População reclama da falta de água em vários bairros da Capital. O fornecimento foi suspenso na quinta
A Sexta-Feira Santa foi de falta de água para os moradores da maioria dos bairros de Fortaleza. Na manhã de ontem, em vários locais da capital cearense, como o Dionísio Torres, Aerolândia, Dias Macêdo, Messejana, Vila Velha, Centro, Aldeota, Maraponga e Quintino Cunha, as pessoas saíram com baldes, à procura de algum poço para buscarem água. Agora, a expectativa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é de que o abastecimento volte ao normal somente na terça-feira, dia 2 de abril.
As imagens de pessoas enchendo e carregando baldes se repetiram por vários bairros de Fortaleza, durante a sexta-feira, já que se esperava a normalização do serviço na quinta Fotos: Natinho Rodrigues
Imprevisto
Inicialmente a Cagece garantiu que o fornecimento de água seria normalizado ainda na noite de quinta-feira. Contudo, um defeito em um registro de descarga no trecho de uma adutora, situada na Avenida Pompílio Gomes, na chegada à Avenida Perimetral, de acordo com a Assessoria de Imprensa do Órgão, fez com que a água não chegasse às zonas Norte e Sul de Fortaleza.
Na Aerolândia, por exemplo, as pessoas estavam comprando água mineral para fazer comida e até tomar banho. “É o jeito. A gente não vai ficar sem tomar banho e eu não confio fazer comida com essa água de poço. Tem criança aqui em casa e o calor tá demais”, afirmou a dona de casa Samire Martins, que tem um filho de oito meses.
Na Via Expressa, a dona de casa Mônica Mendes e o cozinheiro Jorge Lopes traziam dois baldes cheios de água para abastecer a casa em que moram na Rua Eduardo Garcia, com as três filhas.
“Soubemos que uma pessoa estava doando água de poço e viemos até aqui. Lá em casa tem três crianças e a gente não pode ficar sem água. Se tivesse voltado ontem, como a Cagece prometeu, o nosso estoque teria sido suficiente”, disse.
Desconfiança
Em alguns bairros, como o Dias Macêdo, os moradores começaram a desconfiar que essa suspensão no fornecimento de água foi, na verdade, um racionamento de água. “Só pode ser racionamento. Se não, como é que um reparo feito no Castelão iria atingir os municípios vizinhos, como Caucaia, Maracanaú e Eusébio?”, questiona o motorista José Nilson de Souza.
A operadora de caixa Caroline Rebouças, moradora do bairro Vila Velha, também tem a mesma opinião. “Com certeza deve ser racionamento. É porque eles não querem é admitir para as pessoas. Eles deveriam dizer logo a verdade”, destaca.
O desenvolvedor de software, Carlos Vinicius, tem dois filhos com necessidades especiais e, por isso, precisa sempre de água em sua residência. Para não passar por problemas ele reservou uma grande quantidade em sua caixa d’água, mas, devido à demora no reabastecimento, o estoque está quase acabando e a preocupação aumenta.
“Liguei para o autoatendimento da Cagece e me garantiram a água de volta até meia- noite de sexta e agora o presidente do Órgão declarou que só volta na terça. Não tenho condições de ficar sem água por tanto tempo”, reclamou Vinicius.
A Assessoria de Comunicação da Companhia e Esgoto do Ceará (Cagece) informou que o Órgão retomou o abastecimento às 9h30 de ontem, por meio da Estação de Tratamento do Gavião. Dessa forma, as redes, que antes estavam vazias, foram progressivamente sendo abastecidas novamente.
Com isso, a expectativa é de que os bairros que ficam mais próximos dos reservatórios, como a Aldeota, devem ter o seu abastecimento normalizado até o fim do dia de hoje. Mas, quem mora mais distantes desses pontos, como nos bairros Messejana e Planalto Pici, o fornecimento de água deve voltar somente na manhã da próxima terça-feira (2 de abril).
dn
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