O Senado aprovou ontem pedido de empréstimo no valor de
US$ 73,3 milhões para a Prefeitura de Fortaleza. Os recursos,
contratados junto ao Banco Mundial, destinam-se ao programa "Fortaleza
Cidade Sustentável", que contempla a revitalização de áreas verdes,
despoluição da orla e saneamento básico.
Parado
havia mais de seis meses na Casa Civil e pivô de embate entre o prefeito
Roberto Cláudio (PDT) e o ex-presidente do Congresso Eunício Oliveira
(MDB), o projeto foi destravado a pedido do senador Tasso Jereissati
(PSDB), que requereu a urgência na apreciação da matéria na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE).
No mesmo dia, o
empréstimo foi enviado para votação no plenário, que o aprovou. A medida
será submetida agora à sanção do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A
previsão para o início da primeira etapa das obras é julho deste ano,
informou a Prefeitura.
Um dos integrantes da CAE,
Tasso pediu celeridade na votação da concessão do dinheiro para
Fortaleza um dia depois de o ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT)
admitir, em entrevista à rádio Tribuna Bandnews, que havia mantido
conversa com o tucano.
Entre os temas de que
trataram, como O POVO mostrou ontem, estiveram os possíveis cenários
para as eleições de 2020 e a disputa pela sucessão de Roberto Cláudio.
Na
Capital, Tasso é aliado do principal opositor de RC, o deputado federal
Capitão Wagner (Pros), que já anunciou interesse em concorrer ao Paço
Municipal.
Da verba prevista no programa "Fortaleza
Cidade Sustentável", R$ 180 milhões serão empregados na requalificação
do Parque Rachel de Queiroz, cuja área atravessa 14 bairros. "É um
investimento maior do que o da (requalificação) da avenida Beira Mar",
informou o prefeito Roberto Cláudio.
De acordo com o
gestor, a recuperação do parque, o segundo maior de Fortaleza, envolve
"dragagem do rio e a urbanização do trecho inteiro (12 km)", além da
construção de "areninha, calçadão, quadras e equipamentos culturais".
O
empréstimo também deve financiar a estruturação de "uma operação urbana
consorciada", acrescentou o pedetista, a fim de "adensar o lado oeste"
de Fortaleza. "É uma ação já prevista no programa Fortaleza 2040. O que
ela quer é orientar a ocupação pública", disse.
Outro
eixo do projeto é a balneabilidade da orla da metrópole. Conforme a
Prefeitura, pontos críticos, como os que se localizam próximos à Vila do
Mar, à avenida Leste-Oeste e ao riacho Maceió, estarão contemplados na
execução das obras.
O programa inclui ainda
destinação de verba para "a expansão da política de resíduos da Cidade,
com ampliação de ecopontos e ecopolos, e a meta de aumentar o volume de
lixo reciclado da Cidade", assegurou RC.
O
pedetista estimou o prazo de realização de todo o trabalho em dois anos e
meio. "A próxima gestão (da Prefeitura) vai continuar. Tem desafetação
de área. É uma obra grande", complementou.
Hoje,
técnicos do Banco Mundial e da Prefeitura se reúnem na sede da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente para discutir procedimentos para
assinatura do contrato e outros pontos. A expectativa é de que essa fase
seja finalizada em até 60 dias.
Fortaleza
Áreas verdes
PROJETOS
A Prefeitura de Fortaleza destaca outros três projetos
que serão financiados com recursos do empréstimo autorizado pelo Senado
ontem, no valor de US$ 73,3 milhões: o Bio Parque Passaré, que vai
integrar lagoa, área verde do entorno, horto e zoológico. A urbanização
da Lagoa da Viúva, a maior área ambiental da Regional 5, localizada
entre os bairros Siqueira e Bom Jardim. E a padronização de quiosques
das margens do rio Ceará.
Henrique Araújo
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