A dona de casa Eliene Freitas mora há 22 anos num lugar sem água
encanada. A casa com sete pessoas na localidade de Caraussanga, em
Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, tem se abastecido de um
pequeno açude que, segundo ela, é usado também por animais. “Esse ano
está muito difícil, porque até agora não chegou nenhum caminhão pipa”,
afirma.
Segundo ela, a prefeitura do município
mandava, até o ano passado, abastecimento que chegava através de
caminhões pipa duas vezes por semana. A água era depositada em cacimbas e
depois recolhida pelas cerca de 800 pessoas da comunidade. Com a
mudança da situação, os moradores têm de comprar água mineral.
“Cada
candidato a prefeito vem e faz promessa, mas nada acontece”, afirma o
aposentado Eron Freitas, marido de Eliene. Na tarde de ontem, o filho
deles, Erlânio Freitas, teve de recorrer a um amigo em Maracanaú para
levar água à casa onde mora a família. Uma das filhas do casal é
paralítica e precisaria de cuidados higiênicos especiais.
Segundo
eles, algumas caixas d’água foram feitas pela Prefeitura no lugar para
tentar minimizar o problema, mas a água que sai de lá é salgada. “Só dá
para aguar as plantas”, afirma Eron. Ele diz ainda que a Prefeitura
cavou um poço profundo na região, mas dentro de uma propriedade
particular. A distribuição dessa fonte ainda não teria começado.
A
Companhia de Água e Esgoto de Ceará (Cagece) ainda não seria
responsável pelo abastecimento de água na região. A Companhia informou,
em nota oficial, que a prefeitura da cidade solicitou um laudo para
ampliação da rede de abastecimento de água até lá. Segundo o texto, a
Cagece já teria realizado o projeto e o orçamento.
A previsão
é que, na próxima semana, esses dados sejam apresentados aos gestores.
Nesta reunião, serão deliberadas as possibilidades de realização da
obra.
A Prefeitura de Caucaia foi contactada ao longo de toda a
tarde de ontem, mas os responsáveis não foram encontradas para comentar
o caso. (Alan Santiago)
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