O Senado aprovou diversos projetos da pauta feminina no primeiro
semestre de 2019. São proposições que garantem, por exemplo, acesso das
mulheres marisqueiras às políticas públicas disponíveis para a atividade
pesqueira no Brasil (PLC 47/2017);
vagas em escolas da educação básica mais perto de casa para filhos ou
dependentes de mulheres vítimas de violência doméstica (PL 1.619/2019); igualdade no valor de premiações para homens e mulheres em competições esportivas que envolvam recursos públicos (PLS 397/2016); e aplicação de multa para empresas que praticam discriminação salarial (PLC 130/2011).
A senadora Leila Barros (PSB-DF) destaca o mérito das propostas
aprovadas. A parlamentar cita a sessão deliberativa de 12 de março,
quando foram aprovadas propostas como o PLS 514/2015, que assegura o direito das mães de amamentar em local público ou privado sem sofrer qualquer impedimento.
Na mesma sessão, o Senado aprovou o PLS 282/2016,
que obriga os condenados por violência doméstica e familiar a ressarcir
os cofres da Previdência Social por benefícios pagos às vítimas
agredidas em decorrência desses crimes (como licenças médicas), ressalta
a senadora.
Leila também considera uma vitória a sanção da Lei 13.827, de 2019, oriunda do PLC 94/2018,
que altera a Lei Maria da Penha para dar mais poder a autoridades do
Judiciário e policiais na adoção de medidas protetivas às vítimas de
violência doméstica.
— Todas essas ações mostram que a bancada feminina no Senado está
unida na aprovação dessas pautas e para desenvolver ações que resultem
em políticas públicas fortalecedoras da emancipação da mulher — avalia.
Sintonia
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ),
Simone Tebet (MDB-MS) afirma que o maior ganho foi a sintonia entre os
parlamentares.
— Nós conseguimos sensibilizar os senadores do sexo masculino e, com isso, tudo ficou mais fácil.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) também comemorou a aprovação
das propostas, frisando que a bancada feminina tem avançado em diversas
frentes.
— Impedimos retrocessos, como a eliminação de cotas para mulheres na
política, e progredimos no endurecimento da pena para o homem agressor,
por exemplo. São pontos importantes, frutos de um entendimento conjunto
do presidente da Casa [senador Davi Alcolumbre] com a presidente da CCJ,
cujo papel é preponderante para avançarmos nos projetos desta natureza.
Embora considere louvável a aprovação de matérias em benefício das
mulheres, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) defende uma atenção dos
parlamentares também voltada para outros grupos da sociedade.
— Direitos humanos são para todos. E a gente precisa envidar esforços
também em favor dos demais vulneráveis, como as crianças e os idosos,
cujas estatísticas de violência e abandono também são chocantes.
Já a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) pondera sobre a necessidade de
atuação feminina em áreas como orçamento e tributação, por exemplo.
Esses “também são assuntos de mulher”, defende:
— A gente pode fazer muito mais. Somos minoria, mas nosso olhar é
muito mais amplo do que simplesmente sobre as questões de empoderamento,
e o mundo todo já acordou para isso.
Segundo semestre
Tramitam no Senado mais de 50 projetos da bancada feminina. Leila
Barros adianta que, após o recesso parlamentar, pretende articular a
aprovação do máximo de proposições possíveis, não só no Senado, mas
também na Câmara dos Deputados.
— Temos mantido o diálogo com as deputadas e os deputados para dar
celeridade à pauta das mulheres, que é uma pauta de todos. Sem lado nem
partido.
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