Com a promessa de oferecer 23 mil empregos diretos, CSP pode ajudar a solucionar gargalos no local
Do pequeno agricultor que confia sua sobrevivência a uma atividade que tem perdido espaço a cada ano ao empresário ávido por novos clientes, os mais de 44 mil habitantes do Município de São Gonçalo do Amarante convivem com uma certeza. Nos próximos anos, a cidade passará por transformações que afetarão a vida de todos os moradores.
Com a vinda de grandes empreendimentos previstos para Caucaia, São Gonçalo do Amarante e cidades próximas ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a população já vive um período de intensas mudanças, conciliando o otimismo do desenvolvimento e a preocupação com impactos sociais e ambientais. Os efeitos reais da transformação que deverá ocorrer nos próximos anos ainda não podem ser mensurados com exatidão, mas apontam para uma corrida contra o tempo para que os benefícios se concretizem FOTO: ALEX COSTA
Em meio à perspectiva de mudança, contrastam, nas declarações e nos semblantes dos habitantes, sinais de otimismo, saudosismo e receio. Independente dos sentimentos de cada um, todavia, todos projetam seus pensamentos para um único ponto - o futuro que chega a um ritmo cada vez mais acelerado.
Com a primeira estaca cravada no dia 17 de julho último, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) é hoje o maior ícone das alterações previstas para uma cidade que, apesar do desenvolvimento que já ocorre, enfrenta deficiências ligadas à infraestrutura e à educação.
Com a promessa de oferecer 23 mil empregos diretos e indiretos - dado que representa cerca de 79% dos 29 mil moradores do município que têm entre 15 e 64 anos, a usina se apresenta como uma oportunidade gigantesca para aqueles que procuram postos de trabalho ou enriquecimento através do fornecimento de produtos ou serviços.
Mesmo antes de entrar em operação, siderúrgica deverá gerar mudanças FOTO: ALEX COSTA
Com investimento que supera US$ 5 bilhões, o empreendimento, antes de operar, poderá ser responsável por ajudar a solucionar gargalos como a baixa escolaridade de São Gonçalo, onde 20% da população maior de 15 anos é analfabeta.
O índice de médicos por cada mil habitantes (0,84), que é inferior à média do Estado (1,15), e o percentual de domicílios atendidos com abastecimento de água pela rede pública (50,25%) e com rede de esgoto (178,8%), são outros pontos que podem ser aprimorados em curto prazo.
Benefícios se espalham
Também é consenso, porém, que os benefícios da instalação da siderúrgica se estenderão por dezenas de outras cidades, afetando o entorno do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e municípios mais distantes que já fornecem mão de obra e produtos, como Limoeiro do Norte e Sobral.
Há décadas aguardada no Ceará, a siderúrgica traz consigo a promessa de atrelar a suas atividades uma postura de sustentabilidade atenta aos impactos que serão gerados ainda durante a construção.
Com investimentos vultosos voltados para a preservação ambiental, estudos destinados à valorização da mão de obra local e diálogo intenso com o poder público e com entidades que acompanham o processo de instalação, a siderúrgica cearense deve levar o Estado a uma posição de ainda mais destaque no cenário internacional.
Enquanto todas as perspectivas aguardam o momento certo para a concretização, as cidades no entorno vivem a agitação da expectativa e o anseio do planejamento, à espera de que comece a se tornar mais nítido o resultado dos investimentos dos empresários e pequenos comerciantes e da chegada de centenas de estrangeiros, principalmente da Coreia do Sul.
Por hora, o ritmo acelerado de crescimento, que aponta para uma série extensa de benefícios, já mostra também alguns efeitos negativos, como a especulação imobiliária e a maior demanda da população por serviços básicos, como saúde, segurança, mobilidade e educação.
JOÃO MOURAREPÓRTER
Do pequeno agricultor que confia sua sobrevivência a uma atividade que tem perdido espaço a cada ano ao empresário ávido por novos clientes, os mais de 44 mil habitantes do Município de São Gonçalo do Amarante convivem com uma certeza. Nos próximos anos, a cidade passará por transformações que afetarão a vida de todos os moradores.
Com a vinda de grandes empreendimentos previstos para Caucaia, São Gonçalo do Amarante e cidades próximas ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a população já vive um período de intensas mudanças, conciliando o otimismo do desenvolvimento e a preocupação com impactos sociais e ambientais. Os efeitos reais da transformação que deverá ocorrer nos próximos anos ainda não podem ser mensurados com exatidão, mas apontam para uma corrida contra o tempo para que os benefícios se concretizem FOTO: ALEX COSTA
Em meio à perspectiva de mudança, contrastam, nas declarações e nos semblantes dos habitantes, sinais de otimismo, saudosismo e receio. Independente dos sentimentos de cada um, todavia, todos projetam seus pensamentos para um único ponto - o futuro que chega a um ritmo cada vez mais acelerado.
Com a primeira estaca cravada no dia 17 de julho último, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) é hoje o maior ícone das alterações previstas para uma cidade que, apesar do desenvolvimento que já ocorre, enfrenta deficiências ligadas à infraestrutura e à educação.
Com a promessa de oferecer 23 mil empregos diretos e indiretos - dado que representa cerca de 79% dos 29 mil moradores do município que têm entre 15 e 64 anos, a usina se apresenta como uma oportunidade gigantesca para aqueles que procuram postos de trabalho ou enriquecimento através do fornecimento de produtos ou serviços.
Mesmo antes de entrar em operação, siderúrgica deverá gerar mudanças FOTO: ALEX COSTA
Com investimento que supera US$ 5 bilhões, o empreendimento, antes de operar, poderá ser responsável por ajudar a solucionar gargalos como a baixa escolaridade de São Gonçalo, onde 20% da população maior de 15 anos é analfabeta.
O índice de médicos por cada mil habitantes (0,84), que é inferior à média do Estado (1,15), e o percentual de domicílios atendidos com abastecimento de água pela rede pública (50,25%) e com rede de esgoto (178,8%), são outros pontos que podem ser aprimorados em curto prazo.
Benefícios se espalham
Também é consenso, porém, que os benefícios da instalação da siderúrgica se estenderão por dezenas de outras cidades, afetando o entorno do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e municípios mais distantes que já fornecem mão de obra e produtos, como Limoeiro do Norte e Sobral.
Há décadas aguardada no Ceará, a siderúrgica traz consigo a promessa de atrelar a suas atividades uma postura de sustentabilidade atenta aos impactos que serão gerados ainda durante a construção.
Com investimentos vultosos voltados para a preservação ambiental, estudos destinados à valorização da mão de obra local e diálogo intenso com o poder público e com entidades que acompanham o processo de instalação, a siderúrgica cearense deve levar o Estado a uma posição de ainda mais destaque no cenário internacional.
Enquanto todas as perspectivas aguardam o momento certo para a concretização, as cidades no entorno vivem a agitação da expectativa e o anseio do planejamento, à espera de que comece a se tornar mais nítido o resultado dos investimentos dos empresários e pequenos comerciantes e da chegada de centenas de estrangeiros, principalmente da Coreia do Sul.
Por hora, o ritmo acelerado de crescimento, que aponta para uma série extensa de benefícios, já mostra também alguns efeitos negativos, como a especulação imobiliária e a maior demanda da população por serviços básicos, como saúde, segurança, mobilidade e educação.
JOÃO MOURAREPÓRTER