O mamífero marinho mais ameaçado de extinção do Brasil acaba de ganhar
um aliado pela sua conservação. Com patrocínio da Petrobras, por meio
do Programa Petrobras Ambiental, o Projeto Manatí inaugurou na última
quinta-feira (20/12), o Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos, no
município de Caucaia (CE), uma referência na América do Sul para reabilitação de filhotes recém-nascidos de peixe-boi marinho e pequenos golfinhos.
O Centro conta com piscinas e tanques,
além de uma área técnica com laboratório, ambulatório, cozinha para
preparo de alimentos dos animais e sistema de suporte automatizado,
entre outros departamentos. O Manatí, criado pela Associação de Pesquisa
e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), executa ações
integradas de monitoramento de encalhes, resgate e reabilitação.
Com ações também voltadas para a
educação ambiental, o projeto desenvolve atividades lúdicas com
comunidades no Ceará e no Piauí, com objetivo de inserir o peixe-boi
como elemento cultural e de valorização ambiental. Além disto, a Aquasis
ministra oficinas de reaproveitamento de óleo de cozinha, para evitar o
descarte inadequado e a contaminação do lençol freático que abastece as
nascentes que são fontes de água doce para o peixe-boi.
No Ceará e Rio Grande do Norte, um dos
principais impactos causados pela ocupação desordenada de estuários e
manguezais é o assoreamento dos rios, que impede as fêmeas grávidas de
darem à luz nessas áreas abrigadas. Isso faz com que essa região
seja a principal área de encalhes de filhotes recém-nascidos vivos no
Brasil, sendo considerada prioritária e estratégica pelo Governo Federal
para a conservação da espécie.
Os peixes-boi marinhos medem entre 3 e 4
metros, podem pesar até uma tonelada e possuem baixa taxa reprodutiva.
Normalmente, nasce um único filhote após um período de gestação de 12 a
13 meses e raramente é observado o nascimento de gêmeos. Atualmente, a espécie encontra-se ameaçada pela pressão das atividades humanas ao longo de todo o litoral.
Por ser um animal costeiro, ele sofre com a redução das suas áreas de
cuidado parental, destruição de áreas de alimentação, captura acidental
em aparelhos de pesca, colisão com embarcações, poluição causada por
despejo de esgotos domésticos e contaminação por metais pesados oriundos
dos agrotóxicos utilizados na lavoura.
O Programa Petrobras Ambiental foi
criado em 2003 e, atualmente, patrocina cerca de 100 projetos, tendo
alcançado dezenas de bacias e ecossistemas em seis biomas brasileiros,
sendo Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampa e
ambiente marinho e costeiro. Suas ações já envolveram diretamente mais
de 4 milhões de pessoas, além de mais de 1.500 parcerias, 1.910
publicações, 8.895 cursos e palestras e o estudo de mais de 8 mil espécies nativas.
petrobras
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