A revista Veja desta semana traz novas revelações sobre o esquema
ilegal de financiamento de partidos em troca de sustentação política do
governo, conhecido como Mensalão. Segundo a publicação, o empresário
Marcos Valério - que já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e peculato, e que ainda
será julgado por evasão de divisas e formação de quadrilha - tem se
queixado a pessoas próximas, identificadas como parentes, amigos e
associados, que está arrependido de ter trocado seu silêncio no início
do processo por uma garantia de pena branda, o que está cada vez mais
improvável.
Segundo essas revelações que teriam sido feitas a terceiros, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria "no epicentro do
escândalo" e teria "se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para
a engrenagem clandestina". O controle da contabilidade cabia ao então
tesoureiro do PT, Delúbio Soares, outro réu no processo do Mensalão. O
ex-ministro José Dirceu, segundo a reportagem, avalizava a negociação.
Também segundo essas revelações, o montante do esquema era maior que os
R$ 55 milhões que a SMP&B tomou junto aos Bancos Rural e BMG e do
que os R$ 74 milhões que teriam sido desviados da Visanet. O esquema
teria injetado R$ 350 milhões no caixa do partido.
Ainda segundo a revista, Valério conta a essas fontes próximas que
seu contato com o PT se dava via Paulo Okamoto e que Delúbio Soares
"dormia no Alvorada". Segundo a revista, Lula e Okamoto foram procurados
pela reportagem, mas não se pronunciaram.
FOTO: Divulgação/Instituto Lula
dn
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