Na manhã desta quarta-feira (18/10) os moradores da comunidade dos Coqueiros foram surpreendidos com muita tristeza e revolta ao ver servidores da COGERH, acompanhados de viaturas da Polícia Militar e funcionários da empresa responsável pela obra de retirada da água do Lagamar do Cauipe, para uso do CIPP (Complexo Industrial e Portuário do Pecém), bem como da destinação para o consumo dos moradores de São Gonçalo do Amarante.
Mesmo com as solicitações feitas junto ao Ministério Público do Estado (MPCE), a COGERH e a empresa responsável pela obra usando da força abriram covas nas ruas para dar início a instalação da tubulação. No entanto, a obra não respeitou o direito de ir e vir dos moradores da área. Líderes comunitários, como senhor Adão Martins e Paulo França foram parados pela polícia e solicitados nomes e telefones. “Em momento algum tanto nós como a população agiu com desordem ou desrespeito a ninguém”, destaca Paulo França. “O que queremos é que antes de iniciar a obra o povo fosse avisado e que estivesse preparado, o que não aconteceu”, explica.
A área impactada pela obra compreende um núcleo de 27 comunidades que estão ligadas ao Lagamar do Cauípe, no qual se utilizam da água para consumo próprio, trabalho ou lazer. “Estamos cansados de reuniões com vereadores, deputados e autoridades e nenhuma atitude é tomada a favor do povo. A poluição não quer a retirada da água”, destaca Paulo.
Segundo Paulo a proposta da COGERH é retirar 60% da água do Lagamar, “enquanto isso vem com 40% para a população e poços sem estrurura alguma ou benefício para as comunidades”. “Agem como se o povo fosse mendigo que se humilha por um pedaço de pão. O povo que nasceu, vive ou trabalha nesta região mais uma vez irá lutar, não aceitaremos esse absurdo”, conclui.
A população irá se reunir com a COGERH na próxima segunda-feita (23/10). A situação do Lagamar deve ser levado até o promotor do Ministério Público do Estado do Ceará. O intuito é definir uma solução para o problema.
Repórter Luciana Medeiros