domingo, 13 de dezembro de 2020

Travesti é assassinada a facadas em Caucaia na madrugada deste domingo (13)

 

Em meio à luta de travestis para a construção de outras narrativas para além da violência, o Ceará contabiliza mais uma morte, menos de quatro dias depois do assassinato da jovem cearense Kareen Victoria, 18 anos, em hotel na cidade de São Paulo. Na madrugada deste domingo (13), uma travesti de 29 anos, conhecida por moradores como Duda, foi morta a facadas, na rua Jurupari, esquina com a Entrada 93, na Jurema, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Segundo a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) a vítima já possuía antecedentes por roubo e estelionato e acrescenta que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apura as circunstâncias acerca da morte. 

Tanto a Polícia Militar do Ceará, quanto a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) estiveram no local. Estão sendo realizadas investigações para identificar os envolvidos e descobrir a motivação do crime. 

Memória

Durante este ano, pelo menos 14 travestis ou transexuais foram mortas no Ceará, tendo seis assassinatos concentrados em intervalo de apenas um mês, entre os dias 11 de julho e 10 de agosto, confirmados pela SSPDS. Porém, o desejo de construir narrativas para além das mortes motivou a artista visual Sy Gomes a criar uma ação para questionar a presença da memória travesti da cidade de Fortaleza.

Por meio de mensagens inseridas em outdoors espalhados por cerca de quatro avenidas da capital, a artista expôs "Procura-sy travestis vivas vivas vivas no estado do Ceará. O tempo e o tecido conjuntivo da vida, nos permitam viver". Durante cerca de dez dias, as mensagens ficam expostas na capital cearense, na Rua Doutor José Lourenço, Av. Godofredo Maciel, Av. Bernardo Manuel e no cruzamento da Av. Visconde do Rio Branco com Rua Clarindo de Queiroz.

Outro passo dado em direção a construção de novas memórias sobre a presença travesti no Estado se deu com a aprovação de proposta, por parte da Câmara Municipal de Fortaleza, para denominar uma rua no bairro Bom Jardim de Dandara Ketley, travesti assassinada em 2017

Fortaleza vai ser a primeira cidade do Estado a ter um logradouro com nome de travesti. Para Mitchele Meira, que faz parte da Liga Brasileira de Lésbicas e do Fórum Cearense LGBT, a memória é importante para que casos com o de Dandara não voltem a se repetir.

 

dn

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