segunda-feira, 23 de maio de 2016

Rebelião no “Carrapicho” marca 3º dia de crise do sistema penitenciário no Ceará.

O clima instaurado de tensão no sistema carcerário continuou durante esta segunda-feira (23), com uma rebelião na Unidade Prisional Desembargador Adalberto de Oliveira Barros Leal, conhecida como “Carrapicho“, em Caucaia. A confusão teve início por volta das 15h e seguiu até a noite.
Desde que teve início o motim, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais, Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas, e profissionais do Corpo de Bombeiros estão na parte interna do presídio. De acordo com as esposas de internos, a rebelião teria começado após uma vistoria realizada pelos policiais militares, e não por agentes penitenciários, no pavilhão 3.
“Os policiais disseram que tinha um túnel lá e foram ver, mas quem deve fazer isso são os agentes penitenciários, aí começou tudo”, afirmou uma das mulheres que esteve lá desde o início da tarde.
Além disso, as mulheres que mantêm contato com os presidiários disseram ainda que a situação está caótica. “Eles estão sem água, sem luz, telefone, sem alimentação e também apanhando”, desabafou a esposa de um detento. Ela ainda completou exigindo que o Governo tome alguma posição sobre as ocorrências. “A gente quer o secretário de Segurança, o coordenador geral, o governador, direitos humanos, mas não aparece nenhum aqui para resolver isso”, reiterou.
A todo momento estrondos são ouvidos na parte externa da unidade e muita fumaça também é vista. Em determinado momento, as mulheres bloquearam a entrada de policiais no local. Várias ambulâncias também estão no local para dar suporte aos feridos. O número de feridos e outras informações da rebelião no Carrapicho ainda não foram atualizada pela Secretaria de Justiça do Estado do Ceará (Sejus-Ce).
Reunião 
Durante a tarde, ocorreu também uma manifestação de mulheres de detentos das outras unidades prisionais do Estado, no bairro Meireles. Antes da reunião com o secretario-adjunto Sandro Camilo, elas bloquearam as ruas Tenente Benévolo e Idelfonso Albano por cerca de 30 minutos.
O resultado da reunião que durou pouco mais uma hora foi que, na próxima quarta-feira (25), elas poderão visitar seus parentes e levar pertences pessoais. Contudo, a normalização das visitas ainda está em análise.
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