A inflação na Região Metropolitana de Fortaleza desacelerou em fevereiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 0,8% no mês passado. O índice é inferior a 1,45% registrado em janeiro. Apesar do resultado, Fortaleza tem a mais alta inflação do País no acumulado dos últimos 12 meses (11,82%).
Os itens que encabeçaram a lista da inflação foram Alimentos e Bebidas (4,42%), Despesas Pessoais (3,22%), Saúde e Cuidados Pessoais (2,09%) Habitação (1,04%), Transportes (1,03%), Educação (0,95%), Artigos de Residência (0,63%), Comunicação (0,32%). A única variação negativa foi apresentada pelo consumo de bens relativos ao Vestuário (-0,94%).
A tendência é que, ao longo do ano, a inflação desacelere ainda mais. O economista e ex-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Allisson Martins, diz que os aumentos do ano passado têm mantido a inflação da Região Metropolitana de Fortaleza entre as mais altas do País.
“As elevações que ocorreram no ano passado começam a sair da base de cálculo. Tivemos entre 2014 e 2015 um aumento de quase 40% da energia elétrica. Agora, o item terá redução por causa da bandeira tarifária. A linha da inflação é de desaceleração”, aponta.
O consumo também é outra variável que contribuiu para a redução do IPCA. “Com a alta dos preços, além da questão da renda das famílias, as pessoas tiveram menos possibilidade de consumir, readequando o orçamento”, considera. Assim, a retração econômica tem um bom efeito colateral, desacelerando o avanço dos preços.
Para este ano, a previsão é que o IPCA nacional feche em 7,59% segundo o boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com economistas. O índice ainda está acima do teto da meta - de 6,5% - mas abaixo da registrada em 2015, 10,67%. “A inflação já deu sinais que bateu no teto. Outras variáveis macroeconômicas vão fazer o índice refluir”.
Indexação
Apesar da trajetória de queda do IPCA, o País segue a linha da inflação inercial, causada pela indexação de preços. É o que aponta o economista Célio Fernando. “Continuamos com contratos de salários indexados. É algo que já está institucionalizado na economia. O Governo vem retroalimentando e acreditando que ela vai baixar”.
O economista diz que o período é de “retroinflação”. “A economia pode chegar a 10% de queda em três anos e a inflação em alta. Perspassa o cenário de estagflação”, resume.
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