O balanço dos prejuízos em consequência do motim dos Policiais Militares no Ceará ainda não foi concluído, três dias após o fim do movimentos de paralisação dos agentes, conforme explicou o secretário da Segurança Pública do Estado, André Costa, em entrevista nesta quarta-feira (4). Não se tem ainda definido o perfil das vítimas mortas durante os 13 dias de motim. Perdar materiais, como o número de carros da corporação danificados, também não foram levantados.
O motim dos PMs iniciou a partir de reivindicação salarial por um valor acima do indicado pelo governador Camilo Santana (PT). Desde o dia 18 de fevereiro, os agentes começaram a se organizar, e homens encapuzados que se identificavam como policiais invadiram quartéis e interromperam o funcionamento regular dos espaços. Além disso, impediram a circulação de diversas viaturas, expulsando outros agentes dos carros oficiais e esvaziando os pneus. O movimento foi encerrado no domingo (1º), depois de acatada pelos amotinados a proposta definida em comissão especial que reuniu os três poderes do estado e representantes dos policiais.
O retorno do trabalho dos agentes, contudo, não contou com esquema especial. De acordo com André Costa, todos os policiais disponíveis já estão trabalhando. "A gente já tem um volume bem maior de viaturas do POG (Policiamento Ostensivo Geral). Em momento nenhum tivemos uma redução das viaturas das especializadas. Do POG foi parcial, mas agora já tem todas as viaturas disponíveis já circulando pela cidade, assim como motocicletas, não só do Raio, mas as motos também do POG, e o policiamento a pé, de bikes, cavalarias. Tudo isso já está funcionando", esclareceu.
Investigações
Mais de 300 policiais militares começaram a ser investigados em Inquéritos Policial Militar (IPM) devido ao envolvimento nas paralisações dos trabalhos. O titular da Secretaria da Segurança Pública comentou que, de fato, foi percebido um aumento no número de atestados apresentados pelos agentes durante os dias de motim, mas que os dados exatos também não foram levantados até então.
"As condutas são devidamente individualizadas e a gente avalia até que ponto houve a transgressão disciplinar e em que grau foi praticada de cada um dos policiais. Claro que alguns praticaram atos mais graves do que outros. É por isso que a própria apuração dos inquéritos dos policiais militares vai conseguir fazer essa individualização das condutas", disse.
O secretário também preferiu não comentar a respeito de atividades de milicianos que possam ter ocorrido nos motins. "Tudo isso tá sendo apurado e a gente não pode antecipar qualquer tipo de ato da investigação criminal", disse Costa.
As mais de 200 mortes ocorridas no período da paralisação estão sob investigação, de acordo com André Costa.
dn
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