domingo, 12 de maio de 2013

Municípios correm o risco de sofrer um surto de dengue


Municípios com índice maior do que 1%, como Caucaia e Cascavel, devem ficar alertas em relação à doença

O Índice de Infestação Predial (IIP) dos municípios de Chorozinho e Pacatuba chegou a 8,34% e 6,41%, respectivamente, de acordo com o último Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Dessa forma, ambas as cidade estão com o risco de sofrer um surto de dengue nos bairros com maiores índices.

O Ultra Baixo Volume (UBV) Costal será utilizado pelos agentes de endemias do município de Pacatuba, 25km da Capital, para atingir as áreas que o carro do Fumacê não consegue. Serão cinco aplicações a cada quatro dias Foto: Alex Pimentel

 Isso acontece porque quando o Índice de Infestação Predial de um município é acima de 4%, o Ministério da Saúde considera que existe o risco de surto de dengue. Como esses percentuais estão bem maiores do que o 1%, que é considerado satisfatório pelo ministério, as prefeituras já estão se mobilizando em busca de soluções.

Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) ainda existem outros municípios que devem estar alertas devido ao seu IIP. Em Maranguape, esse número chegou a 3%, Caucaia teve um percentual de 2,34%, em Guaiuba foi registrado 2,69% e Cascavel está com o índice de 1,36%.

Ao todo, foram registrados em toda a RMF 269 casos da doença causados pelo Aedes aegypti. As cidades com os maiores números da enfermidade foram Maracanaú, com 78 registros e em Cascavel onde houveram 57 infectados.

Além disso, Pacajus teve 46 casos, Horizonte 43, Pacatuba teve 40 doentes, Aquiraz registrou 30 infectados, em Eusébio foram 29 enfermos e em Caucaia 27. Apesar do alto IIP em Chorozinho apenas dez pessoas tiveram dengue, em Maranguape foram 11, São Gonçalo do Amarante registrou quatro casos, e três pessoa foram infectadas pelo mosquito em Itaitinga.

De acordo com a secretária de Saúde do município de Chorozinho, Fernanda Padilha Roriz, o Índice de Infestação Predial de 8,34%preocupa a Prefeitura. "O nosso maior problema é a seca. Pois, devido a essa estiagem, a população precisa guardar água e são esses reservatórios que o mosquito Aedes aegypti está utilizando para se reproduzir", explicou Fernanda.

Para que as pessoas tenham cuidado ao armazenar o líquido, a Secretaria tem feito um trabalho nas escolas para conscientizar os estudantes daquela cidade. "É importante que a comunidade participe desse trabalho de prevenção junto com a Secretaria de Saúde".

Outra ação destaca por Fernanda é de que os agentes de endemias estão visitando os bairros com maior incidência para informar aos moradores a situação do município. Dessa forma, a expectativa é de que a população também ajude no combate ao mosquito.

Prevenção

Conforme o gerente de vigilância epidemiológica de Pacatuba, José Iran Oliveira das Chagas Junior, o município montou estratégias para os bairros Pavuna e São Luís devido aos altos índices encontrados nessas áreas. Primeiramente foram realizadas atividades educativas junto à população com o objetivo de realizar a prevenção. O objetivo é baixar o IIP para 1%.

"Para combater os mosquitos, os agentes de endemias estão utilizando o Ultra Baixo Volume (UBV) Costal, (uma espécie de mochila que borrifa a formula do inseticida usado no fumacê) nos locais com maior incidência. Serão cinco aplicações a cada quatro dias. Os carros do fumacê não estão sendo utilizados porque eles tem apenas 20% de efetividade", explicou o gerente.

Além disso, também esta sendo realizada uma busca por reservatórios de água que possam servir como criadouro do Aedes aegypti. Potes e vasilhames foram os recipientes que mais tinham larvas que, em breve, se transformariam no mosquito.

"Uma auxiliar de laboratório foi até todas as pessoas que foram infectadas ou apresentaram os sintomas da doença e fez o teste de sorologia. O intuito é descobrir quais os sorotipos da dengue que podemos encontrar no município. Até a agora foram constatados os tipos 1 e 2", acrescentou Junior.

Caminhada

A Secretaria de Saúde de Caucaia e a Secretaria Executiva Regional V (SER V) da Prefeitura de Fortaleza realizaram, ontem, a Caminhada de Integração das Fronteiras. O objetivo do evento era alertar a população dos bairros Marechal Rondon, em Caucaia, e Conjunto Ceará, na Capital, em relação aos elevados índices de infestação predial do mosquito transmissor da dengue nesses dois bairros.

A mobilização serviu para um incentivo à população quanto ao manejo correto dos depósitos de acúmulo de água nas residências e a limpeza dos quintais, além da busca ativa de novos casos da doença na região.

Em Caucaia, também foi realizada a Operação Quintal Limpo, uma das estratégias da "Campanha Cidade Limpa", orientando a população para a o manejo correto dos depósitos de água que facilitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

FIQUE POR DENTRO

Prevenção continua sendo a melhor arma

A ação mais simples para prevenção da dengue é evitar o nascimento do mosquito Aedes aegypti, pois ainda não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação. Para isso, é importante eliminar os lugares que acumulam água, pois são esses tipos de locais que os bichos utilizam para se reproduzir.

Além disso, para o combate à dengue, os agentes de endemias utilizam o larvicida, que são aqueles produtos em pó colocados nos lugares onde há água parada que não pode ser eliminada, e também os inseticidas, que são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização que matam os insetos adultos.

Em apenas 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas. Além disso, o ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde foi depositado o ovo estiver seco. Caso a área receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta em um espaço de tempo entre dois e três dias.

THIAGO ROCHAREPÓRTER 

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