quinta-feira, 26 de outubro de 2017

100 Anos da Estação: Entre o vai e vem nos trilhos


O sino já não toca mais para avisar da aproximação do trem. A máquina sobre os trilhos se modernizou. Mas a história de quem chega e de quem sai ainda faz parte do cotidiano da cidade na Estação Ferroviária de Caucaia, que no último dia 12 de outubro completou 100 anos ininterruptos de funcionamento.
Na manhã desta quinta-feira (26/10), a Prefeitura de Caucaia, através da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, celebrou o centenário com uma programação que incluiu apresentação da banda de música, descerramento de placa comemorativa e um bolo alusivo à data.
Para o secretário de Turismo e Cultura, coronel Paulo Guerra, a data representa muita emoção e saudosismo para população. “Todo dia eu embarcava neste trem para estudar em Fortaleza. Foi assim por quatro anos. Caucaia possui este patrimônio histórico e cultural que nos orgulhamos”, relembrou.
Guerra também destacou o passado que, segundo ele, deve ser “respeitado e valorizado porque contém e perpetua várias experiências”. “É através de atos simples como este que o centenário da Estação de nossa Caucaia está sendo comemorado”, acrescentou.
Fernando Mota, diretor do Metrofor, citou a alegria de comemorar o centenário da segunda Estação Ferroviária mais movimentada do Ceará. “Preservar nossos equipamentos arquitetônicos é dar oportunidade para que as futuras gerações relembrem um pouco do passado, mesmo diante da modernização e dos avanços do transporte dos trens e das respectivas estações”, explica.
Mota também resgatou a história da operacionalidade do transporte. “Foi na década de 1970 que começaram a circular os trens entre Fortaleza e Caucaia. Em 9 de janeiro de 2010, a estação começou a operar a Linha Norte do Metrofor.”
Há 33 anos, seu José Djair Amorim trabalha como auxiliar operacional (manobrista) na Estação de Caucaia. “Já vi muita gente passar por aqui. Sou o funcionário mais antigo. Mas o que me segura nesta profissão é o amor que tenho pelo trem, pelas pessoas que passam por aqui diariamente e por esta estação que me deixa com muito orgulho”, declarou.
O padre Francisco Antônio Cavalcanti, padre Tula, estudioso das ferrovias do Ceará, acredita que a Estação é um “lugar de sua infância e referência para a vida de muitas pessoas do município”. “Nasci na beira dos trilhos. Este prédio fala. Revela sentimentos. É necessário preservar espaços como este.”
Moradora do Araturi, Florinda Mendonça Alcântara, de 68 anos, há três décadas costuma passar pelo menos três vezes na semana pela Estação. Sempre para fazer compras no Centro da sede. “A passagem é barata, tem segurança e somos bem atendidos pelos funcionários, além de o trem sempre sair no horário certo aqui desta Estação lindíssima”, elogiou.
O vendedor Vicente Costa de Araújo anda de trem há três anos. “Como é difícil o transporte no São Miguel, todos os dias eu pego o trem para vir trabalhar e resolver coisas no Centro. Convivo nesta Estação duas vezes ao dia e me sinto em casa”, relata.
O complexo da Estação conta com banheiro, sala de operação, dormitório para os maquinistas, além de bilheteria e sala de segurança.

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