quarta-feira, 25 de maio de 2011

Países emergentes como o Brasil não causarão um declínio dos EUA e da Europa, diz Obama ao Parlamento britânico

O presidente americano Barack Obama rejeitou nesta quarta-feira em Londres a ideia de que as potências emergentes como o Brasil causarão "um declínio" inevitável da Europa e dos Estados Unidos. Destacando o crescimento econômico de "China, Índia e Brasil", Obama ressaltou que "virou moda perguntar" se o crescimento destes países será acompanhado da queda de influência americana e europeia no mundo.

"Algumas vezes, com este argumento, dizem que estes países representam o futuro e que nossa liderança acabou. Este argumento é errôneo", declarou, reforçando que a aliança das duas potências "continuará indispensável" para se chegar a um mundo mais justo, próspero e pacífico. "Países como a Índia e o Brasil, na verdade, só estão crescendo graças a liderança de americanos e britânicos", ressaltou.

O discurso histórico de Obama reuniu as duas câmaras do Parlamento britânico nesta quarta-feira. É a primeira vez que um presidente americano é convidado a falar em Westminster Hall. Geralmente, o local é restrito aos discursos da rainha Elizabeth II. O tom de sua declaração é destinada a tranquilizar os aliados europeus sobre a importância da relação em um momento no qual temem ser deixados de lado devido à crescente importância que Washington confere a seus laços com a Ásia.

Mundo árabe - O presidente americano também citou as mudanças provocadas pelas revoluções em países árabes e destacou: "A paz traz prosperidade e que as sociedades são mais bem sucedidas quando seus cidadãos são livres". Pouco antes, em uma entrevista coletiva, Obama e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, já haviam firmado o compromisso de "aumentar a pressão" na Líbia para forçar o ditador Muamar Kadafi a deixar o poder.

"Não há duvidas, os EUA e a Grã-Bretanha estão do lado daqueles que querem ser livres", enfatizou, completando que os dois países têm o interesse comum de lutar pelo fim de massacres contra civis. "A democracia é o aliado mais próximo que nós temos. Acreditamos não só nos direitos das nações, mas nos direitos dos cidadãos."

Inimigos - Obama enfatizou ainda que os muçulmanos não são vistos como inimigos. "Nossas nações nunca estarão em luta contra o islã, a nossa luta é contra a Al Qaeda e seus terroristas. Nós lutamos contra um inimigo que não respeita as regras de guerra", declarou, aproveitando para lembrar da bem-sucedida ação militar americana que levou à morte de Osama bin Laden e outras conquistas recentes dos Estados Unidos, como a queda do Talibã no Afeganistão.

Ele ainda fez questão de destacar a importância da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que tem ajudado americanos e britânicos a "derrotar o mal" no mundo. "A Otan garantiu segurança por quase 50 anos, e é a aliança mais bem-sucedida da história."

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