sábado, 27 de junho de 2015

Câmara de Caucaia também exclui o termo “diversidade sexual” em plano de educação

Na semana em que a Câmara de Fortaleza retirou item sobre combate de preconceito nas escolas, vereadores de Caucaia fizeram o mesmo.

Na mesma semana em que a bancada evangélica da Câmara de Fortaleza retirou item do plano de educação que visava o combate ao preconceito contra homossexualidade nas escolas, vereadores de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, votaram a favor da exclusão do trecho de um projeto de lei inserido no Plano Municipal de educação, que faz referência a identidade de gênero, diversidade e orientação sexual.
 
A sessão aconteceu na Câmara Municipal do município nesta quinta-feira (25). O parágrafo retirado elimina medidas que combatem a discriminação racial, de orientação sexual e identidade de gênero das escolas do município. Programas de formação a cerca do tema também foram abolidos.
 
De acordo com o texto da emenda aditiva, “Fica vedado qualquer manifestação da ideologia de gênero e sua natureza, nos estabelecimentos da rede municipal de ensino deste município”. Segundo o vereador Silvio Nascimento, (PRP), a Câmara recebeu a solicitação de diversos líderes religiosos católicos e evangélicos pedindo a retirada das medidas documento.
Segundo o secretário de Educação do município, Ambrósio Ferreira, a retirada do trecho não influenciou no real objetivo do Plano.”Nós fizemos a coordenação desse trabalho e mandamos para a Câmara, mas eles tem o poder de fazer alteração. Nossa posição é a posição do coletivo”.
 
Para Ambrósio, a modificação no documento não irá causar problemas maiores. “Todo o restante do projeto está aprovado”. O secretário enfatiza ainda que, embora o parágrafo tenha sido vedado, nenhum tipo de desrespeito será permitido no âmbito escolar.”Nossa educação não pode ser discriminatória”, pontua.
Para a diretora de assuntos jurídicos do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Caucaia (Sindsep), Kellynia Farias, a alteração do texto foi um equívoco por parte da Câmara. “O sindicato lamenta que haja esse pensamento retrógrado da Casa em relação ao tema, por não perceberam a relevância de levantar essa bandeira contra a desigualdade. Fui membro da comissão de elaboração desse Plano, e nele, buscamos maneiras para que o debate sobre os direitos humanos pudesse avançar, sobretudo a questão dos gêneros”.
 
Kellynia ressalta que as propostas foram construídas pela comunidade.” Foi um anseio que partiu de professores, pais e alunos. Até tentamos argumentar a importância da manutenção do texto, mas não houve compreensão”.
 

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