domingo, 5 de abril de 2020

Camilo prorroga decreto de isolamento social por mais 15 dias e faz apelo por manutenção de empregos

Os serviços não essenciais deverão permanecer fechados no Ceará por mais 15 dias. Nesse sábado (4), o governador Camilo Santana anunciou mais uma medida de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus no Estado e prorrogou o decreto de isolamento social até o dia 20 de abril. Durante o anúncio, a preocupação com os empregos se destacou.
Camilo fez um apelo às empresas locais para que mantenham os empregos durante a crise econômica causada pelo novo coronavírus no Estado e no mundo. Ele destacou a articulação de um grupo de empresários para que não haja demissões no Ceará, além da colaboração dos prefeitos.
O governador defendeu manter o senso de unidade e solidariedade para que o Estado possa passar pela crise econômica. "Precisamos estar juntos, todos com um objetivo de proteger a vida das pessoas. Quero até fazer um apelo às empresas cearenses que evitem a demissão. Esse é um momento para sermos solidários", disse Camilo. "Há políticas do Governo Federal para evitar demissões de empregados com carteira assinada em todo o Brasil", completou.
Medidas tomadas
A iniciativa se une a uma série de outras medidas já anunciadas pelo Governo do Estado, como um pacote de apoio às empresas e o suporte às famílias de baixa renda para as contas de água e energia. A informação foi confirmada pelo governador pela conta oficial dele no Twitter.
Camilo afirmou que a decisão foi tomada a partir da avaliação da equipe técnica de Saúde do Estado, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem o objetivo de proteger a vida dos cearenses. Ele ainda destacou que a doença está em uma fase de propagação que poderá chegar a todos os bairros da Capital e ao interior do Ceará.
"Há uma preocupação dos especialistas de que essa contaminação, que estava restrita a uma área da cidade, comece a se espalhar para as áreas periféricas e para o interior do Estado. Estamos preocupados com a velocidade com que isso se propaga", disse.
A prorrogação do decreto entra para o pacote de medidas já anunciadas pelo Governo do Estado. Nas últimas semanas, Camilo garantiu que as contas de luz das famílias de baixa renda serão pagas pela administração estadual, caso seja consumido até 100 quilowatts (kW) por mês, iniciativa que deverá custar cerca de R$ 15 milhões aos cofres públicos. A medida, que vale para os meses de abril, maio e junho, se concretizou após negociação com a Enel Distribuição Ceará.
O Estado também suspendeu a cobrança das tarifas social e popular da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), além da suspensão da taxa de contingenciamento da Companhia, por 90 dias. Segundo relatório da Cagece, serão desembolsados cerca de R$ 40 milhões durante o período de validade dessas medidas. Por mês, a estimativa de gastos é de R$ 13 milhões.
Camilo defendeu as iniciativas como sendo de extrema importância para a proteção da população mais vulnerável no Estado. O governador também destacou durante uma live nas redes sociais a relevância do isolamento social para o combate à Covid-19.
"A principal ação preventiva é o isolamento social, é o que dizem os especialistas e a OMS. A partir dessa recomendação que tomei a decisão de renovar o decreto estadual por mais 15 dias, indo até o dia 20 de abril. Tomei essa decisão na certeza de que ela é a mais correta para proteger os cearenses", afirmou.
Impactos
Para o economista Aléx Araújo a recuperação econômica no País poderá demorar mais o que o normal porque essa crise demandará políticas de investimento do Estado e, talvez do aumento da dívida pública. Mas a atual equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, não teria esse perfil.
Com perfil liberal e de redução do Estado, a equipe econômica, segundo Alex, poderá apresentar resistência na apresentação de pacotes de liberação de recursos para apoiar estados, municípios, e setores específicos da economia.
"Isso é muito difícil de reverter e você não tem uma disposição do Governo Federal em lançar pacotes. É possível que o Governo Federal tenha de ajudar os Estados para o pagamento de custos básicos, mas não há disposição, pois dependeria de uma mudança de perfil da equipe econômica", explicou.
DN

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