quinta-feira, 16 de abril de 2015

Contra a terceirização, servidores de Caucaia paralisam e vão a ato que reuniu 8 mil trabalhadores

Contra o Projeto de Lei Nº 4330, das terceirizações, os servidores de Caucaia atenderam ao comando do Sindsep e paralisaram suas atividades nesta quarta-feira (15). A categoria aderiu ao ato que reuniu cerca de oito mil trabalhadores nesta manhã no Centro de Fortaleza. O PL representa, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a profunda precarização das relações de trabalho.
Hoje, 12,7 milhões de pessoas já são terceirizadas. Além disso, os subcontratados são as maiores vítimas de instabilidade, ficando, em média 2,6 anos a menos no emprego; de acidentes de trabalho, de contratações precárias; de carga-horária superior em 3 horas, comparados aos efetivos; de risco de morte; e ainda ganham 24% menos.
Joana Almeida, presidente da CUT Ceará, afirma que “o projeto aponta o que aparece como sonho dos empregadores: a possibilidade de uma empresa funcionar sem empregados, já que o PL, da forma como está, permite que as empresas terceirizem até suas atividades-fim, o que hoje é proibido pelo Tribunal Superior do Trabalho”.
Com a terceirização, um banco, por exemplo, poderá deixar de contratar diretamente e passaria a ter funcionários de empresas subcontratadas, com condições de trabalho e salários ainda piores do que já são pagos. Dessa forma, o PL 4330 significa o fim da estabilidade e dos direitos conquistados pelos trabalhadores.
“Esse projeto vai na contramão das mudanças que o país precisa. O PL 4330 é uma lei antitrabalhador e a terceirização, que hoje é uma exceção, pode virar regra”, afirma Enedina Soares, presidenta da Fetamce.
Presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), a professora Vilani Oliveira conclamou todos os trabalhadores a resistirem contra o projeto das elites. "Temos que compreender que durante 500 anos as elites vêm explorando este país, jogaram milhares de brasileiros à margem da sociedade. Eles agora querem aprovar o PL 4330 da terceirização, que rasga a CLT e retira direitos históricos da classe trabalhadora. Temos que resistir e mostrar que estamos unidos na defesa dos nossos direitos", defendeu.
 

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