quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Correios levam novas agências para o litoral

De olho na demanda proporcionada pelo turismo, os Correios estão investindo em novas agências em localidades praianas do Ceará. No ano passado, Canoa Quebrada e Jericoacoara receberam unidades. E, para este ano, a empresa estatal chegará a mais três regiões litorâneas do Estado, somando um investimento de R$ 582 mil no total das cinco obras.

Amanhã, é a vez de a praia do Icaraí, localizada no município de Caucaia, ter sua primeira agência dos Correios inaugurada oficialmente, com aporte de R$ 120 mil.

Segundo o diretor regional da companhia, Haroldo Aragão, a unidade do Icaraí já está em pleno funcionamento. "Serão dois guichês de atendimento e cinco distritos de distribuição de correspondência, o que vai servir também para descentralizar os serviços da cidade de Caucaia", informou.

Carência por serviços

De acordo com ele, os Correios notaram uma grande demanda em lugares desse tipo, por conta do fluxo turístico.

Conforme explica o diretor regional, nesses locais que não contavam com uma unidade própria, moradores e turistas se viam obrigados a se deslocar às sedes de outros municípios próximos para utilizar os serviços oferecidos pela estatal.

A ideia, segundo conta Aragão, é que as agências contribuam para o desenvolvimento das localidades praianas, por meio da oferta de serviços como envio de mensagens e encomendas e operações bancárias via Banco Postal, que é comumente utilizado pelos turistas.

Além do Icaraí, Porto das Dunas e Pecém também deverão ter agências inauguradas, no máximo, em outubro, segundo adianta Aragão.

Ele afirma que, no caso desta última, o objetivo é atender ao desenvolvimento da região, que tem se intensificado com os empreendimentos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). A demanda por serviços nessa localidade, frisa, está cada vez maior. "Os serviços bancários também são muito importantes. Em Jericoacoara, por exemplo, não havia nada do tipo. E o banco postal chegou para incrementar", diz.

Mudança de banco

Depois de dez anos tendo como banco parceiro oficial o Bradesco, os Correios, a partir de janeiro do ano que vem mudarão para o Banco do Brasil, que venceu licitação realizada em maio deste ano, derrotando, além do Bradesco, Itaú e Caixa. A proposta foi de R$ 2,3 bilhões.

Cobertura

O Banco Postal possui atualmente mais de 6 mil agências, que cobrem 95% dos municípios do Brasil. Desde a sua criação, em 2002, mais de 10 milhões de contas já foram abertas. Os serviços prestados incluem conta corrente/poupança, empréstimos, recebimento de contas, títulos e tributos. Cerca de 93% dos seus correntistas têm renda de até três salários mínimos.

POUCO ACESSO
Crédito: portabilidade é desconhecida
Assim como é possível mudar de operador de celular, consumidor pode portar financiamentos entre bancos

Brasília. A portabilidade de crédito ainda é pouco procurada pelos clientes bancários. Segundo o Banco Central (BC), em junho, último mês com dados disponíveis, o volume transferido de uma instituição financeira para outra ficou em R$ 247,558 milhões, enquanto o saldo de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 1,833 trilhão. A quantidade de operações de portabilidade registrou 28.832, com valor médio de R$ 8.586,24.

Assim como é possível mudar de operadora de telefone celular, os consumidores podem também fazer a portabilidade de crédito, que é a transferência, por solicitação do cliente, da operação de financiamento de uma instituição financeira para outra, que ofereça condições melhores em relação a juros, volume ou prazo.

Como funciona

Para fazer a portabilidade, a pessoa deve procurar a instituição financeira para onde quer transferir a dívida. Essa instituição quita o empréstimo no outro banco, depois de negociar as condições com o cliente.

O consultor do Departamento de Normas do BC Anselmo Pereira Araújo Netto, destaca que os dados sobre a quantidade de operações de portabilidade não refletem totalmente os efeitos das medidas de incentivo do governo, adotadas há cerca de cinco anos. Isso porque a possibilidade de transferir o crédito dá ao cliente poder de negociação. Segundo ele, quando o cliente vai ao banco e diz que quer transferir o crédito para outra instituição, é comum o gerente cobrir a oferta.

Competitividade

O diretor adjunto de Produtos e Financiamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian, entende que, apesar de não ter registrado volumes mais expressivos, a portabilidade deu ao consumidor maior poder de negociação e trouxe mais competitividade ao sistema financeiro. "Esses casos de um banco cobrir a oferta do outro para evitar a portabilidade são mais frequentes do que se pode imaginar no dia a dia das agências, mas isso não é registrado em lugar nenhum em termos estatísticos", disse.

Mas apesar de a portabilidade estar disponível, a falta de informação faz com que os clientes deixem de buscar esse tipo de operação. "Os consumidores muitas vezes nem leem o contrato, não avaliam as condições e a educação financeira é limitada. Isso faz com que o direito não seja usado", declarou Araújo Netto. O especialista em finanças pessoais e professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques afirma que "as diferenças de condições e taxas de juros são muito grandes entre os bancos. Falta informação e cultura dos consumidores de pesquisarem".

´PASTINHAS´

Procon recomenda cautela ao cliente

Brasília. A especialista em defesa do consumidor do Procon de São Paulo, Renata Reis, recomenda cautela na hora de pensar em fazer a portabilidade de crédito. Segundo ela, o Procon costuma receber reclamações contra os chamados "pastinhas", agentes que ganham comissão para conquistar novos clientes. "O consumidor é atraído com novas ofertas, negociadas com valores maiores que a dívida original. É oferecido em larga escala para o consumidor do crédito consignado. Muitas vezes, são realizadas operações sem que o consumidor solicite. A renegociação com taxas mais baratas não é o que tem ocorrido no mercado", alertou.

Ela orienta a verificar não somente se a taxa de juros é menor, mas se o número de parcelas permanecerá o mesmo ao transferir o empréstimo para não aumentar o tamanho da dívida. A Caixa Econômica, por exemplo, informou que a portabilidade é limitada ao valor e ao prazo remanescente da dívida na outra instituição financeira, e somente podem ser portados contratos que apresentem, pelo menos, 11 prestações pagas.

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