sábado, 17 de novembro de 2012

Mais de 40 bairros ainda estão sem abastecimento de água

Cagece conclui serviço de manutenção, mas o transtorno continua em alguns locais; em outros, problema é permanente

Moradores de Fortaleza e região metropolitana reclamam da demora no retorno ao abastecimento de água. O fornecimento foi suspenso durante o feriado da Proclamação da República (15) para que fosse realizado um serviço de manutenção na Estação de Tratamento do Gavião. Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e Eusébio foram os municípios atingidos. O problema é que ontem, um dia após o término do serviço (realizado das 6h às 18h do dia 15 de novembro), em mais de 40 bairros da Capital e região metropolitana, a situação ainda não estava regularizada.

Em Caucaia, a população do bairro Guadalajara enfrenta falta de água durante todo o ano recorre ao "cacimbão do Júnior", liberado por um dos moradores. No entanto, a água não serve para beber ou cozinhar alimentos Foto: Waleska Santiago

O Diário Online lançou uma enquete no Facebook pedindo que usuários apontassem os bairros onde o problema ainda persistia. Mais de 40 foram citados, entre eles, Henrique Jorge, Dionísio Torres, Cidade 2000, Cristo Redentor, Messejana, Planalto Pici, Quintino Cunha, Panamericano, Lagoa Redonda, Papicu, Antônio Bezerra, Parangaba; e, em Caucaia, Parque Albano, Iparana, Planalto Caucaia, Guajiru e Araturi.

Rotina

Independentemente da suspensão pontual feita pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) no último dia 15, chama atenção que, nas regiões onde tradicionalmente costuma faltar água, o problema continua. Em Caucaia, por exemplo, em bairros como Araturi, Parque Albano e Parque Boa Vista, a insatisfação é generalizada.

Depois de mais de uma semana sem água corrente na torneira, nem mesmo durante a madrugada - quando costuma "cair" alguma coisa - na última quinta-feira, finalmente, chegou um pouco de água no bairro Guadalajara, em Caucaia. Foi o suficiente para recarregar baldes, bacias, tomar um banho e só. Na ânsia pela chegada de água, muitas mulheres, mesmo depois de um dia inteiro de trabalho, passam noites em claro "espiando" se cai alguma coisa da torneira. A situação é crítica e revolta. O que salva a comunidade é o "cacimbão do Júnior", um dos moradores. Sensibilizado com a situação, o proprietário libera para que todos usufruam da água.

Ainda assim, por ter qualidade ruim, a água não serve para beber e nem cozinhar alimentos. "A gente toma banho e sente o cheio ruim da água", comenta a dona de casa Maria do Carmo de Oliveira. Ela confessa que tem dias que nem almoça por causa da falta de água. "É muito triste a nossa situação. O governador devia ter piedade e pedir para alguém da Cagece liberar água para a gente", apela a moradora.

A Cagece, através da assessoria de comunicação, informa que o fornecimento teve de ser suspenso no dia 15 de novembro em decorrência de ações de manutenção na Estação de Tratamento de Água do Gavião. Dele, foram retirados alguns vazamentos e substituída uma nova válvula borboleta no sistema.

"Desde a conclusão da manutenção, a Estação de Tratamento do Gavião voltou a funcionar e a distribuição de água já foi retomada", esclarece a nota. Entretanto, a Companhia alerta que a normalização do abastecimento se dará de forma gradual.

Áreas que passam por ocorrência de baixa pressão, como Quintino Cunha, Antônio Bezerra, Cidade Oeste, Floresta, Planalto Pici, Messejana, Curió, Lagoa Redonda, Guajiru, Paupina e Conjunto Ceará, deverão ter os sistemas restabelecidos entre a madrugada de ontem e o próximo dia 23.

LUANA LIMA
REPÓRTER


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