Grupo abraçou área loteada. Invasores estariam
cobrando pelo menos R$ 15 mil por lote. Na tarde de ontem, a Polícia
Militar prendeu um dos suspeitos, sob acusação de ameaçar de morte um
dos denunciantes.
Demarcados por estacas de madeira e cercas de arame farpado, lotes de
dunas estariam sendo vendidos a pelo menos R$ 15 mil em área de proteção
ambiental no litoral de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. A
denúncia do loteamento irregular partiu de moradores de condomínios nas
proximidades do lugar, localizado entre as praias do Icaraí e de
Tabuba.
Na tarde de ontem, enquanto os moradores retiravam e queimavam as
estacas em protesto, um dos supostos invasores foi detido sob acusação
de ameaçar de morte um dos condôminos. Com o suspeito, que foi
encaminhado para a Delegacia Metropolitana de Caucaia, a Polícia Militar
encontrou um nunchaku (arma branca utilizada em diferentes artes
marciais). Mais informações a respeito da prisão, no entanto, não foram
divulgadas pela assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS) até o fechamento desta edição.
Minutos
antes do flagrante, acompanhado pelo O POVO, a Polícia já havia
dialogado com um grupo de sete suspeitos. “Eles dizem que têm permissão,
mas não apresentaram nenhuma documentação”, informou o soldado
Anderson.
Relatos de moradores apontam que o proprietário é
um advogado. Desde 2011, o homem é investigado pelo caso pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB-CE), confirmou ao O POVO o presidente da ordem,
Valdetário Monteiro. Ele informou que, embora lembre da denúncia, só
terá como checar o andamento das investigações hoje.
Intervenção
Sem
se identificar, um morador explicou que, para cobrar intervenções do
poder público, foram procurados o Instituto do Meio Ambiente de Caucaia
(Imac), a Secretaria do Planejamento e Urbanização de Caucaia (Seplan), o
Ministério Público Estadual (MPCE) e o Ministério Público Federal
(MPF).
Outra moradora, que também não quis se identificar,
informou que, na última terça-feira, 7, os invasores chegaram a fechar a
rua que dá acesso às dunas. No mesmo dia, “vieram uns fiscais do Imac e
fizeram um relatório (sobre o loteamento)”, lembrou. De acordo com ela,
os fiscais também teriam dito que prisões só podem ser feitas se os
suspeitos fossem pegos em flagrante pela fiscalização e pela Polícia.
“Eles (os invasores) ficam nos hostilizando. A gente ouve relatos de que
eles descem (as dunas) com facão”, denunciou a moradora.
O POVO
tentou contato com o Imac, na noite de ontem, mas as ligações não foram
atendidas. A assessoria do MPCE informou que o caso, por ser em
Caucaia, deve ter sido repassado ao MPF. O POVO não conseguiu contato
com o órgão na noite de ontem.
o povo
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