Além de 4 brasileiros, chegaram 2 espanhóis, um português e um boliviano, todos com diplomas de fora do País
A capital cearense recebeu, na noite de ontem, o primeiro grupo de profissionais selecionados pelo Programa Mais Médicos do governo federal. Ao todo, oito médicos desembarcaram no Aeroporto Internacional Pinto Martins. Destes, dois atuarão no Ceará, no município de Acaraú, e os demais seguirão para outras cidades do Nordeste. Até o mês de setembro, 111 profissionais inscritos no Programa devem desembarcar em Fortaleza, e
depois seguir para 49 municípios do Estado.
Os profissionais brasileiros começarão a trabalhar no dia 2 de setembro, enquanto os estrangeiros iniciam no dia 16 FOTO: TUNO VIEIRA
O avião da companhia aérea TAP vindo de Portugal pousou às 20h40 de ontem, com um atraso de mais de duas horas, já que a chegada estava prevista para as 18h10. A bordo, quatro brasileiros, dois espanhóis, um boliviano e um português, todos com diplomas do exterior.
Depois de passarem pelos trâmites do setor de imigração, os profissionais foram levados pelo Exército até a unidade militar onde ficarão alojados durante o período de acolhimento, no 23º Batalhão de Caçadores (23 BC), no bairro de Fátima.
Os recém chegados, assim como os demais médicos estrangeiros que chegarão à capital até domingo, serão recepcionados na segunda-feira (26), na Escola de Saúde Pública do Ceará, onde passarão, durante o período de três semanas, por um curso de avaliação e acolhimento. Os profissionais receberão aulas de legislação médica brasileira, sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), sobre doenças prevalentes no País, assim como conhecimentos sobre a Medicina de atenção básica e sobre a língua portuguesa. Os médicos brasileiros começarão a trabalhar no dia 2 de setembro. Os estrangeiros, por sua vez, no dia 16.
Expectativas
Com grandes expectativas para o trabalho em solo brasileiro está o boliviano Roberto Soruvo, que se formou e trabalhou na Espanha. Ciente das dificuldades que encontrará no País, ele, que trabalhará em Natal, espera contribuir para melhorar a atual situação do Brasil. "Estou muito contente de vir e quero experimentar novas coisas. Na Europa, está faltando emprego, e a família da minha esposa é daqui, então juntei o útil ao agradável".
A vinda de médicos estrangeiros é uma polêmica desde que o programa foi anunciado pela presidente Dilma Roussef, em julho deste ano. A principal queixa é a vinda de profissionais sem a revalidação no Brasil do diploma obtido no exterior.
Para o médico pernambucano Alecildes Arruda, graduado na Espanha e especializado em medicina familiar e comunitária, o programa está correto, já que investe na atenção básica, uma das grandes necessidades do País. "Não estou roubando o espaço de ninguém, pois vou atender uma população carente, não sou um inimigo. Nossa intenção não é tomar o campo de trabalho de ninguém, e sim, trabalhar. Eu gosto da Medicina familiar", declarou.
RENATO BEZERRAREPÓRTER
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