Com dois gols de Peralta, a seleção mexicana deu um banho de postura
tática e derrotou a seleção canarinha na final do futebol masculino nas
Olimpíadas de Londres. O Brasil ficou com sua terceira medalha de prata
da história, e frustrou novamente a torcida, que tanto aguardava a
medalha de ouro.
Brasil fica com a terceira prata no futebol em Jogos Olímpicos FOTOS: Reuters
Mano Menezes apostou em um time mais cauteloso, tirando o atacante
Hulk para a entrada do volante Alex Sandro. Com isso, abdicou do ataque
para tentar ganhar o meio campo. Deu errado.
O México deu a saída de bola e, logo aos 30 segundos de jogo, o
lateral Rafael errou um passe na entrada da área. Sandro não alcançou a
bola e Oribe Peralta, camisa 9 mexicano, roubou a bola e tocou no canto
baixo direito do goleiro Gabriel. O arqueiro brasileiro, atrapalhado
pelo zagueiro Juan, não chegou a tempo na bola. Falha coletiva, apagão
brasileiro, e gol do México.
Neste momento - logo no início do jogo - todos os fantasmas dos
brasileiros em Olimpíadas afloraram, apavorando quem assistia a partida.
E quem a jogava. A torcida já gritava olé, com menos de dois minutos de
jogo.
Nitidamente, os brasileiros sentiram o gol. Não conseguiram controlar a partida.
Aos 19 minutos, o primeiro chute a gol do Brasil. Damião driblou pela
esquerda da grande área, e tocou para Oscar. O camisa 10 tocou fraco,
nas mãos do goleiro mexicano.
Muito bem postado no meio campo, o México não permitia que o Brasil
criasse jogadas efetivas de ataque. Com Oscar apagado, e Neymar muito
bem marcado, o Brasil, ineficiente na criação de jogadas, não oferecia
perigo ao México.
Mudança
Insatisfeito com a produção e com a postura da equipe, Mano desfez a
postura inicial, trocando Alex Sandro por Hulk, aos 31 do primeiro
tempo. Enfim, o Brasil começou a oferecer perigo.
Aos 36, a real grande chance. Marcelo tocou para Damião, que dentro da área, tocou para trás, mas a defesa afastou.
Veio então a melhor chance da primeira etapa. Aos 37, Hulk arriscou
de longe, obrigando o goleiro a praticar bela defesa. No rebote, Damião
chutou prensado e a bola foi para escanteio. Na cobrança, tranquilidade
para a meta mexicana.
Aos 40, Marcelo tabelou com Oscar, que tocou para Damião dentro da
área. O camisa 9 fez o pivô e tocou para Marcelo de volta. O lateral,
entretanto, desperdiçou outra boa chance, mandando a bola para a linha
de fundo.
Aos 41 do primeiro tempo, Marcelo quis driblar no lado esquerdo da
defesa, foi pressionado por Peralta e, ao tentar rifar a bola, acertou
com o chute a perna do atacante mexicano. Cartão amarelo para o camisa 6
brasileiro, que reclamou bastante da marcação.
O Brasil insistia pelo lado esquerdo. Aos 44, virou a jogada para a
direita. Hulk veio costurando pelo meio, e abriu novamente na esquerda.
Neymar cruzou, a defesa desviou, e Hulk cabeceou fraco, nas mãos do
goleiro.
A entrada de Hulk deu maior mobilidade ao ataque, além de dar nova
opção para as jogadas ofensivas. Mas não foi suficiente para mudar o
placar no primeiro tempo.
Apesar da maior posse de bola na primeira etapa, o Brasil não conseguiu criar o suficiente para oferecer perigo ao México.
Segundo tempo
A partida reiniciou com o Brasil querendo atacar e o México querendo se defender.
E com 30 segundos do segundo tempo, Hulk fez boa arrancada pela
direita e só foi parado na falta, na entrada da área. Cartão amarelo
para Diego Reyes, camisa 13 do México.
Mais participativo, Neymar chamava a responsabilidade, arriscando
jogadas e tabelas com os companheiros. Aos seis minutos, ele recebeu
passe dentro da área. Tentou driblar o marcador e perdeu a bola. Para
sorte do jogador brasileiro, o bandeirinha marcara impedimento. E aos
oito, o atacante causou preocupação geral. Após cruzamento de Oscar na
direita, o camisa 11 correu para cabecear, mas levou um soco do goleiro,
que afastou a bola. O atacante caiu no chão com o nariz sangrando e
teve de ser atendido fora de campo. Ao retornar, veio com um algodão no
nariz, para estancar o sangramento.
Com 13 minutos, outra boa chance desperdiçada. Hulk recebeu dentro da
área, se livrou de três, e tocou para o centro da área. Oscar recebeu,
rolou para Neymar, livre, mandar, de dentro da área, por cima, para fora
do gol.
Aos 18 minutos do segundo tempo, o Brasil escapou de levar o segundo.
Fabián recebeu dentro da área, e, de bicicleta, acertou o travessão do
goleiro Gabriel, que estava totalmente fora da jogada.
Com 23 minutos, outro susto: Peralta recebeu livre dentro da área
brasileira, e até marcou o segundo gol, mas estava impedido. Sorte do
zagueiro Juan, que chegou atrasado na jogada.
Oscar não conseguia jogar. E Leandro Damião não conseguia dar conta
dos defensores sozinho. Mano percebeu isso, e chamou Alexandre Pato, que
entrou no jogo no lugar de Sandro, aos 25 minutos.
Aos 27, outra falha do goleiro brasileiro arrancou suspiros
assustados da torcida. Ele saiu mal após cobrança de escanteio do México
e Fabián, de novo, cabeceou por cima do gol.
E de tanto insistir, o México conseguiu. Após cobrança de falta, aos
29 minutos, o carrasco Peralta aproveitou-se de outra falha clamorosa da
defesa brasileira e, de cabeça, mandou para o fundo das redes. 2x0, e a
decepção brasileira mais uma vez, decretada.
A partida seguiu da mesma forma: o Brasil não conseguia criar, e o
México assustava nos contra-ataques, graças à fragilidade da defesa
canarinha.
Discussão
Faltando sete minutos para terminar o jogo, o desespero brasileiro
ficou estampado em uma discussão de Rafael com o zagueiro Juan. O
lateral quis driblar no meio campo, e perdeu a bola. O zagueiro tentou
ajudar, correndo atrás do jogador mexicano. O lateral, então, cometeu
falta perigosa próxima à grande área. Juan, então, gritou bastante com o
lateral. Após a cena, Mano chamou o lateral e colocou o meia-atacante
Lucas em seu lugar.
Nos acréscimos, Hulk recebeu na área, pela direita. Avançou, chutou cruzado, e diminuiu para o Brasil. Um minuto depois, Hulk cruzou da direita e Oscar, livre dentro da área, cabeceou para fora.
Mas já era tarde. Brasil 1x2 México. O sonho do ouro no futebol olímpico foi adiado por quatro anos, mais uma vez.
Nos acréscimos, Hulk recebeu na área, pela direita. Avançou, chutou cruzado, e diminuiu para o Brasil. Um minuto depois, Hulk cruzou da direita e Oscar, livre dentro da área, cabeceou para fora.
Mas já era tarde. Brasil 1x2 México. O sonho do ouro no futebol olímpico foi adiado por quatro anos, mais uma vez.
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