O isolamento social tem sido uma ação crucial para combater a disseminação do novo coronavírus em muitos países. Um estudo do Imperial College, universidade de Londres renomada na área médica, revela que o confinamento e outras medidas restritivas salvaram a vida de quase 60 mil pessoas na Europa. Cada vez mais países têm adotado esse caminho, ainda que tarde para alguns.
Só para se ter noção, mais de 3,9 bilhões de pessoas, ou seja, metade da população mundial, já foram convidadas ou obrigadas pelos seus governos a ficarem em casa durante a pandemia. Esse balanço é da agência de notícias AFP. Desse total, ao menos 2,7 bilhões de habitantes, em 49 países e territórios, foram forçados a se confinarem.
Na Europa, as restrições existem na Itália, Espanha, França e Reino Unido. Na Ásia, países como Índia, Nepal e Sri Lanka seguem essa cartilha. No Oriente Médio, Iraque, Jordânia, Líbano e Israel também. No continente africano, habitantes da África do Sul, Marrocos e Madagascar estão confinados.
A Nova Zelândia, na Oceania, também está em isolamento. Nas Américas, os governos da Colômbia, Argentina, Peru e dos Estados Unidos também adotaram medidas restritivas. Todos numa força-tarefa para frear o avanço da pandemia.
Essas medidas têm surtido efeito, segundo autoridades médicas. Na Itália, o país mais castigado pela pandemia, com quase 15 mil mortes até ontem, os casos da doença desaceleraram. Há cerca de uma semana, os casos aumentaram apenas 4%, em comparação com semanas anteriores.
No entanto, o confinamento rigoroso imposto aos 60 milhões de italianos foi prorrogado até o domingo de Páscoa, no dia 12 de abril. Na Espanha, o segundo país com maior número de mortes – 11.744 –, com base em informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo não pretende afrouxar tão cedo o isolamento, apesar dos óbitos terem caído pelo segundo dia consecutivo entre a última quinta (2) e sexta-feira (3).
O chefe do governo espanhol, Pedro Sanchez, decidiu, ontem, prorrogar por mais duas semanas, até 25 de abril, o confinamento. A França fez o mesmo. Com 6.507 pessoas mortas pela Covid-19, o governo do país impôs desde o dia 17 de março uma quarentena nacional até 15 de abril.
No Reino Unido, a população também segue isolada. O governo britânico decretou a medida por, pelo menos, três semanas. O país já contabiliza 4.313 pessoas mortas. A Alemanha estendeu medidas de restrição até 19 de abril. Autoridades médicas afirmam que a propagação do vírus perde velocidade.
Na hora
Diferente deles, a Suíça, outro país europeu, não decretou confinamento e se limitou a fazer recomendações aos seus cidadãos para que cada um “assuma sua responsabilidade” e sigam as ordens. O país, que tem seis mil casos e 333 mortos por coronavírus, tem sido criticado por isso.
Os Estados Unidos, que são o novo epicentro mundial da doença, estão correndo para tentar conter o avanço da Covid-19. A começar por Nova York, a cidade com mais casos no território americano.
O Equador, que vive em estado de calamidade, demorou a adotar medidas de restrição. Enquanto isso, em outros países como a Argentina, a ordem é clara: ficar em casa. O isolamento social no país foi ampliado até o dia 12 de abril. Desde o início de março, 20 pessoas morreram e 820 foram infectadas na Argentina em decorrência da Covid-19.
DN