Moradores das proximidades do quilômetro 4 da
BR-020, em Caucaia, bloquearam o trânsito em manifestação pela
instalação de um semáforo.
Um semáforo. Esse é o principal pedido das famílias do bairro Parque
das Nações, limite entre Caucaia e Fortaleza. Como forma de protestar e
chamar a atenção para a necessidade da comunidade, centenas de pessoas
realizaram manifestação no km 4 da BR-020. Com balões brancos, apitos e
muitos cartazes, realizaram diversos bloqueios do tráfego na rodovia, na
tarde de ontem.
Moradores do local necessitam atravessar a BR-020 todos os dias para estudar, trabalhar,
realizar compras. E, mês a mês, a comunidade precisa contabilizar as
mortes por atropelamentos. A última foi de uma criança de 11 anos.
Somente
este ano, segundo os moradores, foram 37 mortes no trecho do km 4 da
BR-020. Cada participante da manifestação lembrava com facilidade de
amigos e familiares que morreram na tentativa de atravessar as pistas da
rodovia federal.
Maria de Fátima Rodrigues perdeu um filho
de 28 anos em um atropelamento há quatro anos. O marido e outros dois
filhos também já foram atropelados no local, mas sobreviveram. “Tenho um
filho de 16 anos que atravessa todo dia para ir ao colégio. Fico com
muito medo”, comentou, durante o ato.
Em um dos cartazes,
segurado por uma criança, o medo e a sensação de esquecimento eram
expressados por meio de uma pergunta: “Precisará outra vítima?”. A
implantação de um semáforo no local é cobrada, pelos moradores, ao
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O policial rodoviário federal Ricardo Torres, que integrava a equipe
que ficou no local para garantir a segurança das pessoas, comentou que o
trecho é realmente crítico e não possui locais de passagem para os
pedestres.
Comunidade esquecida
Comunidade esquecida
Maria
de Sousa, que mora no local com filhos e netos, ressaltou que a
comunidade é esquecida, desprovida de praças, postos, escolas, o que
torna obrigatória a travessia em busca desses serviços.
Muitos
também lembraram que, no km 3 da rodovia, há sinal e faixa de pedestre
e que a única passarela da área fica a quase um quilômetro de distância
do local em que os moradores passam. Nesse pequeno trecho da rodovia -
que corta trecho urbanizado, como acontece com a BR-116 -, a vida é
arriscada no simples ato de ir e vir.
o povo
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