domingo, 5 de abril de 2020

Pela primeira vez o presidente Eneas Goes conduziu os trabalhos sem a presença física de seus colegas parlamentares


Para adequar-se às normas de prevenção da transmissão do Coronavírus, evitando aglomeração entre pessoas, a Câmara Municipal inovou e realizou na manhã desta sexta-feira, 03, a primeira Sessão Virtual de sua história, com a participação de 17 vereadores.
Diretamente de suas residências os parlamentares experimentaram pela primeira vez o novo recurso tecnológico e, tentando se adaptarem à nova forma de realizarem seu trabalho, votaram 03 mensagens enviadas pelo prefeito Naumi Amorim .
Antes da abertura da Sessão o presidente da Mesa Diretora Eneas Goes fez um apelo aos colegas que colaborassem com algumas regras a serem seguidas durante os trabalhos.
Aberta oficialmente a Sessão, as 03 mensagens começaram a ser discutidas e consequentemente votadas pelos parlamentares.

Mensagens
2º. Projeto que cria e regulamenta o Plano de Cargos e carreiras do Agentes de Trânsito no âmbito da Autarquia Municipal de Trânsito. O projeto também teve aprovação unânime dos parlamentares
3º. Institui a isenção da Contribuição para o custo do serviço de iluminação pública durante os meses de abril, maio e junho de 2020. Serão contempladas 67.266 Unidades de Consumo com até 150 kw hora, o que corresponde até 250 mil pessoas no município, segundo a mensagem também aprovada por unanimidade.
Prorrogação
Em função do avanço da Covid-19 em nosso estado e em consonância com o Decreto Municipal, o presidente da Mesa Diretora, Eneas Goes, também prorrogou por mais 30 dias o Decreto que suspende as Sessões Legislativas com a presença de público, ficando decidido que as Sessões Virtuais serão realizadas quando necessárias.
Por Carlos Kté Santos.

Produção de conteúdos digitais prosseguem por meio de trabalho remoto

Veja na sétima reportagem sobre o TeleTrabalho como o coordenador de Apoio Operacional do Judiciário está fazendo para atender as demandas neste período de quarentena
O acesso restrito aos prédios do Judiciário cearense para evitar a propagação do Coronavírus não é impeditivo para a produção dos setores de Criação e Parque Gráfico do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). O coordenador de Apoio Operacional da Assessoria de Comunicação e responsável por esses serviços, Rômulo Cidrão, considera o foco nas ferramentas e conteúdos digitais como solução para continuar o desenvolvimento de materiais diversos, como crachás funcionais, artes, tratamento de imagens e diagramações. “Com exceção das impressões, estamos conseguindo dar andamento a todas as demandas”.
Ferramentas eletrônicas são aliadas para que os colaboradores agilizem o fluxo de trabalho. “Já tínhamos facilidade de contato com a equipe, mas para este período de home office, realizei algumas adequações em meu computador pessoal, como a utilização de softwares para videoconferência, além de reservar um quarto específico para desenvolver minhas tarefas sem o risco de interferências externas”, explica Cidrão, que cumpre diariamente carga horária remota das 9h às 18h.
A Coordenadoria de Apoio Operacional continua dando importante suporte à Assessoria de Comunicação e a todas as outras unidades do Poder Judiciário. Com exceção das impressões, a equipe do Parque Gráfico está conseguindo atender a todas as demandas de criação, pedidos de crachás, atividades administrativas do setor, movimentação de processos administrativos digitais. As ações contribuem para que os canais de interlocução do Judiciário sejam aperfeiçoados constantemente.
“Cientes da necessidade de continuar apoiando as unidades, estamos trabalhando mais a parte digital dos materiais, além de estarmos fazendo a produção dos crachás de forma virtual para que os requerentes possam dispor do documento em seu celular e acessar às dependências das unidades, quando necessário”, informa o coordenador.
Ele considera muito relevante prosseguir realizando as atividades neste momento de excepcionalidade. “O Tribunal tem buscado todas as ferramentas para resguardar a saúde dos colaboradores e proporcionado os meios para que possamos continuar desenvolvendo nosso trabalho, ainda que de maneira remota, pois a sociedade precisa que continuemos atuando e apoiando suas necessidades”.
tjce

AL aprova decretos de calamidade e para que o Estado pague contas de água e luz

A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou, durante a sessão deliberativa extraordinária do Sistema de Deliberação Remota (SDR), nesta sexta-feira (03/04), os decretos de calamidade pública no Ceará e em Fortaleza, além do projeto que autoriza o Governo do Estado a pagar as contas de água e esgoto e de energia elétrica de consumidores de baixa renda.
O projeto de lei nº 13/20, de autoria do Poder Executivo, autoriza o Estado a pagar as contas de água e esgoto e de energia elétrica dos consumidores residenciais de baixa renda durante o período emergencial de enfrentamento à Covid-19. A medida beneficiará famílias que têm consumo mensal de até 10 metros cúbicos de água e de até 100kWh de energia. O projeto recebeu duas emendas: uma de autoria do deputado Júlio César Filho (Cidadania) e outra do deputado Elmano Freitas (PT).
A ação tem a finalidade de reduzir os efeitos da crise sobre cearenses em situação de vulnerabilidade e risco social. De acordo com o Governo do Estado, cerca de 338 mil famílias serão beneficiadas com a suspensão da cobrança de água e esgoto. No caso da isenção da conta de energia elétrica, a medida abrangerá, aproximadamente, 534 mil famílias.
Dos projetos de decreto legislativo da Mesa Diretora, o n° 01/20 reconhece o estado de calamidade pública no Ceará e dispensa o Governo do Estado de atingir metas previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal neste ano, em virtude dos necessários e indispensáveis investimentos para o enfrentamento da pandemia. O texto também prevê a criação de uma comissão com seis deputados estaduais e seis suplentes para o acompanhamento da situação fiscal e execução orçamentária e financeira do Estado durante este período de emergência.
Já o 02/20 decreta o estado de calamidade pública no município de Fortaleza, conforme a solicitação do prefeito Roberto Cláudio, aprovada na última terça-feira (31/03) pela Câmara Municipal.
Os decretos de calamidade pública no Ceará e em Fortaleza têm efeitos até 31 de dezembro de 2020.
GS/JM/LF

Motorista de app é morto a tiros após oferecer corrida a suposto comprador de carro

motorista de aplicativo Antônio Márcio Teixeira de Sousa Filho foi morto logo depois de presenciar uma tentativa de venda do carro de um amigo na noite desta sexta-feira (3), em Tabapuá, Caucaia.
Após uma breve conversa sobre valores e condições da venda, a transação não se concretizou e o suposto comprador disse que iria chamar uma corrida por aplicativo para ir embora com uma mulher e duas crianças, que apresentou como companheira e filhas. Neste momento, o motorista se ofereceu para levar o grupo para casa.
Ao chegar à Avenida Mister Hull, na rodovia BR-020, após passar alguns minutos do início da corrida, o suposto comprador anunciou o assalto e, em seguida, atirou várias vezes contra a vítima, que morreu no local.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, em nota, que Antônio Márcio não tinha antecedentes criminais e que seu carro foi apreendido e levado para a Delegacia Metropolitana de Caucaia.
Suspeito roubou outro carro e fugiu
O homem atravessou a avenida dando tiros para o alto, abordou outro motorista e o obrigou a seguir até o Bairro Metrópole, onde o liberou e fugiu com a família no carro roubado.
De acordo com a Secretaria da Segurança, indícios colhidos no local do homicídio pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) serão utilizados nas apurações e ainda que um inquérito policial foi instaurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 
A polícia realiza buscas para tentar localizar e prender o suspeito, bem como descobrir a motivação para a ação criminosa.
Denúncias sobe o crime
A SSPDS solicita que a população contribua com as investigações repassando informações que possam auxiliar os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas pelo número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança, para o (85) 3257-4807, do DHPP, ou ainda para o número (85) 99111-7498, que é o WhatsApp do Departamento, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem. O Estado afirma garantir o sigilo e o anonimato.
Outro motorista sofre tentativa de assalto
Por volta das 22h desta sexta-feira (3), outro motorista de aplicativo sofreu uma tentativa de assalto. Ele tentou fugir e acabou sendo atingido por três tiros. Em seguida, perdeu o controle do veículo e entrou com o carro em uma casa na Rua Tito de Barros, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza. A vítima foi levada ainda consciente ao Instituto Dr. José Frota (IJF). 
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O que esperar do mundo após a pandemia que estamos vivendo

Há aprendizado possível em meio a uma pandemia que já infectou centenas de milhares de pessoas e matou cerca de 30 mil no mundo inteiro? A resposta otimista é "sim".
A muito custo, todos vamos aprendendo que padrões de habitação, trabalho, produção e distribuição de riquezas estão sendo drasticamente alterados por uma doença que destroça sistemas públicos e privados de saúde, comércio, cadeias de negócio e laços de sociabilidade, impondo a distância como medida de segurança e a escassez como ameaça num horizonte incerto.
Na esfera privada, vive-se a separação dentro da própria família. Filhos que se apartaram de mães e avós e pais que não abraçam netos. Tem sido assim por mais de um mês no Brasil e noutros países já atingidos pela Covid-19. Por quanto tempo ainda? Não sabemos, e essa é apenas uma das peças que faltam no quebra-cabeças de um quadro que começamos a montar aos poucos, sem imaginar que imagem terá se formado ao final.
Pela primeira vez nas vidas de muitos de nós, um evento afeta a cada um separada e globalmente, traçando rotas improváveis que vão de rincões de países asiáticos, passando pela Europa e chegando até as comunidades periféricas de metrópoles ocidentais. Sentimos as dores do mundo na própria casa.
A patologia instaura uma nova métrica e refaz dinâmicas afetivas. No supermercado, no banco, na rua: por todo lado recomenda-se o afastamento. Linhas no chão delimitam a circulação e a proximidade. Escritórios se esvaziam. Autoconfinados, lidamos com a falta de fronteiras entre o doméstico e o público. Disso resultará uma geração receosa do contato tátil e habituada ao isolamento? Será preciso esperar para ter alguma resposta.
Sob o ponto de vista econômico, pesquisadores anteveem um novo estado de bem estar social no qual a base da pirâmide e o topo não estejam separados por múltiplos abismos intransponíveis. Mesmo isso o coronavírus escancarou: somos desiguais sobretudo na morte.
Mas essa é uma doença que trouxe dois ensinamentos importantes ao futuro que pretendemos reconstruir: o da vulnerabilidade e o do excesso. De repente, temos de nos reduzir ao básico para a sobrevivência e refazer pontes coletivas sob a chave não do consumo superlativo, mas racional e adequado a paradigmas diversos. Quando tudo passar, talvez necessitemos principalmente de novos valores.
A infecção revelou finalmente que, sem o movimento incessante do dia a dia, o planeta recobra um ritmo particular. Imagens compartilhadas nas redes sociais exibem os canais de Veneza e suas águas transparentes como há muito não se via. Sobre a China, a atmosfera ganhou limpidez, dissipando as partículas pesadas de poluição que escapam do maquinário pesado. Até a estridência humana se aquietou e uma respiração terrestre foi se revelando, como assinalam os sismógrafos instalados em pontos diferentes da Terra.
Eis o aviso: sem nós, o restante da vida se acomoda e retoma uma atividade próxima do natural. Animais reocupam o espaço urbano, como se dissessem: a nossa ausência é saudável para o meio ambiente. É a lição que fica: a que desejamos menos doença e mais cura para o planeta e nós mesmos.
O discurso liberal terá de ser reajustado
Quando fala em contrato social, a filosofia política busca explicar as bases sobre as quais se ancoram a ideia de estado e, principalmente, o que fez com que o homem tivesse necessidade de viver sob o controle de uma estrutura que, em última análise, serve para regular o convívio, a vida que se compartilha. Numa das visões contratualistas, é como se sem o aparato estatal na função de provedor e regrador, a natureza do homem fosse desenfreadamente desorganizada, egoísta e cruel.
A discussão sobre tamanho e eficácia estatal ganhou novos ares com a pandemia do novo coronavírus. O número de pessoas infectadas pelo mundo já supera a casa do milhão. No Brasil e além, pessoas precisam desesperadamente, e em diferentes níveis, da agilidade governamental no oferecimento de respostas concretas em meio ao caos de saúde pública. Angústia experimentada sobretudo por grupos financeiramente desvalidos.
Os últimos anos registraram ascensão política do ideário liberal por todo o globo. A Onda Rosa, fenômeno caracterizado pelo crescimento de vitórias político-eleitorais à esquerda na América Latina, viu seu ciclo se exaurir. O espaço do poder foi tomado pela percepção de um estado enxuto, a iniciativa privada como detentora do protagonismo dos rumos da economia.
Contudo, quando vozes relevantes deste espectro desprendem-se momentaneamente de suas raízes intelectuais para defender a intervenção massiva do estado como forma de atenuar inevitáveis danos econômicos e sociais de uma pandemia com impactos ainda a serem descobertos em sua totalidade, a conclusão é de que a promessa liberal ganhou contornos utópicos durante a tormenta.
São os casos dos economistas Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central) e Mônica de Bolle, por exemplo. Dois liberais tradicionais que se puseram ao lado dos que defenderam o auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1,2 mil aos trabalhadores informais, proposta recentemente aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente Bolsonaro.
É possível que a preferência do eleitorado, naturalmente cíclica, acelere derrotas aos intérpretes de um tipo de liberalismo extremado, levado às últimas consequências em detrimento do bem-estar comum. Pode ser que saia de cena como projeto político já nas próximas eleições presidenciais. E depois retorne, desta vez preocupado com o aprofundamento de desigualdades sociais tanto quanto possível.
A crise do coronavírus conferirá ainda ganhos políticos aos que, no momento em que ela mostrou sua face mais severa, souberam agir com prudência e velocidade, independentemente do espectro ideológico em que se encontram. E a rapidez das autoridades no combate à pandemia é incompatível com qualquer caráter negacionista ou anticientífico. Neste sentido, na arena da política, a ciência também fará seu papel.
As relações sociais no mundo pós-pandemia
Ainda não sabemos quando poderemos voltar à vida que levávamos alguns meses atrás e tampouco temos certeza de como o mundo irá funcionar daqui para frente. Ao mesmo tempo, as relações interpessoais podem não ser mais as mesmas. Quem assistiu à entrevista do biólogo e pesquisador Átila Iamarino, doutor em microbiologia, ao programa Roda Vida, da TV Cultura, na última segunda-feira, 30, o ouviu falar sobre esse possível novo mundo com que iremos nos deparar e sobre a esperança de mais união.
Conviver com um problema que veio do interior da China, segundo ele, nos obriga a renovar laços. "Eu preciso saber se meus vizinhos estão bem, porque se eles estiverem com Covid-19 ou se acontecer alguma coisa, eu estou no mesmo prédio", exemplificou. A descoberta de uma nova maneira de trabalhar, remotamente, também foi pontuada na entrevista e é um dos elementos dessa transformação elencados por Leonardo Fernandes Nascimento, do Instituto de Ciências, Tecnologia e Inovação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
"Se o home office passar a ser durável e não só episódico, vamos experimentar novas formas de controle do trabalho", afirma. Além de novos tipos de vigilância, trabalhar em casa pode apagar a fronteira entre trabalho e vida doméstica, sem falar nos impactos emocionais. "A convivência no cotidiano do trabalho tem papel importante para a diluição dos afetos, ao invés de ficar tudo concentrado dentro de casa. Por mais que às vezes o trabalho gere estresse, no convívio com os colegas, estamos ali o tempo todo exercitando lidar com as diferenças."
Como conviver menos pessoalmente afetará o desenvolvimento de gerações futuras? Aliás, ao nos depararmos com desconhecidos, iremos agir da mesma forma? O professor imagina que não. "Em São Paulo, por exemplo, as pessoas dão um beijo apenas; aqui na Bahia, dão dois. Até a maneira de falarmos com as outras pessoas, se pegamos na mão ou não, se beijamos ou não, se vamos espirrar ou não em ambiente social, isso vai mudar totalmente."
As incertezas em torno da economia
Mesmo após mais de um mês desde a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, a sensação que predomina em diversos setores da atividade econômica é de que a pandemia ainda não chegou em seu momento mais crítico. De lá para cá, o vírus se espalhou por todos os estados e Distrito Federal, colocando o País em estado de calamidade pública. Mas o que isso representa para a economia?
No Ceará, basicamente significa que o decreto de isolamento social deverá passar por seguidas prorrogações. Apesar de aberto ao diálogo com representantes do setor produtivo, que pedem o fim da proibição de atividades não essenciais, o governador Camilo Santana (PT) já deixou claro que, se tiver que errar, será "pelo excesso, e não pela omissão". Assim, fica evidente que, enquanto houver risco, a saúde da população prevalecerá. O grande problema é que, no momento, não é possível saber até quando a pandemia será uma ameaça, o que consequentemente substitui o risco normal e inerente à atividade econômica pelo maior pesadelo dos empresários: a incerteza.
Entre os setores mais atingidos, estão comércio e serviços, aviação, bares e restaurantes. Para Ernani Reis, analista da Capital Research, startup de análise de investimentos, em meio às diversas incertezas que rodeiam esses setores, a recessão econômica é algo praticamente inevitável, fato que, inclusive, já foi indicado pelo Banco Central no fim de março, quando divulgou a sua primeira leitura negativa para o Produto interno Bruto (PIB) de 2020, de -0,48%.
De uma forma mais clara: a atividade econômica muito dificilmente crescerá neste ano e os setores que dela fazem parte já devem trabalhar com esta nova realidade. Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), o economista Ênio Arêa Leão considera a crise "iminente", restando "descobrir o tamanho dela". Ele afirma que não há dúvidas de que os efeitos da pandemia irão superar 2020, e que a recuperação real só se dará a partir do início do próximo ano.
Outro problema é que a retomada não será das mais rápidas. Mesmo que o isolamento social acabe e que o comércio e a indústria voltem a operar, estoques terão que ser repostos, consumidores precisarão se recuperar financeiramente e emocionalmente; e empresas terão que recomeçar. Consultor e economista, Henrique Marinho projeta, no mínimo, três meses para a situação voltar a normalidade no pós-coronavírus.
A tarefa de voltar aos eixos, porém, ficará mais difícil se o grande temor de empregadores, trabalhadores e poder público se concretizar durante a crise pandêmica: a alta do desemprego. Com a MP 936/2020, o Governo permitiu até o corte de salários para evitar demissões, mas, levando em conta que, mesmo sem o coronavírus, o número de desempregados subiu 0,4 ponto percentual entre os últimos meses de dezembro e fevereiro, chegado a 11,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é improvável que este patamar não fique maior após a crise, como explica Ernani Reis. "Se o isolamento social se prolongar além de abril, o número de desempregados no Brasil deve escalonar rapidamente e estender ainda mais a curva da tão desejada retomada econômica".
 
Arte: a expressão humana que nunca acabará
Quando se achou que a cortina seria fechada de vez, artistas de muitas linguagens mostraram a força da arte perante o cenário de pandemia no Brasil. Se, por um lado, os recursos que já eram escassos se apresentaram indisponíveis para futuros meses de produção cultural, por outro, a vontade de fazer acontecer se manifestou voraz. Foi assim que coletivos, grupos, bandas, editoras, escritores, sujeitos afins se entregaram aos teatros da web e compartilharam seu conteúdo e trabalho numa atitude de pura solidariedade aos isolados. Mentes que questionavam a importância da produção artística se viram "presas" a músicas, filmes, livros, séries, espetáculos que foram e são essenciais para a manutenção da saúde mental e do fruir da nossa humanidade. Tal despertar, oriundo da pandemia, está também na visão do secretário da Cultura do Estado, Fabiano Piúba, ao pensar o futuro. "O que podemos esperar para a pós-epidemia é a arte sendo vista como componente importante para a formação de repertórios, conteúdos, sensibilidades e alimento para a alma. A arte nos anima. A cultura tem uma função social e política de grande potência para nos auxiliar na saída de um estado de isolamento social para um estado de convívio baseado no respeito à diversidade humana, cultural e de espécies", diz ele que destaca, ainda, o papel da cultura na dimensão econômica. "A arte e a cultura podem assumir um papel estratégico no enfrentamento da crise financeira", ressalta. A perspectiva é semelhante à do secretário de Cultura do Município, Gilvan Paiva. "Eu espero que haja uma maior valorização dos artistas e da política pública de Cultura, que as pessoas compreendam que os artistas são profissionais fundamentais na sociabilidade humana. A arte e a cultura podem repactuar, reintegrar e reconectar as pessoas a uma vida melhor", avalia o gestor.
A artista visual Raisa Christina, que aproveitou o isolamento para lançar o projeto #nudesdaquarentena em sua página no Instagram, acredita que temos aprendido com a "estranha situação' de confinamento, a darmos ouvidos a nós mesmos. "Imagino que a produção em arte tende a pensar sobre a solidão, a qualidade dos encontros e a possibilidade de reinvenção de si a partir de nossos imaginários", aposta. Já a cantora Roberta Fiúza que, inclusive, está em recuperação da Covid-19, espera que os colegas se organizem mais. "Que sejam, de fato, mais empáticos entre si e parem de contar com um amanhã que não existe, ou seja, criar dentro das suas possibilidades uma receita básica e parar de planejar com cachês que são apenas datas em um papel".
Seja no campo da apreciação, da produção, da cadeia econômica ou das individualidades, a arte demonstrou, no isolamento (coletivo), que dá conta das nossas angústias, incertezas e subjetividades. Não há vida e nem futuro sem arte.
 
Esportes: sem previsão de retorno, a transformação no futebol já começou
Incerto, obscuro e nebuloso. Estes são alguns dos adjetivos usados por atores do esporte para classificar o futuro em meio à paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus. Todas as modalidades serão afetadas no Brasil, em especial o futebol, o mais popular do País. O impacto já é enorme. Clubes grandes em tradição e investimento sofrem para buscar alternativas. As agremiações menores são atingidas de forma mais traumática, precisando apelar -e ainda não conseguiram resposta - por ajuda financeira da maior entidade da modalidade, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ou partir para decisões mais drásticas de rescindir com seus elencos.
O calendário do futebol nacional e internacional parou. Não há previsão de volta. Sem jogos, as receitas foram atingidas em cheio. Especialista no mercado futebolístico, Fernando Ferreira estipula perdas de receitas entre 11% a 40%. Cotas de transmissão de campeonatos, patrocínios e programa de sócio-torcedor são arrecadações importantes dos clubes e serão afetadas com a quarentena mundial. Enquanto isso, as despesas precisam ser quitadas.
No cenário de dúvidas severas, os clubes têm colocado as contas na ponta do lápis. Na matemática da sobrevivência, é inevitável a discussão sobre a redução dos salários dos jogadores, que representa cerca de 40% da despesa total.
As principais equipes do País já acertaram reduções salariais e deram férias aos elencos. Os times menores ainda avaliam a situação e apelam à CBF por cotas que variam entre R$ 75 mil a R$ 250 mil mensais, além de isenção de taxas.
Não existe qualquer perspectiva de retorno. Mas qual a solução para o esporte? "O futebol não é diferente de outros mercados. Todo mundo precisa se ajudar. Grandes clubes com perspectiva de calendário precisam renegociar contratos e evitar demissões. O jogador tem que começar a rever seus custos como qualquer cidadão", avalia Chateaubriand Arrais, analista em marketing esportivo.
Chateaubriand acredita que a paralisação trará reflexões sobre gastos elevados no esporte. "Esse tempo vai ajudar a todo mundo refletir os absurdos de custos e gastos milionários. Precisa ser tudo revisto porque a desigualdade social no futebol é só um reflexo da sociedade."
Especialista em marketing esportivo, Evandro Ferreira projeta muitas mudanças diante da recessão econômica. "Já está acontecendo uma transformação no esporte profissional com times dispensando jogadores, renegociando salários, perdas de patrocinadores e cotas de TV revistas. O grande desafio será a reconstrução de um cenário próximo de terra arrasada", define.
 
Valorização da ciência brasileira será legado pós-pandemia
Pela primeira vez na história, o Brasil enfrenta uma crise de saúde pública que obriga a mudança na rotina de todos os cidadãos. Enquanto a quarentena perdura, a ciência ganha mais espaço nos noticiários e, consequentemente, nas discussões familiares.
"O que está acontecendo no meio da pandemia de Covid-19 é que a comunidade está entendendo o valor da ciência como nunca", percebe Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador geral do primeiro estudo brasileiro que investigará o número de infectados pelo novo coronavírus.
Apesar dos cortes de bolsas e do sucateamento sistemático da pesquisa nacional, principalmente nas universidades públicas, os cientistas ainda trabalham em "operação de guerra" para desvendar o novo coronavírus. Foi assim que uma equipe de cinco pesquisadoras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) transformaram o Brasil no país mais rápido a sequenciar o genoma do Sars-Cov-2, em apenas 48h.
Da mesma forma, Hallal acredita que a pandemia será o ponto inicial para compreender, de uma vez por todas, o que compõe o sistema de ciência e tecnologia. "As ciências sociais e humanas têm sido muitas vezes mal interpretadas e subfinanciadas. Nós precisamos imediatamente reverter esse quadro", reforça o reitor.
Afinal, o mapeamento de grupos vulneráveis à Covid-19 por contextos de pobreza e exclusão social se dá por pesquisas da área, para citar apenas um exemplo. "Não existe sociedade que se desenvolva só com pesquisa biomédica ou molecular, ou só de ciências sociais humanas. Todos os tipos de pesquisas são essenciais para a evolução da sociedade."
Mas para a ciência realmente habitar os lares brasileiros, é preciso aprender a simplificar a linguagem. "Eu tenho dado entrevista para veículos nacionais e percebi que nós [cientistas] vamos adaptando a linguagem para que a população entenda", comenta Hallal. Assim, a esperança é de que a ciência pós-pandemia também aprenda um novo idioma - menos técnico e mais simples. Mas jamais simplista.
No Brasil pós-pandemia, fica a certeza de que a ciência terá os brasileiros como novos aliados. Se isso significa que os governos vão converter essa valorização em políticas públicas de fomento à pesquisa, ainda é cedo para dizer. Para Hallal, no entanto, o certo seria que as autoridades nunca mais cogitem reduzir recursos para o setor: "Essa redução nunca salvou e nunca salvará crise econômica de país nenhum no mundo. Certamente, a única saída é por meio da ciência.
o povo

Ceará entra em transição para aceleração descontrolada do coronavírus, avalia Ministério

Boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde neste sábado, 4, revela que a transmissão de Covid-19 pode chegar a condição de aceleração descontrolada no Ceará. De acordo com os dados do relatório, a situação é semelhante em Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas, estados que também estão em mudança de fase epidêmica. Até o momento, o Estado tem 744 casos confirmados de coronavírus e 23 óbitos, segundo atualização da Secretaria de Saúde do Estado, realizada neste sábado.
Para a análise, o Ministério da Saúde considera o Coeficiente de Incidência nacional de 4,3 casos por 100 mil habitantes. Dentre as unidades federativas que também estão em transição para nova fase epidêmica, Distrito Federal apresentou o maior número de incidência da Covid-19, com 13,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida está o estado de São Paulo (9,7/100 mil), Ceará (6,8/100 mil), Rio de Janeiro e Amazonas (6,2/100 mil).
A epidemia é divida em quatro fases: epidemia localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle. Embora todos os estados brasileiros ainda estejam em fase inicial da transmissão, o Ministério da Saúde avalia o risco nacional como muito altoO País acumula um total de 10.278 casos e 431 óbitos.

Impacto sobre a saúde pública

O Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de máscaras faciais para todos, visto que dados científicos recentes apontam que a transmissão da Covid-19 pode ocorrer mesmo antes do indivíduo apresentar os primeiros sinais e sintomas da doença. Contudo, diante da insuficiência de insumos, a pasta recomenda aos cidadãos que produzam a sua própria máscara de tecido, com materiais disponíveis no próprio domicílio. A Prefeitura de Fortaleza, inclusive, lançou programa para produção de 2,5 milhões de máscaras de tecido.
"Esse fato, por si só, demonstra a gravidade da situação e a necessidade de manutenção das medidas de distanciamento social ampliada que foi adotada por diversos gestores estaduais e municipais. Esse é o único instrumento de controle da doença disponível no momento", relata o boletim. O relatório ainda reforça a importância de apoiar e proteger as pessoas com mais de 60 anos, grupo que enfrenta um risco significativo de desenvolver doenças graves.
Também é destacado no boletim a insuficiência do número de leitos de UTIs e de internação, que ainda não estão devidamente estruturado para a fase mais aguda da epidemia. Governo e Prefeitura têm construído hospitais de campanha para compensar a falta de leitos "Apesar de alguns medicamentos serem promissores, como a cloroquina associada à azitromicina, ainda não há evidência robusta de que essa metodologia possa ser ampliada para população em geral, sem uma análise de risco individual e coletivo. Nunca foi utilizada dessa maneira em larga escala. Precisa-se de mais duas a três semanas para que os resultados sejam efetivamente robustos e apoiem a adoção dessa medida", detalha o relatório.
Para o momento mais crítico da emergência no País, será necessária uma ampliação para realização de 30 a 50 mil
testes de RT-PCR por dia.

Estados devem manter medidas de distanciamento social

Segundo o entendimento do Ministério da Saúde, os estados que implementaram medidas de distanciamento social ampliado, devem mantê-las até que o suprimento de equipamentos estejam disponíveis em quantidade suficiente. São considerados nessa avaliação os leitos, equipamentos de proteção individual, respiradores e testes laboratoriais, e as equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros).
"O Ministério da Saúde avalia que as estratégias de distanciamento social adotadas pelos estados e municípios, contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde, como observado em países desenvolvidos como em Nova York (EUA), Itália, Espanha, China e recentemente no Equador", diz o relatório. Segundo o boletim, essas medidas temporárias permitem aos gestores tempo para estruturação dos serviços de atenção à saúde da população, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo.
O POVO

Galerista cearense Bia Perlingeiro falece neste sábado (4), deixando legado de trabalhos e afetos

O instante-agora sempre será a insígnia das pessoas destinadas à imortalidade. São feitas do presente e, por isso, é impossível referenciá-las num tempo que não seja esse. Não à toa, todos que falam de Bia Perlingeiro agem assim: evocam a ternura que caminha com ela e que nunca deixará de estar porque é tesouro vivo, confundido com o infinito.
“Devemos muito a Bia. Ela tem um papel fundamental na arte cearense nos últimos 32 anos. Com sua delicadeza, discrição e larga intuição, contribuiu para um salto qualitativo na apreciação da arte em Fortaleza”, afirma Dodora Guimarães, curadora de arte e presidente do Instituto Sérvulo Esmeraldo.
A memória que traz em palavras neste momento é justificada:  importante nome do circuito de arte cearense, Bia faleceu na tarde deste sábado (4), no Rio de Janeiro.
Ficou, porém, e com farta quantidade de pessoas, um legado incontornável de altivez e protagonismo. Com o marido, o também galerista e editor Max Perlingeiro, com quem estava casada há 30 anos, ela era responsável pela Multiarte, prestigiada galeria em Fortaleza, responsável por trazer importantes exposições, como a “Irmãos Campana” e "Leonilson por Antonio Dias - Perfil de uma coleção”.
O casal também administrava as sedes de São Paulo e do Rio de Janeiro da Pinakotheke Cultural, que já recebeu mostras de artistas como Tomie Ohtake e Candido Portinari.
Em solo cearense, Bia comandava os Grupos de Estudos Multiarte, frutos de apurada inspiração, trabalho e competência. O projeto, de cunho bastante pessoal, foi idealizado por ela como forma de estreitar conexões e promover um ambiente de diálogos e reflexões sobre o panorama da arte

AMPLITUDES

Nas redes sociais da Multiarte, o esposo e o filho do casal, Victor Perlingeiro, anunciaram o falecimento, pedindo conforto para enfrentar uma “dor imensurável”. “Agradecemos imensamente o tempo que pudemos conviver com ela, mulher, mãe, amiga, irmã, profissional ímpar, que deixa um lindo legado de amor, firmeza e coragem. Que possamos mantê-la em nossa lembrança e corações como a pessoa que ela sempre foi”, escreveram.
Por sua vez, diversos amigos e admiradores da trajetória de Bia expressaram o carinho alimentado por ela. A pesquisadora de arte Carol Vieira recorda da proximidade com uma mulher cheia de virtudes. Elas estreitaram os laços após uma feira de arte em São Paulo, há seis anos. Na ocasião, foi convidada para participar de um dos grupos de pesquisa da Galeria Multiarte.
Randal Pompeu, vice-reitor de extensão da Universidade de Fortaleza (Unifor), a conheceu na década de 1980 e, desde a data, evoca a admiração pela caminhada que trilhou. “O Ceará tem uma grande perda de uma grande incentivadora das artes. Ela era uma pessoa realmente iluminada, que sabia dividir alegria e fraternidade por onde ela passava”.
O arquiteto Marcus Novais, por sua vez, referencia a profissional como uma preciosa e insubstituível amiga. “Vou lembrar sempre dela como uma mulher diferenciada, doce, guerreira, de alma iluminada e essência transformadora, com uma sensibilidade única para perceber o outro, sempre pronta e presente. Deixa- nos um lindo legado ao universo das artes na nossa cidade e um norte nos caminhos a seguir”.
Para o artista plástico Sério Helle, Bia era sinônimo de generosidade. Ele frequentava sua galeria há três décadas, quando alí era estudante. “A gente estudou junto no Colégio Cearense. Ela montou grupos para que as pessoas estudassem arte na galeria, contratava professores. Não conheço ninguém nessa cidade que tenha feito mais pela arte do que a Bia”, relata. Sérgio a encontrou pela última vez no dia 11 de março deste ano. “Ela era uma pessoa cheia de planos, com um conhecimento sobre arte que eu nunca vi igual. Vou ser grato pelo resto da vida por tudo que ela fez”.
Filho de Candido Portinari, João Candido Portinari traz à memória o que Maria, sua esposa, dizia de Bia.
E é já na dobra da saudade que a escritora Ana Miranda também deixa palavras à amiga. “Era uma pessoa feita de bondade, beleza, sensibilidade, inteligência. Parecia uma luz dourada. Tinha o coração cheio de afeto e espalhava alegria. Fazia um trabalho magnífico de conscientização pelas artes com seus cursos e rodas de conversas, sempre criativos e de altíssima qualidade. Plantou sementes muito fortes. Saudades da Bia”.
Veja depoimento de  João Candido e Maria Portinari na íntegra
"Conhecemos e convivemos com a Bia, e podemos testemunhar  — Maria (minha esposa) e eu — da sua grandeza humana, e da intensidade com que ela se dedicou às artes, à sua família e aos seus amigos.
Junto com o nosso querido amigo Max ela formava uma das duplas mais competentes, mais dinâmicas, mais apaixonadas pela Arte brasileira em suas galerias de Fortaleza, Rio e São Paulo, onde promoveram importantíssimas exposições, sempre impecáveis em seus menores detalhes.
Tive oportunidade de conhecer e participar de reuniões de grupos de estudo na Galeria Multiarte idealizados e promovidos pela Bia, que congregava em torno de si profissionais não só das artes, mas também de outros setores, que ali se entregavam de corpo e alma à História da Arte, e suas ramificações, com a importante participação de seu filho Vitor.
Maria (minha esposa) sempre me dizia que Bia a fazia  se lembrar de minha mãe, por ter sido o braço direito e grande companheira do Max, como minha mãe o foi para meu pai. A Arte brasileira deve muito à Bia, assim como também seus amigos, tocados por sua mão sempre generosa, sensata e entusiasmada.
Estamos desolados com essa perda tão precoce, e sentindo a dor da sua família.
Que os anjos nos protejam a todos".
dn

Países endurecem confinamento e medidas no combate à Covid-19

O isolamento social tem sido uma ação crucial para combater a disseminação do novo coronavírus em muitos países. Um estudo do Imperial College, universidade de Londres renomada na área médica, revela que o confinamento e outras medidas restritivas salvaram a vida de quase 60 mil pessoas na Europa. Cada vez mais países têm adotado esse caminho, ainda que tarde para alguns.
Só para se ter noção, mais de 3,9 bilhões de pessoas, ou seja, metade da população mundial, já foram convidadas ou obrigadas pelos seus governos a ficarem em casa durante a pandemia. Esse balanço é da agência de notícias AFP. Desse total, ao menos 2,7 bilhões de habitantes, em 49 países e territórios, foram forçados a se confinarem. 
Na Europa, as restrições existem na Itália, Espanha, França e Reino Unido. Na Ásia, países como Índia, Nepal e Sri Lanka seguem essa cartilha. No Oriente Médio, Iraque, Jordânia, Líbano e Israel também. No continente africano, habitantes da África do Sul, Marrocos e Madagascar estão confinados. 
A Nova Zelândia, na Oceania, também está em isolamento. Nas Américas, os governos da Colômbia, Argentina, Peru e dos Estados Unidos também adotaram medidas restritivas. Todos numa força-tarefa para frear o avanço da pandemia. 
Essas medidas têm surtido efeito, segundo autoridades médicas. Na Itália, o país mais castigado pela pandemia, com quase 15 mil mortes até ontem, os casos da doença desaceleraram. Há cerca de uma semana, os casos aumentaram apenas 4%, em comparação com semanas anteriores. 
No entanto, o confinamento rigoroso imposto aos 60 milhões de italianos foi prorrogado até o domingo de Páscoa, no dia 12 de abril. Na Espanha, o segundo país com maior número de mortes – 11.744 –, com base em informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo não pretende afrouxar tão cedo o isolamento, apesar dos óbitos terem caído pelo segundo dia consecutivo entre a última quinta (2) e sexta-feira (3). 
O chefe do governo espanhol, Pedro Sanchez, decidiu, ontem, prorrogar por mais duas semanas, até 25 de abril, o confinamento. A França fez o mesmo. Com 6.507 pessoas mortas pela Covid-19, o governo do país impôs desde o dia 17 de março uma quarentena nacional até 15 de abril. 
No Reino Unido, a população também segue isolada. O governo britânico decretou a medida por, pelo menos, três semanas. O país já contabiliza 4.313 pessoas mortas. A Alemanha estendeu medidas de restrição até 19 de abril. Autoridades médicas afirmam que a propagação do vírus perde velocidade. 
Na hora 
Diferente deles, a Suíça, outro país europeu, não decretou confinamento e se limitou a fazer recomendações aos seus cidadãos para que cada um “assuma sua responsabilidade” e sigam as ordens. O país, que tem seis mil casos e 333 mortos por coronavírus, tem sido criticado por isso.
Os Estados Unidos, que são o novo epicentro mundial da doença, estão correndo para tentar conter o avanço da Covid-19. A começar por Nova York, a cidade com mais casos no território americano. 
O Equador, que vive em estado de calamidade, demorou a adotar medidas de restrição. Enquanto isso, em outros países como a Argentina, a ordem é clara: ficar em casa. O isolamento social no país foi ampliado até o dia 12 de abril. Desde o início de março, 20 pessoas morreram e 820 foram infectadas na Argentina em decorrência da Covid-19.
DN