Moradores queixam-se do desabastecimento e do atendimento da Cagece, que não identifica o problema.
Depois de contabilizar 331 multas por problema de abastecimento só na
Capital, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) apresenta
deficiência também na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Desde a
última terça-feira, 30 de outubro, os moradores do bairro Araturi, em
Caucaia, não contam sequer com uma gota nas torneiras e recorrem ao
chafariz da região para sanar as necessidades básicas.
O chafariz é a única opção para muitos moradores satisfazerem suas necessidades básicas, mas a situação não anda fácil no Araturi Foto: Viviane Pinheiro
"Faz uns três meses que a gente está nesse sacrifício, mas, antes, quando faltava uma ou duas vezes na semana, ainda dava para escapar. Agora é direto. Isso é para fazer a gente de besta, só pode", esbravejou o porteiro Valmir Braga, 45.
Ele, assim como um grupo de famílias, por volta do meio de ontem, - quando a reportagem visitou o bairro - empreendiam idas seguidas ao chafariz. Procissão iniciada no dia anterior, repleta de baldes, bacias e uma infinidade de tipos de tambores a tira colo para encher de água.
"É... Aproveitaram o feriado para abandonar a gente. Toda vida é assim e ainda dizem que não consta nada no sistema deles sobre a nossa falta de água", revoltou-se a comerciante Jucimar Ferreira, 48.
De acordo com ela e as irmãs Deise e Daniele Batista, algumas ruas, localizadas em pontos mais altos do bairro, continuam sem água até quando o abastecimento é normalizado. O motivo é por elas estarem em regiões mais altas e a pressão dos canos não é suficiente para que a água chegue nestas residências.
Além de não ter água em casa, a população do Araturi ainda protesta sobre o atendimento 24h da Cagece. Segundo contaram, os atendentes garantem para eles que o sistema da Cagece não identifica nenhuma falta de abastecimento na região.
Outra acusação apresentada pelos moradores é de os protocolos de atendimento, gerados depois de reclamações sobre a falta de água, não serem reconhecidos pela companhia. "A gente liga com o número e eles dizem que não existe", afirmam.
Chafariz funcionando a mil
Responsável pela única alternativa para a população do Araturi e redondezas, Manuel de Souza, 65, afirma que o motor que puxa água do poço para o chafariz está funcionando acima da capacidade e, por isso, pode, inclusive, quebrar. "Quando era preciso, eu ligava 40 minutos e deixava 20 minutos descansando. Mas, desde ontem, está direto, sem parar", contou.
Ele ainda acrescentou que a intermitência no fornecimento de água no bairro existe há mais de dois anos. Reconheceu, no entanto, a falta não era tão frequente quanto agora.
Resposta da Cagece
Segundo afirmou a Assessoria de Imprensa da Cagece, o problema enfrentado pelos moradores do Araturi no início do feriadão deve-se a um equipamento chamado buster, responsável pela distribuição de água, o qual, garantiu, já foi concertado, mas serão necessárias até 48 horas para que o fornecimento se equilibre no bairro.
Já sobre a intermitência no abastecimento, a assessoria justificou afirmando ser um problema no sistema de pressão da Cagece. Segundo justificou o órgão estadual, a falta de pressão acontece por conta do aumento do número de conjuntos habitacionais, inclusive do "Minha Casa, Minha Vida", em Caucaia.
Nova Estação
Para remediar o transtorno, a Cagece garantiu que uma nova estação de distribuição de água está sendo construída para atender a área, mas só deve ficar pronta "em meados de 2013". Até lá, a única ação que a companhia disse poder fazer são ajustes hidráulicos nesses locais para minimizar os danos com a falta d´água para os usuários.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER
O chafariz é a única opção para muitos moradores satisfazerem suas necessidades básicas, mas a situação não anda fácil no Araturi Foto: Viviane Pinheiro
"Faz uns três meses que a gente está nesse sacrifício, mas, antes, quando faltava uma ou duas vezes na semana, ainda dava para escapar. Agora é direto. Isso é para fazer a gente de besta, só pode", esbravejou o porteiro Valmir Braga, 45.
Ele, assim como um grupo de famílias, por volta do meio de ontem, - quando a reportagem visitou o bairro - empreendiam idas seguidas ao chafariz. Procissão iniciada no dia anterior, repleta de baldes, bacias e uma infinidade de tipos de tambores a tira colo para encher de água.
"É... Aproveitaram o feriado para abandonar a gente. Toda vida é assim e ainda dizem que não consta nada no sistema deles sobre a nossa falta de água", revoltou-se a comerciante Jucimar Ferreira, 48.
De acordo com ela e as irmãs Deise e Daniele Batista, algumas ruas, localizadas em pontos mais altos do bairro, continuam sem água até quando o abastecimento é normalizado. O motivo é por elas estarem em regiões mais altas e a pressão dos canos não é suficiente para que a água chegue nestas residências.
Além de não ter água em casa, a população do Araturi ainda protesta sobre o atendimento 24h da Cagece. Segundo contaram, os atendentes garantem para eles que o sistema da Cagece não identifica nenhuma falta de abastecimento na região.
Outra acusação apresentada pelos moradores é de os protocolos de atendimento, gerados depois de reclamações sobre a falta de água, não serem reconhecidos pela companhia. "A gente liga com o número e eles dizem que não existe", afirmam.
Chafariz funcionando a mil
Responsável pela única alternativa para a população do Araturi e redondezas, Manuel de Souza, 65, afirma que o motor que puxa água do poço para o chafariz está funcionando acima da capacidade e, por isso, pode, inclusive, quebrar. "Quando era preciso, eu ligava 40 minutos e deixava 20 minutos descansando. Mas, desde ontem, está direto, sem parar", contou.
Ele ainda acrescentou que a intermitência no fornecimento de água no bairro existe há mais de dois anos. Reconheceu, no entanto, a falta não era tão frequente quanto agora.
Resposta da Cagece
Segundo afirmou a Assessoria de Imprensa da Cagece, o problema enfrentado pelos moradores do Araturi no início do feriadão deve-se a um equipamento chamado buster, responsável pela distribuição de água, o qual, garantiu, já foi concertado, mas serão necessárias até 48 horas para que o fornecimento se equilibre no bairro.
Já sobre a intermitência no abastecimento, a assessoria justificou afirmando ser um problema no sistema de pressão da Cagece. Segundo justificou o órgão estadual, a falta de pressão acontece por conta do aumento do número de conjuntos habitacionais, inclusive do "Minha Casa, Minha Vida", em Caucaia.
Nova Estação
Para remediar o transtorno, a Cagece garantiu que uma nova estação de distribuição de água está sendo construída para atender a área, mas só deve ficar pronta "em meados de 2013". Até lá, a única ação que a companhia disse poder fazer são ajustes hidráulicos nesses locais para minimizar os danos com a falta d´água para os usuários.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste Online
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