quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Social: Brinquedos distribuídos sob o céu da esperança

Pode não ter o menor dos sinais de gota d’água cair do céu, mas de desesperança o sertão não padece. Daí a correria de meninos e meninas do Bom Princípio Velho com a chegada de um carregamento de alegrias. Ali, quase na divisa de Caucaia com Maranguape, pouco após o quilômetro 374 da BR-020 e no meio de uma estrada de chão esturricado.
Bolas coloridas, bonecas, carros e ioiôs. Uma caçamba inteirinha de sonhos. E sorrisos nascidos nas pequenas Lorena e Milena, ainda com a farda da escola e grudadas nos presentes recebidos da Defesa Civil do Município. Garotas que como os 148 demais beneficiados pela ação nesta quarta-feira (25/10) encheram de felicidades um alpendre.
No alto de um alto e de frente para um campo de futebol, esse local das felicidades, a casa unia céu e esperanças. “Nunca teve isso na nossa comunidade. Nossos filhos nunca foram lembrados. Que outros encontros possam acontecer, porque a gente só tem a agradecer”, disse a dona de casa Ângela Maria.
De onde ela falava, dava pra ver um mundo de serra amarelada pela seca. Pedaços de terra onde mora gente que sonha com açudes mais cheios de água e dias menos cheios da dor de ter que optar entre o que comer e o brinquedo do Dia das Crianças. Canto do sertão onde se encontra homem com nome de dia de semana rimando o falatório.
“Nós temos uma Caucaia imensa e com diferentes realidades. Enquanto há regiões que sofrem com inundações, a seca aqui no Bom Princípio Velho é crítica e a gente precisa abastecer as casas com carro-pipa. Presente pra essa garotada, então, às vezes, é luxo. Mas o mundo pode ser melhor se a gente quiser. Por isso que a gente fez essa campanha de arrecadação de brinquedos. O amor é a coisa mais importante que existe. E nós estamos fazendo isso com muito amor. Trazemos brinquedos de coração e queremos que eles recebam com alegria”, ensinou o coordenador da Defesa Civil, Airton da Silva.
Senha após senha, a fila corria e o sonho virava realidade no alpendre. Era sentar no chão simples, de cimento batido com suor e amor, e admirar o pacote. Desembrulhar e ser feliz. “Quando a gente dá uma bola a uma criança, está, na verdade, fazendo a alegria de três ou quatro. Porque elas nunca brincam sozinhas. A alegria é multiplicada”, resumiu o agente Márcio Pedrosa.
E multiplicar é fundamental. “As coisas são mais difíceis no Interior. Então, esses presentes são uma alegria pra essas crianças. Porque elas são carentes de tudo. Não têm o básico. Tem delas que a primeira refeição é na escola. Mas ainda assim, apesar de tudo, elas são felizes. São crianças solidárias. São crianças boas”, pontuou a professora Silvana Monteiro.
A quarta foi um bom princípio novo no Bom Princípio Velho.
Um céu de esperança.

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