Fundação do Ferroviário Atlético Clube
Vou falar sobre o Ferroviário, precisamente do Ferroviário
Atlético Clube. Nascido em 1933, fruto da junção das equipes "Matapasto"
e "Jurubeba", recebeu, na pia batismal, o nome de Ferroviário Footbal
Clube, mas, na confirmação da crisma, fiz substituir o Football por
Atlético.
Antes que me perguntem, vou dar, para vocês, esta explicação
primordial. Iniciava-se o ano de 1933, quando a direção da Rede de
Viação Cearense (RVC) autorizou a execução de serviços extraordinários
nas oficinas do Urubu, para a reparação de locomotivas, carros e vagões,
durante um expediente noturno, que começava às 18 e terminava às 20
horas. Como o expediente normal expirava às 16:25, os operários mais
jovens que residiam longe dali (Barro Vermelho, Soure, Otávio Bonfim,
Quilômetro 8, Parangaba, Mondubim) resolveram aproveitar a hora de folga
para a prática de futebol; na preparação do campo, a relva retirada do
espaço a ele destinado, era constituída de mata-pasta e jurubeba.
A verve operária, que era fértil, escolheu, então, estas plantas
medicinais para denominação das duas onzenas que se defrontavam todas as
tardes, no campo improvisado. As traves das metas eram roliças,
confeccionadas que foram com tubos inservíveis, retirados de caldeiras
das "Marias-fumaça". Com aquele "timezinho" cognominado apenas de
Ferroviário, eles, os operários-atletas, ou melhor, pebolistas, foram
aos subúrbios onde realizaram partidas amistosas, com real proveito para
a harmonia do conjunto, tudo sem qualquer interferência da minha parte.
Foi, então, que deliberei fazer dele gente, como se diz na gíria.
Reuní operários, meus companheiros, promovi sessão com livro para a
lavratura de atas, fiz um retrospecto da agremiação que surgia,
completei o nome desta e disse-lhes da importância daquela reunião, como
fator auspicioso para projeção da classe ferroviária. Era pretensão
minha que tal ocorresse a 9 de novembro, quando eu completaria 26 anos,
mas o entusiasmo exigiu a antecipação e não perdi tempo, marcando o dia
para 9 de maio, exatamente 6 meses antes de 9 de novembro. Parti, então
para a nova missão, aproveitando as horas disponíveis da minha atividade
funcional.
Fui tudo no Ferroviário, menos presidente, porque nunca quis sê-lo.
Fui pai, mãe, babá e, sobretudo, seu educador, disciplinando-o, pois a
equipe suburbana era useira e vezeira em tomar o apito do árbitro,
quando a decisão deste não lhe fosse agradável. Acabei com essa prática
danosa ao seu comportamento, o time se fez clube, cresceu e está aí,
vencendo os tropeços e dando alegrias a todos nós, seus torcedores.
O atual presidente do Ferrão, com mandato até o final de 2013, é o
deputado Estadual Vanderley Farias Pedrosa, natural de Nova Russas, filho
de José Pedrosa Júnior e Teresa Farias Pedrosa, Vanderley Pedrosa é
casado com Adriana Torquato Pedrosa e tem dois filhos. Advogado graduado
pela Universidade de Fortaleza, foi eleito parlamentar pelo Partido dos
Aposentados da Nação (PAN), posteriormente incorporado ao Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB).
Desde o ano de 1933, quando foi criada a primeira diretoria
do Ferroviário Atlético Clube, organizada pelo seu principal fundador,
Valdemar Cabral Caracas, o time coral já teve 50 diferentes presidentes
na história.
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