A secretária extraordinária para superação da extrema pobreza, Ana Fonseca, está nesta quarta-feira (10) em Fortaleza para discutir com gestores do Ceará o Plano Nacional de Superação da Extrema Pobreza, o Brasil Sem Miséria. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital cearense é a quarta cidade do país em número de pessoas extremamente pobres, com 134 mil pessoas vivendo nessa situação.
O objetivo do encontro é divulgar o plano do governo e as ações que estão sendo postas em prática. Em todo o Brasil, são mais de 16,2 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. O Ceará concentra 1,5 milhão dessa parcela da população que vive nessas condições. Isso significa que a renda familiar dividida pelo número de moradores da casa, só chega a R$ 70 por pessoa.
Os dados do IBGE mostram também que cerca da metade da população extremamente pobre vive na zona rural. Ana Fonseca enumera algumas das ações do Governo Federal como assistência técnica, linha de crédito chamada Fomento, programa de aquisição de alimentos, programa da merenda escolar e parcerias com mercados privados para escoamento da produção, além da distribuição de sementes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Ainda com relação ao crédito para pequenos agricultores, a secretária cita o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). "Um recurso para agricultura familiar, em que nós estamos dando R$ 2.400. É uma quantia modesta, mas a fundo perdido para incentivar, impulsionar a agricultura familiar".
Entre outras prioridades para erradicar a extrema pobreza, a secretária citou o programa de energia elétrica e disse haver uma parceria forte com o Governo do Estado. "No Brasil nós temos 127 mil domicílios sem energia elétrica". Ana Fonseca afirmou que para atenuar os efeitos de outro problema, a seca, existem os programas de cisternas e sistemas simplificados de água. "Não só para minimizar, mas água para beber e para produzir", declarou.
A secretária destacou ainda a importância da mulher na definição das novas políticas públicas de combate à pobreza. Entre os exemplos, citou o Banco Palmas, um banco comunitário do Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, como uma experiência importante no Brasil. "O Banco Palmas tem uma atividade extraordinária, com a inclusão social, produtiva e financeira das mulheres", afirma. De acordo com ela, o secretário nacional de economia solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Paul Singer, vem a Fortaleza para conhecer esta e divulgar outras experiências.
Outras cidades
Além de Fortaleza, os dados do IBGE mostram que outras quatro cidades cearenses estão entre os 50 municípios brasileiros com maior número de pessoas extremamente pobres: Caucaia (33.897), Itapipoca (33.501), Granja (25.002) e Juazeiro do Norte (24.099).
O diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Flávio Ataliba, chama a atenção ainda para a necessidade de projetos voltados a crianças e adolescentes, uma vez que, segundo o IBGE, quase 50% dos pobres no país têm até 14 anos. "Temos uma geração que se não for cuidada imediatamente, estará condenada a reproduzir a situação de miséria dos seus pais. Isso é extremamente preocupante porque essa será a força de trabalho no Brasil no futuro", declarou.
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