quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Número de vítimas de acidentes no Anel Viário cresce 22% em 2012

População acredita que ocorrências diminuam com a conclusão das obras, prevista para até o início de 2015

Estima-se que, diariamente, cerca de 70 mil veículos trafeguem pelo Anel Viário Metropolitano. Desses, aproximadamente 70% são veículos pesados, como caminhões de transporte de cargas. Além de um fluxo intenso, a região é marcada pelo alto índice de acidentes. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de vítimas de 2012 já excedeu em 22% o do ano passado.

Os serviços na estrutura viária recomeçaram após acordo entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), em dezembro do ano passado Foto: Marília Camelo

Enquanto ao longo de 2011, foram nove mortos. Neste ano, até setembro, já contabilizam-se 11 vítimas. Os acidentes já são 212, somente em 2012. Para quem trafega diariamente pelos 32 quilômetros de via, a única solução vista para a redução destes acidentes é a conclusão das obras do Anel Viário. Porém, a previsão é somente para o fim de 2014 ou começo de 2015, segundo afirma o Departamento Estadual de Rodovias (DER).

A população que vive do comércio no entorno da via não acredita no cumprimento destes prazos. "Há uns dois anos, essa obra começou e parou, neste ano recomeçou novamente, porém, a passos muito lentos. Quem sabe para 2020 esteja pronta", acredita o comerciante Francisco Pedro da Silva, 48 anos, morador de Maracanaú.

O reinício dos trabalhos ocorre após acordo firmado, em dezembro do ano passado, entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Ao governo estadual caberá a execução e ao órgão federal, os recursos, no valor de R$ 200.465.573,22.

Segundo a assessoria de imprensa do DER, está em execução o trecho que compreende a duplicação do Km 22, da BR-222, este corresponde a 8% da obra. Além da construção dos viadutos e pontes, também inclusos nesta porcentagem.

Convênio

Um convênio celebrado no passado estabeleceu, para o início de 2012, o início das obras do Anel Viário, por meio da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) e do DER.

A retomada das ações, de acordo com a assessoria, se deram, num primeiro momento, com as chamadas obras de arte, tais como pontes e viadutos. A intervenção acontece a partir da ponte sobre o Rio Siqueira e do viaduto da BR-020. Num segundo momento, serão executadas obras na ponte sobre o Rio Coaçu, CE-060 e CE-065.

Apesar da interrupção dos serviços, a reforma é vista como um meio que permitirá a melhoria de tráfego, principalmente para o Distrito Industrial de Maracanaú, Maranguape e Ceasa, que atualmente sofre com o congestionamento. É naquele trecho que há um intenso fluxo de veículos pesados. A duplicação é parte do Plano de Logística de Transporte do Porto do Pecém. A nova pista será de pavimento de concreto, mais resistente e com maior durabilidade.

Atualmente, a pista possui 11 metros de largura. Ao fim das obras, sua medida horizontal será, na verdade, triplicada. Serão 16,5 metros de um lado e 16,5 metros do outro, totalizando 33 metros. A extensão inclui canteiro central, ciclovias laterais, retornos, acostamentos e nova sinalização na rodovia.

Extensão
Um total 32 quilômetros compreendem o Anel Viário, que começa no Eusébio, segue por Itaitinga, passa por Maracanaú, Maranguape e termina em Caucaia.

A construção foi iniciada em 1981, sendo concluída em 1987. O Anel Viário passa pelos municípios de Eusébio (2,6 Km), Fortaleza (5,6 Km), Itaitinga (0,5 Km), Maracanaú (12,66 Km) e Caucaia (10,64 Km). A estrutura permite que cinco das seis rodovias federais e estaduais que dão acesso a Fortaleza sejam interligadas: CE-040, BR-116, CE-060, CE-065 e BR-222.

Problemas irritam motoristas
Os motoristas que saem de Sobral rumo à Capital possuem duas opções de caminho: a BR-222, que passa por um recapeamento; e a CE-178, cujas obras de restauração acabaram ano passado. Os problemas de locomoção entre as duas cidades não são atuais. No ano passado, a BR foi palco de um rally, que contou com a presença do governador do Estado, Cid Gomes.

O pior trecho, segundo motoristas, são os 30 quilômetros que ligam Itapajé a Umirim, seguido pelo que liga Itapajé a Patos. Ambos estão em obras de restauração, manutenção e sinalização.

De acordo com a assessoria do Departamento Estadual de Rodovias (DER), a boa condição da CE-178 se dá devido à manutenção permanente que é feita. Conforme informações do órgão, o Estado possui, atualmente, 11 distritos operacionais atuando diariamente.

No Ceará, há 2.181quilômetros de rodovias federais sob responsabilidade do Dnit. As estradas mais danificadas são as BR-222 que liga Fortaleza à região norte, a BR-020 e a BR-116, que liga a Capital ao sul do Estado. Pelo menos em 400 quilômetros dessas duas vias, há trechos danificados, apresentando buracos e deficiência na sinalização.

O trecho de 20 quilômetros próximo ao triângulo de acesso à cidade de Ipaumirim, na BR-116, está estragado, obrigando os motoristas a trafegarem na contramão e em ziguezague os inúmeros buracos. As rodovias estaduais apresentam, no geral, situação de regularidade, com trechos reconstruídos e outros com serviço de tapa-buracos, segundo o DER.

As rodovias estaduais, de acordo com o DER estão em bom estado. A CE-187, que corta vários Municípios dos sertões de Crateús, já se encontra com buracos no trecho que liga Crateús a Tamboril, apesar de ter sido pavimentada há pouco mais de um ano. Sobre o trecho, a assessoria do órgão disse que "diariamente os distritos operacionais do DER fazem trabalho de conservação que inclui ações de tapa buraco".

Trânsito

70% dos veículos que trafegam diariamente pelo Anel Viário são pesados, como caminhões de transporte de cargas. Neste ano, já houve 11 vítimas de acidentes


THAYS LAVORREPÓRTER

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