quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cerca de 150 índios das tribos Tapeba, Anacés, Tabajra, Pitaguary, Potiguara e Tremembé ocupam a sede da Funai em Fortaleza


Cerca de 150 índios das tribos Tapeba, Anacés, Tabajra, Pitaguary, Potiguara e Tremembé ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Ceará, em Fortaleza. O motivo é a não publicação do relatório da identificação e delimitação da terra indígena dos Tapebas.

Os indígenas querem a identificação e a delimitação de suas terras, luta que, segundo a Associação das Comunidades dos Índios Tapebas, já dura 30 anos

Segundo o índio Dourado Tapeba, coordenador de articulação do Nordeste, de Minas Gerais e do Espírito Santo, desde o ano passado, a Funai teria prometido publicar o relatório. Foi mandado um documento, ontem, para Funai em Brasília. "Estive na semana passada lá e eles prometeram se empenhar na publicação do relatório. Passou a semana, não fizeram nada, então vamos ficar aqui até que isso se resolva", garantiu.

O coordenador Regional do Nordeste II da Funai, Paulo Barbosa, que estava no Ministério Publico (MP) em reunião, informou que os documentos foram enviados a Brasília e que agora eles aguardam resposta. De acordo com ele, a ocupação foi pacífica e os funcionários, liberados.

De acordo com o governador Cid Gomes, "O (povo) Tapeba iniciou muitos anos atrás (a luta pela demarcação) e eles (a Funai) não querem já fazer a demarcação dos Anacés sem que a dos Tapebas esteja resolvida".



Conforme nota do presidente da Associação das Comunidades dos Índios Tapeba de Caucaia (Acita), Weibe Tapepa, os tapebas, que representam 7 mil das cerca de 30 mil pessoas consideradas índios no Ceará, já estariam requerendo o reconhecimento de suas terras há 30 anos.

"Já foram realizados quatro estudos antropológicos no Território Tapeba, e sempre há impasse quando se aproxima o momento da demarcação. Por vezes, são anuladas as portarias ou são contestados os estudos ou, por último, não há publicação do documento, o que nos causa grandes prejuízos, tendo em vista as ameaças constantes de posseiros e dos empreendimentos".

Os Anacés já tiveram garantida a sua reserva, que soma 543 hectares em Caucaia. O terreno foi desapropriado e está sob a posse do governo do Estado, que a repassará para a Funai através do Termo de Compromisso, no qual constará a sua responsabilidade em dotar a reserva de infraestrutura necessária para receber as comunidades. 


dn

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