As seis maiores empresas
implantadas ou em instalação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém
(Cipp) terão, até 2014, uma demanda por qualificação profissional de
31.418 vagas. O dado, levantado por um estudo feito a pedido da
Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), e que será entregue ao
governador Cid Gomes em novembro, mostra que a procura será menor do que
a oferta.
Contudo, esta oferta existente, aponta o setor
produtivo, ainda não está preparado para ocupar as vagas, e que
precisará passar por capacitações e reciclagem profissional.
O relatório apresentado pela empresa
DialogEducação mostra que a oferta de profissionais, de acordo com as
áreas de conhecimento que serão exigidas, será de 94.631 vagas, número
bem superior à demanda. O dado, entretanto, não tranquiliza o presidente
da Fiec, Roberto Macêdo. "São duas coisas, na verdade: uma é ter a mão
de obra pra ser preparada partindo do zero. Ali na pesquisa não tá
dividindo uma coisa da outra", afirma.
"Profissionais com a especificidade que as
empresas vão precisar, não tem. Você tem o mecânico, mas não no nível
que a demanda exige. Uma siderúrgica e uma refinaria têm materiais de
outros tipos. Não temos aqui operador de guindaste, de empilhadeira, de
retroescavadeira. Tá faltando gente especializada no mercado, e que vai
ter que ser formada pra atender. Você encontra o funcionário, mas não
está no nível, tem que passar por reciclagem", complementa.
O estudo levou em consideração a Petrobras (com a
refinaria) e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) como
empreendimentos em instalação, além da Aeris Energy, Hidrostec,
Votorantim e Energia Pecém, entre os que estão em operação. O pico da
demanda de todas elas, até 2014, é exatamente no último ano. A CSP
lidera a demanda por qualificação, com 22.242 vagas, e a Petrobras segue
com 7.084. Em seguida vem a Aeris, com 1.800 vagas, a Hydrostec, com
158, a Votorantim, com 134, e a Energia Pecém, com 15.
A maior demanda será para a área de
infraestrutura, com 12.367 vagas para formação inicial e continuada
(FIC) - cursos que atendem a demandas de capacitação rápida, dirigidos a
profissionais já atuantes - e outras 1.094 para educação profissional
técnica de nível médio. Com ensino superior e pós-graduação, os mais
demandados serão nas áreas de engenharia (209), administração (163) e
letras (143).
Entre as lacunas específicas que foram
identificadas entre oferta e demanda estão vagas para técnicos em gestão
e negócios, cuja procura será, em 2014, de 1.238 vagas, para 582
ofertadas, informação e comunicação (1.438 demandados para 617
ofertados) e infraestrutura (1.094 para oferta de 1.038).
Na infraestrutura, haverá já no ano que vem
falta de profissionais operadores de equipamentos, armadores e
montadores, carpinteiros, auxiliares, assistentes e ajudantes.
Formação básica preocupaUma
das preocupações apontadas pelo presidente da Fiec é a baixa qualidade
na escolaridade básica no Estado, especialmente no nível do ensino
fundamental. Segundo ele, isso dificulta o preenchimento de vagas nas
empresas. Essa constatação é reforçada pelo o gerente de Negócios da
refinaria Premium II, da Petrobras, Raimundo Lutif. "Em Pernambuco, por
exemplo, não conseguimos preencher as vagas para cursos técnicos que
tínhamos porque os candidatos precisavam fazer uma prova de
conhecimentos básicos e não atingiam a nota mínima", aponta o executivo.
Os cursos oferecidos eram para soldadores,
técnicos em mecânica, entre outros, por meio do Programa de Mobilização
da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que seleciona
através de prova que exige conhecimentos de matemática, português e
lógica.
Ele informa ainda que a Petrobras já vem
realizando, em São Gonçalo do Amarante e Caucaia, em parceria com o
Senai, capacitação para as pessoas que vão entrar na primeira fase da
refinaria, com a atividade de terraplanagem. São cursos para
carpinteiro, pedreiro, pintor e outras categorias.
Senai montará escola
Para reforçar a qualificação profissional na região do Pecém, o presidente da Fiec, Roberto Macedo, informou que espera começar em novembro a construção de uma escola do Senai (Serviço Nacional da Indústria) e, São Gonçalo do Amarante. O terreno já está garantido, e o investimento projetado é de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões.
Para reforçar a qualificação profissional na região do Pecém, o presidente da Fiec, Roberto Macedo, informou que espera começar em novembro a construção de uma escola do Senai (Serviço Nacional da Indústria) e, São Gonçalo do Amarante. O terreno já está garantido, e o investimento projetado é de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões.
"O Estado está construindo o CTTC (Centro de
Treinamento Técnico Corporativo), e eu estava conversando com o
secretário de Ciência e Tecnologia, Renê Barreira, pra ver como
viabilizar o Senai utilizar as instalações do centro já pra ganhar
tempo, enquanto o prédio próprio não é construído. É uma coisa muito
ainda no início", informou. O prédio deverá ser construído em um prazo
de um ano, e a previsão é de formação de 1.500 vagas por ano.
Fonte: Diário do Nordeste
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