quinta-feira, 12 de março de 2020

Segunda rodada de negociações com policiais mantém impasse

Mais uma rodada de negociação entre servidores militares e Governo do Estado não foi suficiente para anunciar um acordo com policiais e bombeiros militares em relação à proposta de reajuste salarial que tramita na Assembleia Legislativa. Reunidos por quase quatro horas no Salão Nobre da Casa, ontem, integrantes da comissão externa continuam buscando alternativas para solucionar o impasse.
O líder do Governo na Casa, deputado estadual Júlio César (Cidadania), ao fim do encontro, anunciou uma nova reunião na próxima segunda-feira (16) para dar continuidade às conversas. A principal dificuldade para o avanço da matéria no Parlamento é a adequação do reajuste entre as patentes conforme o orçamento já apresentado pelo Governo.
"Eles estão querendo retirar recursos das (polícias) especializadas, como Raio e Choque, e é uma premissa que o Governo não abre mão. Vamos manter essa gratificação das polícias especializadas, porém estamos buscando uma solução para tentar fazer com que o acordo seja honrado", declarou o líder.
A reunião foi realizada no mesmo dia do avanço da matéria na Comissão de Constituição e Justiça e nas demais comissões temáticas. Havia expectativa para a conclusão da pauta salarial ainda ontem, mas o tema vai continuar em pauta na próxima semana devido a divergências. Ainda há 18 pontos na pauta da comissão que continuarão sendo discutidos mesmo depois da aprovação do reajuste salarial na Assembleia.
Júlio César afirmou ainda que, na próxima reunião, o Governo pode antecipar o entendimento de algum ponto da tabela para sinalizar mensagem de que honrará os compromissos assumidos. "O Governo vai ver qual dos 18 pontos a gente já pode antecipar o entendimento porque essa é uma mesa permanente".
De acordo com a liderança do Palácio da Abolição na Assembleia, o objetivo do Governo do Estado é aprovar a matéria ainda na próxima semana para agilizar o pagamento do reajuste proposto aos policiais e bombeiros do Ceará.
"Temos o compromisso de só votar no plenário depois de fechado o acordo. Hoje a gente fez bastante exercício na tabela, até onde a gente podia ir. Nós liberamos para que eles pudessem, dentro dos praças, do soldado até o subtenente, fazer uma redistribuição na tabela", explicou. "Queremos que a repercussão seja implementada no mês de março".
Negociações
Durante a reunião, o deputado estadual Delegado Cavalcante (PSL), que estava no encontro, deixou a sala da comissão afirmando que as conversas não estavam avançando e que, se o diálogo continuasse nos mesmos termos, tudo continuaria no mesmo patamar. A reportagem procurou o vereador Sargento Reginauro, representante dos militares, logo depois da reunião, para comentar o impasse quanto ao projeto de reestruturação salarial, mas o parlamentar, por meio da assessoria de imprensa, informou que não comentaria as negociações.
Nas redes sociais, o deputado estadual Soldado Noelio (Pros) declarou que o clima pós-reunião é de "chateação" e "decepção". "Uma reunião muito difícil, uma negociação muito travada, não anda", disse. De acordo com o deputado, que foi um dos líderes da paralisação dos policiais, há uma expectativa que o Governo libere recursos para adicionar na tabela de negociação.
Paralisação
Policiais paralisaram atividades no Ceará por 13 dias. No período, cresceu a quantidade de assassinatos no Estado e servidores foram afastados e presos. 
Aprovação
Para que os profissionais recebam os valores do reajuste ainda na folha de abril, ele precisa ser aprovado até o dia 20.

dn

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