O tráfico de drogas e a rivalidade de gangues fizeram a taxa de homicídios subir 6,9% comparada à de 2012
O ano de 2013 terminou com muitas preocupações na área da Segurança Pública no Estado do Ceará. Os altos índices de homicídios ainda são uma permanente ´dor de cabeça´ para os gestores da Pasta. A Grande Fortaleza é o principal foco das ocorrências de homicídios dolosos (aqueles em que há a intenção deliberada de matar).
Cenas como estas se repetiram dezenas de vezes na Capital, por conta da violência FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Estatísticas da Editoria de Polícia do Diário do Nordeste, baseadas nos registros publicados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, apontam que o número de mortes violentas produzidas por armas (brancas e de fogo, além de outros modos) na Capital cearense e sua região metropolitana teve um aumento da ordem de 6,9 por cento em comparação a 2012.
De 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de 2013, foram praticados 2.754 assassinatos. No ano passado, foram 2.575. Em 2013, somente na Capital ocorreram 1.998 casos, enquanto nos demais municípios metropolitanos registraram-se 756 assassinatos. Em todo o Estado, de janeiro a novembro, a SSPDS contabilizou 4.083 homicídios.
Redutos
Em Fortaleza, os bairros que apresentaram os maiores índices de homicídios dolosos no ano passado foram os seguintes: Bom Jardim, Barra do Ceará, Jangurussu, Barroso, Genibaú, Conjunto Prefeito José Walter, Vila Velha, Pici, Pirambu, Bela Vista, Planalto Ayrton Senna, Vicente Pinzón, Praia do Futuro, Granja Lisboa, Granja Portugal, Siqueira e a Grande Messejana.
Ja na região metropolitana, os distritos da Pajuçara, em Maracanaú, e Jurema, em Caucaia, permaneceram no topo dos redutos mais violentos da Grande Fortaleza junto com a Capital.
Para a Polícia, a maioria dos assassinatos dolosos ainda está ligada diretamente ao tráfico e consumo de drogas. Rixas entre quadrilhas, ´cobranças´ de dívida do tráfico, queima-de-arquivo e confrontos de gangues são fatos corriqueiros neste cenário.
Mas, a disputa de território de venda de entorpecentes é o principal combustível da ´guerra urbana´ que resulta na triste e preocupante estatística. Neste cenário, além de Fortaleza, também se destacam no ranking dos municípios mais violentos da RMF, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, Pacajus e Horizonte.
No Grande Bom Jardim, o chamado ´Território da Paz´, continua apresentado alta taxa de homicídios dolosos, apesar do intenso trabalho que a Polícia Militar tem feito de forma diuturna. Em 2013, foram praticados ali 226 homicídios, distribuídos da seguinte forma: Bom Jardim, 71 casos; Granja Lisboa,53; Siqueira, 40; Granja Portugal, 36; e Canindezinho, 26.
Trabalho
Para 2014, a SSPDS promete inaugurar a Divisão de Combate aos Entorpecentes, que, em parceria com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vai auxiliar na repressão ao tráfico de drogas e, consequentemente, na redução dos homicídios dolosos.
Gangues
Durante todo o ano que passou, a Polícia Militar realizou um trabalho contínuo para conter outra forma de violência que se instalou em diversos bairros periféricos de Fortaleza e sua região metropolitana. O confronto de gangues rivais em favelas.
Foi o que aconteceu na Comunidade do São Miguel, onde a rivalidade entre grupos armados das favelas da Mangueira e do Coqueirinho desafiam as autoridades. Ali, nada menos que 42 assassinatos foram, praticados em 2013. Foram 15 a mais que no ano anterior. A PM fez um grande esforço de desarmamento na região e conseguiu prender diversos chefes das gangues. Mesmo assim, não foi o suficiente para estancar o derramamento de sangue na comunidade. Hoje, o São Miguel está se tornando uma terra ´fantasma´, pois os moradores vêm, paulatinamente, abandonando o lugar, deixando suas casas vazias.
Outro bairro que sofre com a violência armada é a Barra do Ceará. Em 2013, foram 74 assassinatos, a maioria de jovens que estariam ligados ao tráfico de drogas na zona Oeste.
No Pirambu, os confrontos envolvem integrantes de gangues inimigas das ruas Santo Inês e Santo Inácio, além de bandidos de um lugar conhecido por ´Caldeirão´. E o palco dos tiroteios é a Praça do Abel e a Vila do Mar, próximas das duas vias.
No bairro Vila Velha, as gangues se enfrentaram constantemente e produziram em 2013 um rastro de sangue e dor. Foram 42 homicídios dolosos, a maioria envolvendo membros das gangues V-8 e ´Gafanhotos´. No Antônio Bezerra, a rivalidade que provoca tiroteios e mortes envolve gangues de duas favelas vizinhas, a do Sossego e a dos Plásticos. No Conjunto Palmeiras, no Jangurussu, foram 33 mortes, e 36 na Sapiranga.
FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA
O ano de 2013 terminou com muitas preocupações na área da Segurança Pública no Estado do Ceará. Os altos índices de homicídios ainda são uma permanente ´dor de cabeça´ para os gestores da Pasta. A Grande Fortaleza é o principal foco das ocorrências de homicídios dolosos (aqueles em que há a intenção deliberada de matar).
Cenas como estas se repetiram dezenas de vezes na Capital, por conta da violência FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Estatísticas da Editoria de Polícia do Diário do Nordeste, baseadas nos registros publicados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, apontam que o número de mortes violentas produzidas por armas (brancas e de fogo, além de outros modos) na Capital cearense e sua região metropolitana teve um aumento da ordem de 6,9 por cento em comparação a 2012.
De 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de 2013, foram praticados 2.754 assassinatos. No ano passado, foram 2.575. Em 2013, somente na Capital ocorreram 1.998 casos, enquanto nos demais municípios metropolitanos registraram-se 756 assassinatos. Em todo o Estado, de janeiro a novembro, a SSPDS contabilizou 4.083 homicídios.
Redutos
Em Fortaleza, os bairros que apresentaram os maiores índices de homicídios dolosos no ano passado foram os seguintes: Bom Jardim, Barra do Ceará, Jangurussu, Barroso, Genibaú, Conjunto Prefeito José Walter, Vila Velha, Pici, Pirambu, Bela Vista, Planalto Ayrton Senna, Vicente Pinzón, Praia do Futuro, Granja Lisboa, Granja Portugal, Siqueira e a Grande Messejana.
Ja na região metropolitana, os distritos da Pajuçara, em Maracanaú, e Jurema, em Caucaia, permaneceram no topo dos redutos mais violentos da Grande Fortaleza junto com a Capital.
Para a Polícia, a maioria dos assassinatos dolosos ainda está ligada diretamente ao tráfico e consumo de drogas. Rixas entre quadrilhas, ´cobranças´ de dívida do tráfico, queima-de-arquivo e confrontos de gangues são fatos corriqueiros neste cenário.
Mas, a disputa de território de venda de entorpecentes é o principal combustível da ´guerra urbana´ que resulta na triste e preocupante estatística. Neste cenário, além de Fortaleza, também se destacam no ranking dos municípios mais violentos da RMF, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, Pacajus e Horizonte.
No Grande Bom Jardim, o chamado ´Território da Paz´, continua apresentado alta taxa de homicídios dolosos, apesar do intenso trabalho que a Polícia Militar tem feito de forma diuturna. Em 2013, foram praticados ali 226 homicídios, distribuídos da seguinte forma: Bom Jardim, 71 casos; Granja Lisboa,53; Siqueira, 40; Granja Portugal, 36; e Canindezinho, 26.
Trabalho
Para 2014, a SSPDS promete inaugurar a Divisão de Combate aos Entorpecentes, que, em parceria com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vai auxiliar na repressão ao tráfico de drogas e, consequentemente, na redução dos homicídios dolosos.
Gangues
Durante todo o ano que passou, a Polícia Militar realizou um trabalho contínuo para conter outra forma de violência que se instalou em diversos bairros periféricos de Fortaleza e sua região metropolitana. O confronto de gangues rivais em favelas.
Foi o que aconteceu na Comunidade do São Miguel, onde a rivalidade entre grupos armados das favelas da Mangueira e do Coqueirinho desafiam as autoridades. Ali, nada menos que 42 assassinatos foram, praticados em 2013. Foram 15 a mais que no ano anterior. A PM fez um grande esforço de desarmamento na região e conseguiu prender diversos chefes das gangues. Mesmo assim, não foi o suficiente para estancar o derramamento de sangue na comunidade. Hoje, o São Miguel está se tornando uma terra ´fantasma´, pois os moradores vêm, paulatinamente, abandonando o lugar, deixando suas casas vazias.
Outro bairro que sofre com a violência armada é a Barra do Ceará. Em 2013, foram 74 assassinatos, a maioria de jovens que estariam ligados ao tráfico de drogas na zona Oeste.
No Pirambu, os confrontos envolvem integrantes de gangues inimigas das ruas Santo Inês e Santo Inácio, além de bandidos de um lugar conhecido por ´Caldeirão´. E o palco dos tiroteios é a Praça do Abel e a Vila do Mar, próximas das duas vias.
No bairro Vila Velha, as gangues se enfrentaram constantemente e produziram em 2013 um rastro de sangue e dor. Foram 42 homicídios dolosos, a maioria envolvendo membros das gangues V-8 e ´Gafanhotos´. No Antônio Bezerra, a rivalidade que provoca tiroteios e mortes envolve gangues de duas favelas vizinhas, a do Sossego e a dos Plásticos. No Conjunto Palmeiras, no Jangurussu, foram 33 mortes, e 36 na Sapiranga.
FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA
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