Dados preliminares indicam que 406 deputados atualmente em exercício vão concorrer em outubro a um novo mandato na Câmara. Na prática, são 8 em cada 10 parlamentares.
Outros 76 disputarão cargos diversos, no Legislativo e no Executivo (veja gráfico abaixo). Dos atuais deputados, somente 31 estão fora das eleições e não pleiteiam nenhum cargo.
Os números definitivos serão conhecidos após a análise da Justiça Eleitoral. Até agora, porém, o total de deputados candidatos é superior ao registrado em 2014. Naquelas eleições, 386 parlamentares concorreram a um novo mandato na Câmara.
Tempo de TV e foro
O jornalista e analista político Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), avaliou que disputar a reeleição como deputado será mais fácil do que tentar um cargo majoritário, como governador ou senador.
Segundo ele, a redução no período de campanha e de propaganda eleitoral no rádio e na TV – hoje de 35 dias, ante 45 dias em 2014 –, dificulta a exposição dos nomes ao eleitorado. “Nesse período curto, o nome de um deputado não ficaria conhecido para viabilizar uma eleição majoritária”, disse.
Outro motivo para a reeleição, conforme Queiroz, é o interesse de alguns pela manutenção do foro privilegiado. Em processos criminais, o foro assegura que detentores de certos cargos sejam julgados em tribunais superiores, e não na primeira instância.
Fora do pleito
Os deputados Remídio Monai (PR-RR) e Ságuas Moraes (PT-MT) estão entre os que decidiram não concorrer a cargos públicos neste ano. Nas últimas eleições, ambos ficaram entre os mais votados – Monai foi o terceiro em Roraima, com quase 15,5 mil votos; Moraes ficou em quarto, com mais de 97,8 mil votos.
Além de apontar o atual descrédito da política entre os fatores de sua decisão, Remídio Monai disse que pretende agora se dedicar à família. “Apesar de ter uma chance razoável nesta eleição, preferi cuidar da família em primeiro lugar para, quem sabe, numa próxima oportunidade estar de volta”, afirmou.
Ságuas Moraes disse que vai retomar a profissão de pediatra. “Tomei a decisão há dois anos de que voltaria para a medicina”, afirmou. “Depois de 22 anos na política, acredito que minha contribuição foi importante, mas penso também que é preciso dar oportunidade para os outros.”
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Natalia Doederlein
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