O Porto do Pecém poderá ganhar em breve um terminal pesqueiro
exclusivo para atender à demanda da primeira fábrica para enlatados de
atum e sardinha do Nordeste, em plena atividade no município de São
Gonçalo do Amarante. As negociações foram abertas para viabilizar a
expansão da Crusoe Foods, empresa pertencente ao grupo espanhol Jealsa
que opera no Ceará em parceria com a cearense R&B Aquicultura.
De acordo com Max Mapurunga, sócio cearense dos espanhóis, um
terminal exclusivo vai ajudar ainda mais a “resgatar a pesca e a
indústria pesqueira no Ceará”. A produção da fábrica será escoada pelo
Porto de Pecém e por rodovias, visando o mercado nacional. Mapurunga
está em linha direta com o coordenador da bancada federal cearense, o
deputado federal José Airton Cirilo para levar essa demanda ao Governo
do Estado e ao Ministério da Pesca.
A ideia é que a presença da Crusoe Foods e a instalação de um
terminal exclusivo no Porto do Pecém incentive pescadores e armadores a
venderem a sua produção no estado. O Ceará conta com aproximadamente 30
mil pescadores artesanais, reunidos em 77 colônias de pesca, das quais
aproximadamente 25% no litoral e que poderão vir a ser diretamente
beneficiados com as melhorias previstas com o termina pesqueiro.
Nesta primeira fase de funcionamento, que completa um ano neste mês
de setembro, a Crusoe Foods já está gerando pouco mais de 300 empregos
diretos. A grande maioria é mão de obra feminina. A fábrica, que
atualmente processa três toneladas de pescados diariamente, deve
aumentar sua produção para 40 toneladas/ dia. Isso deve acontecer quando
a unidade estiver totalmente funcionando. A estimativa é que em São
Gonçalo do Amarante sejam fabricados cerca de 15 milhões de enlatados
por mês. O negócio está impulsionando o já movimentado setor pesqueiro
cearense.
Potencial de pesca
Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca
(Sindifrio), no ano passado, o segmento movimentou cerca de 1,2 bilhão
de reais no estado do Ceará. No caso da lagosta, cuja produção foi de
1.600 toneladas, representou 180 milhões de reais. Ainda de acordo com o
Sindifrio, dentre os peixes beneficiados, a tilápia, espécie de água
doce, teve destaque com 30 mil toneladas, atingindo um faturamento de
150 milhões de reais. Já os números relativos a outros peixes, somaram
360 milhões de reais. A produção de camarão foi a que faturou as maiores
cifras chegando a atingir a casa dos 540 milhões de reais.
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