3% foram investidos. A quantidade de interferências necessárias no percurso, segundo José Abner de Oliveira Filho, superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Ceará, teriam impossibilitado a execução das obras.

Na extensão da rodovia, há tubulações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), da Petrobras e da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), além de postes da Companhia Energética do Ceará (Coelce). “A rodovia liga dois distritos industriais e passa por zonas urbanas, e a remoção de outras interferências dificultaram os trabalhos”, aponta Abner.

A obra foi subrrogada para o Governo do Estado, que irá gerir a verba e a execução dos trabalhos em parceria com o Governo Federal. O POVO percorreu os 32 quilômetros do Anel Viário que receberão as intervenções, e os problemas são vários: construções inacabadas, falta de sinalização e iluminação e, sobretudo, grande quantidade de buracos. “Mais de seis meses desse jeito”, reclama um motorista no caminhão.

Segundo Sérgio Azevedo, superintendente do Departamento Estadual de Rodovias (DER), sob a responsabilidade do Governo do Estado, as obras serão executadas com mais celeridade. “É uma obra de interesse pleno do Governo para dar mais fluidez às cargas e mais segurança aos usuários”. O viaduto do entroncamento da BR-222 e da BR-020 e a ponte sobre o rio Siqueira marcarão o reinício dos trabalhos.

Os 32 quilômetros do novo Anel Viário serão construídos com concreto. “É um pavimento de melhor qualidade e de vida útil de pelo menos 30 anos”, explica Sérgio. Além da duplicação, serão construídas três pontes, seis viadutos e ciclovia. Enquanto as obras não forem concluídas, a via existente será restaurada e mantida pelo Dnit.

 ENTENDA A NOTÍCIA
Serão feitas intervenções ao longo dos 32 quilômetros do Anel Viário, que cerca Fortaleza passando por Caucaia, Maracanaú e Eusébio. Importante via para o escoamento do Porto do Pecém e distritos industriais