Cearense de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, é uma das principais forças do Rio Bodyboarding, etapa brasileira do circuito mundial
Após vencer a etapa portuguesa do circuito mundial de bodyboard, na Praia Grande, em Sintra, Isabela Sousa reassumiu a liderança do Tour e ganhou uma injeção de ânimo na corrida pelo tricampeonato mundial. A missão não será das mais fáceis, mas a cearense se prepara para dar mais um passo importante em seu caminho rumo ao topo. Nas ondas do Posto 5, em Copacabana (RJ), onde está sendo disputada a etapa brasileira até o próximo domingo, a jovem de 23 anos espera repetir o título do ano passado para coroar a boa fase em casa, diante de sua torcida. O evento distribui uma premiação de 60 mil dólares, sendo 40 mil para o masculino e 20 mil para o feminino, além de dois mil pontos no ranking de acesso de ambos os naipes.
- O meu maior objetivo de vida é estar em paz e evoluir. Agora, quero ser campeã mundial, vencer a etapa no Rio, repetindo o feito de 2012, e me manter na liderança. Estou me sentindo três vezes pressionada, mas faz parte. Se eu quiser ser campeã, vou ter sempre que lidar com a pressão. Quando eu era mais nova, me preocupava muito com isso. Hoje, isso serve de estímulo, eu fico mais atenta para não errar. As condições do mar em Copacabana não estão boas, o mar está pequeno, mas eu estou preparada para tudo - revelou a bodyboarder.
Natural do município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, Isabela sempre gostou de praticar esportes. Quando era criança, lutou karatê, jogou futebol e fez natação. Aos 11 anos, ganhou de presente uma prancha. E foi amor à primeira vista.
- Minha casa fica a um quarteirão da Praia de Icaraí e eu sempre tive contato com o mar desde cedo. Meu irmão surfava de prancha e a minha mãe gostava de caminhar pela praia. Ganhei a minha primeira prancha da minha cunhada, a Marina, e me apaixonei pela brincadeira - lembra Isabela, que tem o irmão, Alex Sousa, tatuado no braço:
- Somos muito amigos, ele ainda surfa por hobby, mas abriu uma empresa de assessoria de atletas e me ajuda a ganhar patrocínios e vitórias, tenho muito a agradecer a ele e à minha cunhada - acrescentou.
Quando completou 15 anos, Isabela resolveu ir contra a corrente. Ao invés de festejar a data com uma festa, tradição para as meninas da idade, ela pediu uma viagem para a mãe. Queria disputar a etapa do circuito mundial de 2004 na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ainda pela categoria amadora, ficou em quinto lugar e percebeu que tinha vocação para o esporte.
- Pedi a viagem de presente e acabei competindo ao lado de uma infinidade de ídolos, Neymara Carvalho, Guilherme Tâmega, Paulo Barcellos, Roberto Bruno, Soraia Rocha... Foi aí que eu tive a certeza de que queria me tornar uma atleta profissional e viver do bodyboard. O que mais me encanta nessa modalidade é o contato com a natureza, é perceber que uma onda, mesmo que seja do mesmo tamanho e no mesmo lugar, nunca vai ser igual. E além disso, você não tem uma rotina de treinos, depende das condições do mar e pode viajar o mundo, conhecendo novas pessoas e culturas. O bodyboard já me levou para muitos lugares, Austrália, Indonésia, Europa, Havaí e o Brasil inteiro. Sou uma pessoa mais livre - conta a cearense, que pretende estudar publicidade, atividade à qual deverá se dedicar após a sua aposentadoria.
Isabela já viveu em diferentes lugares do mundo por conta de sua carreira. Das Ilhas Canárias, na Espanha, a Oahu, no arquipélago do Havaí, passando por Sydney, na Austrália, e o Rio de Janeiro. Na próxima temporada, ela planeja se mudar para a Indonésia, no entanto, por tempo determinado, afinal, não gosta de se afastar do Ceará e de sua família por muito tempo.
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