O ministro da Fazenda, Guido Mantega, relatou nesta segunda-feira, 20, que fazia uma exposição sobre a economia brasileira à presidente Dilma Rousseff, quando recebeu a notícia de que a agência Moody's tinha elevado a nota de risco do Brasil.
Em entrevista no Palácio do Planalto após a reunião de coordenação política do governo, Mantega ressaltou que o País continua crescendo a uma velocidade de 4,5% e que a inflação este ano deverá ficar dentro da meta, entre 6,15% e 6,20%. "Por acaso, enquanto estávamos falando sobre a economia, recebemos a notícia de que a Moody's melhorou o grau e a avaliação do Brasil, elevando o rating dos bônus do governo brasileiro de Baa3 para Baa2", disse. "Melhorou a percepção do Brasil, que está sendo considerado País de elevada robustez da economia."
Segundo Mantega, a presidente Dilma Rousseff ficou satisfeita com a avaliação feita pela Moody's. Na entrevista, Mantega leu um texto sobre os motivos apresentados pela agência para melhorar a classificação de risco do País. Ele disse que há uma evidente continuidade de políticas econômicas, baixa suscetibilidade à crise internacional associada à expansão do crédito e há uma perspectiva de crescimento econômico nos próximos anos.
Mantega lembrou que o governo brasileiro fez um ajuste no início do ano, que desacelerou o crescimento. Ele observou que outros países, especialmente os desenvolvidos, fizeram caminho contrário na tentativa de acelerar suas economias. "Hoje a economia (brasileira) está crescendo numa velocidade de cruzeiro, de 4,5% ao ano", afirmou. "Os indicadores mostram uma acomodação da inflação perto de zero porcento. É muito bom, se comparado a outros países."
O ministro lembrou que o Japão enfrenta problemas decorrentes do terremoto, a Grécia, problemas de dívida, e países, como os Estados Unidos, estão vivendo o pior momento desde a crise financeira internacional de 2008. "Acreditamos que eles vão se recuperar, mas vão se arrastar por meses e até anos."
Mantega disse que o crescimento do Brasil este ano não será igual ao do ano passado. "É claro que nos acostumamos mal com o crescimento de 7,5%, mas o crescimento este ano está se dando com consolidação fiscal, aumentos do primário (superávit) e contas públicas sólidas."
O ministro afirmou que o governo manterá "vigilância" para evitar um aumento da inflação e tomará medidas, se for necessário. "A inflação agora está sob controle e deverá ficar próximo de zero porcento. O governo brasileiro estará fazendo uma política de combate à inflação adequada. Neste ano de 2011 a inflação ficará dentro do limite da meta. Se isso ocorrer, será o sexto ano consecutivo." O ministro disse que há setores ainda com problemas na economia brasileira, como o de manufaturados, que, segundo ele, sofre com a crise nos países desenvolvidos.
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