No terceiro  trimestre de 2011, a economia do Ceará,  medida pelo Produto Interno Bruto (PIB)  – a preço de mercado – cresceu  3,3 por cento em relação a igual período do ano  passado, superando o  obtido pela economia do Brasil, que foi de 2,1 por cento.  Com o  resultado, o PIB cearense acumula elevação de 4,7 por cento nos últimos   quatro trimestres, quando comparado com os quatro trimestres  imediatamente  anteriores, onde também é verificado que a taxa do Ceará  atingiu percentual  superior ao desempenho nacional, de 3,7 por cento. 
Os números do PIB do Ceará acabam de ser  divulgados  pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE),   órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará   (SEPLAG), em entrevista coletiva à imprensa realizada na sala de  reuniões do  Gabinete da SEPLAG. Dentre os presentes, Phillipe  Nottingham, secretário  Adjunto da SEPLAG, e o diretor Geral do IPECE,  professor Flávio Ataliba, que  apresentou os resultados da economia  cearense.
 O professor Flávio Ataliba fez questão de  frisar  que em todos os períodos de comparação os resultados da economia do   Ceará foram superiores à média da brasileira. “A economia do Ceará, com o   resultado do PIB do terceiro trimestre, continua mantendo um ritmo de   crescimento mais acelerado do que a brasileira” – ressaltou –  acrescentando que  o estudo que analisa o desempenho do Ceará (IPECE/Informe n° 21) já está  disponibilizado na página do Instituto: www.ipece.ce.gov.br. 
SETORES 
O resultado do PIB foi influenciado pelos   desempenhos das atividades econômicas da Agropecuária e do setor de  Serviços.  De acordo com Flávio Ataliba, o destaque nesse terceiro  trimestre residiu no  setor agropecuário que, apesar de sua pequena  participação na economia cearense  (5,1%), obteve a maior taxa de  crescimento, 39,4% sobre o mesmo trimestre de  2010. Tal resultado foi  “estimulado pelas boas chuvas registradas no Ceará,  sobretudo nas zonas  produtoras das lavouras com peso na atividade agrícola.” A  última  estimativa do IBGE indica que a produção de grãos cearense deve ser 288%   maior que a registrada em 2010. 
Já o setor Serviços registrou a segunda maior taxa   de crescimento (3,4%) no terceiro trimestre de 2011 sobre o terceiro  trimestre  de 2010. Este Setor continua sendo o que mais contribui para o  crescimento do  PIB cearense, com uma participação em torno de 70%.  Foram destaques as  atividades de Alojamento e alimentação (10,4%),  Outros serviços (7,0%) e  Comércio (4,3%), para citar as três maiores  taxas do trimestre analisado.
Mas a Indústria cearense continua  enfrentando  dificuldade no ano de 2011 e, nesse trimestre, registrou uma taxa   negativa de 6,2% sobre o mesmo trimestre de 2010. O resultado foi  influenciado,  principalmente, pela redução nas atividades da Indústria  de Transformação,  devido à sua forte participação na Indústria global,  pouco mais de 50%, que  acaba determinando o ritmo da Indústria global,  mesmo que as atividades de  Construção civil e Eletricidade, água, gás e  esgoto, tenham obtido taxas  positivas.
A redução no ritmo da Indústria de  Transformação é  explicada, em parte, pela base de comparação mais elevada em  2010,  indicando que a leitura dos resultados deve ser feita dentro de um   contexto, que ainda considera a crise econômica iniciada nos fins de  2008. Tal  contexto – informa Flávio Ataliba -  é  formado também por  fatores conjunturais que desestimulam uma maior geração de  riquezas,  com repercussões maiores na indústria de transformação. No front externo,   o câmbio desvalorizado dificulta as exportações com reflexos diretos  na  indústria calçadista, uma das principais na economia cearense.
A indústria de Alimentos e bebidas,  principal  segmento industrial cearense, apresentaram queda na produção de   castanha de caju e seus derivados, refrigerantes, bebidas, farinha de  trigo e  coco. No caso da castanha, individualmente um dos principais  produtos da pauta  de exportação cearense, foi reflexo da redução de 62%  na safra de 2010. Os  Calçados, têxtil e vestuários perderam  competitividade, sobretudo por causa das  importações.
O Diretor Geral do IPECE observa que  apenas o Ceará,  Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo  elaboraram  o PIB trimestral utilizando a mesma ponderação das Contas Regionais.   Vale ressaltar que, como indica somente uma tendência de crescimento ou   arrefecimento da economia, suas informações e resultados são  preliminares e  sujeitos a retificações, quando forem calculadas as  Contas Regionais  definitivas, em conjunto com o IBGE e as 27 unidades  da Federação.
 
 
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