Uma esperança para o litoral cearense devastado pela erosão, a oeste de Fortaleza, está no conteúdo da matéria “Icaraí] Projeto de contenção prevê seis quebra-mares”, da repórter Sara Oliveira (Editoria Cotidiano, página 5, na edição de sexta-feira passada, dia 10, do O POVO. Além da praia do Icaraí, as vizinhas do Pacheco e de Iparana, as três no município de Caucaia, também sofrem os efeitos do processo, numa costa que já foi paraíso para os banhistas. Já na orla marítima oriental do Estado, a degradação também alcançou praias de Cascavel e de Icapuí.
A grande lição ambiental que o cearense poderia ter assimilado antes foi a construção do Porto do Mucuripe, inaugurado em 1953. O escritor fortalezense Herman Lima (1897-1981), cuja família possuiu casa na praia de Iracema, lembrava que o próprio pai, conhecedor das correntes marítimas ao largo da capital, advertia no início do século XX sobre as consequências que a cidade sofreria com a construção do quebra-mar para o futuro cais. Num Ceará sem baías naturais ou estuários de tamanho adequado para receber as embarcações de maior porte, a opção foi criar uma bacia artificial de águas mais tranquilas, que proporcionasse melhor fundeamento aos navios no Mucuripe. Os primeiros desdobramentos estiveram na destruição da orla da própria Iracema. Estudos encomendados a um laboratório hidrográfico em Grenoble, na França, propuseram a construção do m olhe adicional do Titanzinho, na praia do Futuro, a fim de contornar o problema.
Até o começo da década de 1980, essa questão de praia erodida era desconhecida no Icaraí, Pacheco e Iparana. No caso da terceira, prejudicou inclusive o funcionamento e a frequência de pessoas na colônia de férias do Serviço Social do Comércio (Sesc), existente no local. Que a proposta calculada entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões para o Icaraí gere uma expectativa positiva. Em caso de sucesso, a experiência poderia servir de subsídio para outros litorais apresentando as mesmas sequelas, no Estado, no Brasil e no mundo.
o povo
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