segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Grandes investimentos atraem cadeia produtiva

Os mil trabalhadores que hoje fazem parte das obras da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) constroem também uma cadeia produtiva metal mecânica no Ceará. A Refinaria Premium II não foi muito além da pedra fundamental lançada pelo então presidente Lula em 2010, mas já é combustível para que novas empresas se instalem no Estado.

Apesar de ter vendidas para o exterior as 3 milhões de toneladas de placas de aço que produzirá por ano em sua primeira fase, o presidente Marco Chiorboli destaca que a CSP poderá fornecer insumo para a indústria cearense em sua segunda fase, quando dobrará sua capacidade. Segundo ele, a ampliação não tem data prevista para começar, mas diz não acreditar que aconteça antes de 2017. “Para isso, a usina deve estar operando com determinada capacidade, com uma situação específica no mercado mundial”.

As incertezas não impedem a atração de empresas que têm as placas de aço como insumo. A espanhola Añon aguarda licença para instalar uma laminadora em Caucaia e o grupo Aço Cearense estuda implantar uma indústria do tipo no Pecém. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria Metal Mecânicas no Ceará, Ricart Pereira, o setor aposta em ficar com parte da produção da CSP no Ceará. “Basta negociação e o governador Cid Gomes tem demonstrado alta capacidade de negociar, de atrair. É burrice mandar para a Coreia se nós podemos fazer aqui” diz.

Segundo Ricart, o interesse maior do setor é ter a laminação no Ceará, produto de maior valor agregado. “Se não comprarmos da CSP, compraremos de outro”. Ele explica que o Ceará importa cerca de 1 milhão de tonelada de aço plano, do total apenas metade é usado pela indústria local, e o que sobra é enviado para outros Estados. Para algumas indústrias, conforme diz, é mais vantajoso comprar do Ceará que de São Paulo. Isso se deve a localização e infraestrutura portuária para importação, além do preço do frete da carga que sai do Estado. “Temos vantagem de que, daqui para Sul-Sudeste, sai 30% mais barato que trazer de lá para cá”.

Chiorboli frisa que a formação de uma cadeia produtiva puxada pela CSP é inevitável, com o fornecimento de insumos para a Siderúrgica. ”A CSP demanda determinados produtos e serviços. Queremos que a maior parte possível seja fornecida pelo Ceará”. Ele diz que ainda não há contrato com nenhuma empresa, o que só deve ser fechado mais próximo ao início da produção. A compra de matéria prima também pode ser feita do Estado, de acordo com ele. “O Ceará produz calcário. Podemos comprar para usar como matéria-prima”. O minério de ferro, principal insumo da CSP, também é produzido no Ceará, no município de Quiterianópolis.

Fonte: O Povo/CE / Nathália Bernardo

Nenhum comentário:

Postar um comentário