sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Traficante do PCC preso no Cumbuco

Uma informação levantada pelo Serviço de Inteligência do Estado-Maior da PM e pelo Serviço Reservado do 12ºBPM (Caucaia), resultou, ontem, em um cerco e na prisão de um traficante de drogas ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. O bandido, identificado somente por Francisco, foi capturado pela PM em um estabelecimento comercial na Rodovia CE-090, proximidades do Cumbuco, no Município de Caucaia.

Em poder do acusado, foram encontrados cerca de seis quilos de maconha paraguaia prensada, diversos papelotes de cocaína, munição para armas de calibre 38, balanças de precisão, material para embalagem de entorpecentes e dinheiro miúdo, produto da venda intensa de drogas em pequenas quantidades na orla de Caucaia.

A operação foi chefiada, pessoalmente, pelo novo comandante do 12º BPM, tenente-coronel Anderson Ferreira Pinto. Segundo o oficial, a informação de que o bandido preso teria ligações com um traficante do PCC que está preso ficou confirmada diante da descoberta das drogas pesadas. A Polícia agora, conforme o comandante, trabalha no sentido de identificar outras pessoas que teriam envolvimento como o tráfico naquele setor do litoral e qual a origem da droga.

"O material apreendido torna claro que ele (o acusado) estava traficando drogas pesadas", informou o tenente-coronel.

Operações
Já o porta-voz do Comando-Geral da PM, tenente-coronel Frenando Albano, ressaltou que as operações de combate ao tráfico serão intensificadas em todo o Estado, seguindo determinação do comandante-Geral, coronel Werisleik Ponte Matias, neste período de Pré-Carnaval.

Servidores ameaçam parar Judiciário

Depois das greves de professores e policiais militares e civis, agora são os servidores do Judiciário cearense que ameaçam cruzar os braços, em protesto contra o corte de R$ 130 milhões no Orçamento do Poder. Uma assembleia está marcada para o dia 13 deste mês, quando os profissionais decidirão se interrompem, ou não, as atividades. Preocupada com possível colapso no andamento de processos, entidade de advogados se movimenta para tentar barrar a paralisação.
A supressão de R$ 130 milhões foi proposta pelo Governo Cid Gomes (PSB) e aprovada pela Assembleia Legislativa no fim do ano passado. A preocupação do Sindicato dos Servidores do Judiciário do Ceará (SindJustiça) é que o corte impeça que o Executivo atenda às reivindicações da categoria – entre elas, a equiparação do salário entre servidores da Capital e do Interior, cuja diferença chegaria a até 60%.
Segundo o coordenador-geral do SindJustiça, Roberto Eudes, outro temor é que a falta do dinheiro dificulte a ampliação da carga horária de 30 horas para 40 horas semanais – o que significará aumento salarial. Questionado sobre a tendência da categoria para a assembleia do dia 13, Eudes explicou que a entidade está “aberta ao diálogo” e tudo dependerá do retorno que o Estado dará nos próximos dias.
Negociações
O coordenador do Sindicato disse que, na última quarta-feira, se reuniu com a assessoria da presidência do Tribunal de Justiça, que teria prometido a formação de uma comissão para avaliar o impacto financeiro da equiparação salarial. Em contato com


O POVO, a assessora especial Juliana Lima disse que qualquer passo só será dado a partir de segunda-feira, com o fim do recesso judiciário.

Enquanto isso, a Associação dos Advogados do Ceará (tenta mediar uma negociação a fim de evitar que a suspensão das atividades. O presidente da entidade, Hélio Winston, disse que tenta marcar encontro com o SindJustiça antes da Assembleia. “Reconhecemos os pleitos dos servidores, mas acho é que há outras maneiras de se resolver, antes da greve. A greve provocará prejuízos incalculáveis”, alertou.
O POVO tentou entrar em contato com o procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira, mas, até o fechamento desta edição, ele encontrava-se em reunião, indisponível para entrevista.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

Os servidores do Judiciário dividem-se em quatro categorias: auxiliar judiciário, analista judiciário, oficial de justiça e técnico judiciário. Os salários variam de acordo com a categoria e o tempo de trabalho. Greve não atingiria magistrados.

SERVIÇO


Retorno dos trabalhos do Judiciário
Quando: segunda-feira (9)

Onde: Tribunal de Justiça do Ceará e fóruns
Outras informações: www.tjce.jus.br

Capitão Wagner é sondado para disputar Prefeitura

A sucessão municipal de Fortaleza em 2012 pode ganhar um novo e inesperado personagem. Alçado à condição de líder repentino do movimento grevista que impôs a maior derrota ao governador Cid Gomes (PSB), o suplente de deputado estadual Capitão Wagner (PR) já pensa em voos mais altos. Ontem, ao O POVO, o parlamentar admitiu que foi procurado por dirigentes partidários no Ceará. Teor das conversas: convites para ele disputar a cadeira hoje ocupada pela prefeita Luizianne Lins (PT).

Nas interlocuções políticas, disse Capitão Wagner, haveria a possibilidade de o deputado ser cabeça de chapa ou disputar a vice-Prefeitura. Ele não quis informar quem o procurou nem quantos líderes o teriam proposto o desafio. Segundo ele, os possíveis cenários ainda não foram discutidos com o PR.

Outras opções não estariam descartadas, segundo o capitão. “Pode ser o Executivo ou o Legislativo”, declarou ele, sobre a possibilidade de concorrer à Câmara Municipal. “Quem vai decidir é o partido”, ponderou. No Ceará, o PR é presidido pelo ex-governador Lúcio Alcântara, desafeto de Cid, e tem como principal gestor o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa.

Wagner negou, ontem, que o partido tenha interferido ou direcionado a atuação dele na greve da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. “Não seria bom”, afirmou o capitão, completando que mantém boas relações com os dirigentes da sigla.

Filiado ao PR, desde o dia 29 de setembro de 2011, quando assumiu como suplente na Assembleia Legislativa, Capitão Wagner está substituindo a deputada Fernanda Pessoa (PR), filha do prefeito de Maracanaú.

Suplência estendida
É justamente a partir do mandato de suplente de deputado que Capitão Wagner pretende manter sua visibilidade. Uma negociação política poderá estender a permanência dele no legislativo cearense por pelo menos 90 dias, a partir da retomada dos trabalhos, no início de fevereiro. Ele continuaria no lugar de Fernanda Pessoa.
Uma segunda opção seria o suplente ficar na cadeira do deputado Leandro Pinheiro (PSD). Nesse caso, a suplência seria de 120 dias. Iria até maio, o último mês antes do período de convenções partidárias, que definirão os nomes da disputa eleitoral.

Aparentando tranquilidade, Capitão Wagner já testa sua performance diante de possíveis críticas ao fato de ele ter como bandeira única a pauta da segurança pública. O suplente diz que na Assembleia acompanhou muitos outros assuntos e demandas do mandato. “Foram muitas discussões e requerimentos. Foi bem produtivo”, exalta-se.

Sobre o governo Cid Go-mes, apesar de fazer oposição, Capitão Wagner afirma que já votou em projetos do Executivo e observa que não vê motivos para mudar a postura de agora em diante. “Eu nunca fui radical e não seria agora que eu iria ser”.

Como

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Em evidência por conta da greve dos militares, o Capitão Wagner está aproveitando a visibilidade para crescer, politicamente. Suplente de deputado estadual, deverá entrar no jogo sucessório em Fortaleza.

Erivaldo Carvalho

Fortaleza conta com 12 escrivães federais para atuar nas delegacias da Polícia Civil

As delegacias de Fortaleza devem receber o apoio de escrivães federais, segundo informa nota divulgada pela 10ª Região Militar. De acordo com a nota, apresentaram-se em Fortaleza 12 escrivães federais para atuar no atendimento à população. Para a tarde desta sexta-feira (6), espera-se que o efetivo total previsto esteja completo.
O comando da Operação Ceará determinou que parcela das tropas federais atuassem na segurança das delegacias da Polícia Civil, sendo executadas as medidas necessárias para viabilizar este procedimento.
De acordo com a nota divulgada, a presença dos militares do Exército na Praça da Polícia civil, na madrugada desta sexta (6), se deu por conta de mobilizar um efetivo de proteção para as instalações da Divisão de Proteção ao Estudante (DIPRE), que ocupa o mesmo edifício da Superintendência da Polícia Civil.
Ainda segundo a nota, "alguns manifestantes que estavam nas imediações interpretaram a chegada do efetivo como ação direcionada ao grupo de policiais em greve presentes na Rua do Rosário".

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

2012: o ano dos concursos federais

O ano de 2012 promete ser animado para os que sonham em passar naquele concurso federal com ótimo salário. O Governo Federal já autorizou a realização de diversas provas para o preenchimentos de cargos nos mais variados órgãos.
Entre os concursos mais esperados estão o do Banco Central, Caixa Econômica, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do Trabalho. O concursado pode receber um salário superior a R$ 20 mil.
Confira a lista de alguns dos concursos previstos para 2012 e seus respectivos salários:
Agência Nacional de Cinema (Ancine)
- 44 vagas para técnico em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual (nível médio).
- 56 para técnico administrativo (nível médio).
Salário: cerca de R$ 5 mil.
Agência Nacional do Petróleo (ANP)
- 115 vagas para especialista em regulação de petróleo, 22 para analista administrativo e 15 para especialista em geologia e geofísica do petróleo (nível superior).
Salário: cerca de R$ 10 mil.
Banco Central
- 100 vagas para procurador (nível superior).
Salário: R$ 14 mil.
Caixa Econômica Federal
- cadastro de reserva para técnico bancário (nível médio) e cargos de nível superior.
Salário: de R$ 1.784,00 a R$ 7.931,00
Ministério Público do Trabalho
- 40 vagas para procurador do trabalho.
Salário: R$ 21 mil.
Ministério do Trabalho e Emprego
- 600 vagas para auditor fiscal do trabalho (nível superior).
Salário: R$ 13 mil.
Petrobras
- vagas para nível médio, técnico e superior.
Salários: de R$ 2.170,84 a R$ 6.217,19.
Polícia Federal
- 500 vagas para agente, 100 para papiloscopista, 150 para delegado, 100 para perito criminal e 350 para escrivão (nível superior).
- 328 para agente administrativo (nível médio).
Salário: R$ 3,2 mil para agente administrativo, R$ 7,5 mil para papiloscopista, agente de polícia e escrivão e R$ 13,3 mil para delegado e perito.
Polícia Rodoviária Federal
- 1,5 mil para policial rodoviário federal (nível superior).
Salário: cerca de R$ 6 mil.
Receita Federal
- 1.210 vagas para auditor fiscal e 1.050 para analista tributário (nível superior).
Salário: R$ 8 mil para analista e R$ 14 mil para auditor.

Por que algumas pessoas são melhores que outras em lembrar os acontecimentos?

Você e um amigo estão contando para outros amigos sobre uma viagem que fizeram. Mas acabam discordando em alguns pontos. “Não, isso aconteceu no dia x, não no dia y”, “Você está confundindo tudo, nós estávamos no lugar z quando isso aconteceu!”, “Eu nunca disse isso!”.   Parece familiar? A verdade é que nossa memória nos engana e às vezes parece difícil diferenciar o que realmente aconteceu daquilo que pensamos ter ocorrido. Mas algumas pessoas são melhores do que outras nisso. Por quê?
Segundo cientistas da Universidade de Cambridge, a explicação pode estar na variação estrutural em uma dobra na parte da frente do cérebro chamada sulco paracingulado (ou PCS, em inglês).  Essa variação, que está presente em cerca de metade da população normal, é uma das últimas pregas que se desenvolvem antes do nascimento e, por isso, varia muito de tamanho entre as pessoas saudáveis. Ou seja, você pode ter ou não o PCS (essa dobrinha no cérebro) e ele pode ser mais ou menos acentuado – mas, até onde se sabe, isso não tem grandes implicações na sua inteligência. Só que, de acordo com o estudo de Cambridge feito no fim do ano passado, essa diferença pode explicar por que algumas pessoas são melhores que outras em lembrar com precisão detalhes de conversas e eventos ocorridos, bem como em saber diferenciar se o evento foi imaginado ou realmente ocorreu.
Os pesquisadores recrutaram 53 voluntários saudáveis ​​que se dividiram em dois grupos: um formado por pessoas com uma presença acentuada da dobra cérebro e outro com aqueles que não a possuíam. Os participantes receberam então pares de palavras, como “Laurel e Hardy”. Depois, fizeram uma série de testes de memória. Em um deles, recebiam só uma das palavras e tiveram que dizer qual era a segunda. Em outro, foi pedido a cada um que imaginasse outra palavra para formar par com uma que já tivesse sido apresentada. Depois de um tempo, eles tiveram que lembrar se tinham visto de verdade ou imaginado a segunda palavra de cada par. Resultado: participantes sem o PCS em nenhum dos hemisférios cerebrais foram significativamente pior que os outros. E olha que todos eles acreditavam ter boa memória!
Jon Simons, do Departamento de Psicologia Experimental e do Comportamento e do Instituto de Neurociência Clínica da Universidade de Cambridge, liderou a pesquisa e se disse surpreso com o resultado, já que as diferenças observadas na memória dos voluntários foram grandes e todos eram adultos saudáveis e sem história relatada de dificuldades cognitivas. Além disso, essa descoberta pode ser útil no estudo da esquizofrenia. Simons acredita que as vozes que os doentes frequentemente dizem ouvir podem vir da dificuldade em distinguir o real do imaginário. “A ausência dessa dobra cerebral já havia sido observada em estudos anteriores de esquizofrenia e os nossos resultados são consistentes com a idéia de que essa variabilidade estrutural pode influenciar diretamente a capacidade funcional de áreas cerebrais vizinhas e as habilidades cognitivas que apoiam”, explicou.

Acidente em Caucaia

A carreta-tanque desceu a ribanceira, deixando Pedro Santana preso nas ferragens da cabine do veículo. Socorristas do S.O.S Caucaia foram acionados para atender à ocorrência, mas ao chegar ao local, encontraram o homem sem vida.

Um motociclista, que vinha logo atrás dos veículos envolvidos na colisão, derrapou no óleo diesel que ficou derramado na pista e teve ferimentos leves. Ele foi atendido pelos paramédicos e liberado em seguida.

Policiais rodoviários foram ao local e tentaram controlar o tráfego, que devido às obras de reparos naquela rodovia, aumentava ainda mais os riscos de novas colisões. Outra preocupação dos federais foi com o combustível que era transportado no tanque. Uma testemunha disse que "foi muita sorte não ter ocorrido uma explosão, pois a tragédia seria muito maior".

Apesar dos relatos das testemunhas e dos motoristas sobreviventes, somente o laudo da perícia poderá apontar a verdadeira causa do desastre. Em princípio, a invasão de pista ficou evidente, entretanto falta apontar quem foi o responsável pela colisão tripla.

História da vida do Cap. Wagner Sousa

Até ser aclamado “líder” pela tropa miúda e intermediária da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro, a única experiência política que o capitão Wagner Sousa havia provado não passava de uma participação sem protagonismo no Grêmio Escolar do Colégio 4º de Outubro. É uma escola particular da periferia de Fortaleza, localizada no bairro João XXIII. Foi onde o capitão viveu boa parte de seus 32 anos de idade, até sair da casa dos pais e se mudar para o Henrique Jorge, com esposa Dayane Bittencourt, com que teve um casal de filhos.
A liderança repentina, confidenciava-me no terceiro dia de ocupação do quartel da 6ª Companhia do 5º Batalhão da PM, havia lhe caído ao colo meio que por acaso. Há bem pouco tempo, por falta de perspectivas como oficial, Wagner Sousa esteve para pedir para sair das fileiras da Corporação. Só não o fez porque foi reprovado no último concurso para agente da Polícia Federal (PF), em 2009.
E, apesar de ter tirado o primeiro lugar no Ceará para virar policial rodoviária federal (PRF), não trocou de farda porque uma fraude ocorrida no Rio de Janeiro suspendeu a chamada dos aprovados no resto do País.
A decisão de estudar para concursos e se desligar da PM, conta o capitão Wagner, ganhou força depois que o militar passou a ser transferido com mais frequência de um quartel para outro na Capital e Interior cearenses. “Punição”, no entender do oficial que passou 12 anos e dez meses na PM.
As remoções teriam começado a partir de 2009 e intensificadas no ano passado. O capitão afirma que “somente” em 2011 passou pela 6ª Companhia do 5º Batalhão, serviu em Russas, Quixeramobim, Senador Pompeu e, por último antes de assumir uma cadeira na Assembleia, estava lotado no Hospital Militar.
Um requerimento enviado ao comandante geral da PM, na época o coronel William Rocha, em 2009, teria sido o estopim das animosidades entre os oficiais superiores que comandavam a polícia e o capitão.
No documento, Wagner Sousa fazia vinte considerações sobre os problemas crônicos e cotidianos da Corporação. Gritas antigas como os baixos vencimentos, falta de diálogo e a insatisfação, desta vez, de oficiais subalternos (tenentes) e intermediários (capitães). O descontentamento das praças, de tão recorrente, não era novidade e pouco comovia o andar de cima da PM e Secretaria da Segurança.
Bicos
Enquanto estudava para sair da Polícia Militar, Wagner Sousa, assim como a maioria dos policiais brasileiros, fazia bico em horário de folga.


Bacharel em Segurança Pública, diploma conferido a todos que passam três anos estudando para ser oficial da Polícia Militar, o oficial dava aula em cursinhos preparatórios para concursos. Ensinava legislação de trânsito e de segurança para completar a renda de R$ 3.300,00 que ganhava como capitão.

Mas veio 2010, e segundo Wagner Sousa, a insistência de amigos de patente, sargentos, cabos e soldados para que disputasse uma vaga de deputado estadual. “De início achei loucura, estava estudando. Queria resolver minha vida longe dos problemas da PM, mas acabei me envolvido por amigos que diziam que eu podia ser eleito”. Garante que a campanha foi feita no gogó e com pequenas doações.
Em cima da insatisfação da tropa e num vácuo de lideranças na PM, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, Wagner Sousa conseguiu os surpreendentes 28.818 votos pelo Partido da República. Número que o colocou na suplência e, meses depois, o empurrou para assumir o lugar de Fernanda Pessoa, de atuação apagada e filha do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, um dos principais opositores do governador Cid Gomes (PSB).
O deputado capitão Wagner se sente ainda pouco prestigiado no partido. Ele reclama de não ter recebido apoio logístico da cúpula do PR, que não fez nenhum discurso de apoio à invasão do quartel da 6ª Companhia do 5º BPM. O militar, hoje na reserva, é apontado como liderança em consolidação. O risco é se perder pelo caminho e fazer como vários policiais militares e civis que surfaram na onda da insatisfação das corporações, mas não tiveram fôlego para escapar das manobras políticas e encantos do poder.
Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Após virar deputado estadual no Ceará, no ano passado, o capitão Wagner Sousa passou para a reserva remunerada proporcional. Pela tempo que passou na PM, 12 anos e 10 meses, recebe mais ou menos R$ 1.300,00.

Os personagens

A população ficou aliviada com o fim da queda de braço entre os militares e o governo. Passada a tsunami de boatos e medo, cabe a análise dos que ganharam prestígio e de quem foi mal no episódio:

Socorro França
Agora ex-procuradora Geral de Justiça - substituída no cargo ontem - liderou desde o início a negociação entre grevistas e governo. Atuou como mediadora experiente. O momento foi importante como marco de sua saída da PGJ.


Andréa Coelho
Há um mês assumia como defensora Pública Geral do Estado. O teste dos últimos dias, como intermediadora numa greve tão difícil, ajudou a cacifá-la. A própria categoria de defensores tem reivindicações junto ao governo.


Wagner Sousa
Desde que assumiu a suplência de deputado estadual, o capitão PM incomoda o governo. Liderou a greve, também com exageros, mas se fortaleceu. Teve o apoio do cabo Sabino e do subtenente P. Queiróz, líderes associativos.


Cid Gomes
O governador não fez nenhuma aparição pública desde que o movimento começou. Nas ruas, havia dúvidas sobre sua presença no Ceará durante a greve, apesar do governo confirmar. Desgastou-se no episódio.


Francisco Bezerra
A intervenção federal pedida pelo governador fica como marca de seus dias no cargo. Agora, precisará “reorganizar” a hierarquia dentro dos quartéis e ainda resolver a greve da Polícia Civil - a terceira em sua gestão.


Werisleik Matias
O comandante da PM viu a tropa desobediente a uma das principais regras militares, que é a proibição à greve. Na semana anterior à paralisação, afirmou que “greve não existe no vocabulário da PM”. Subestimou o movimento.