quarta-feira, 6 de maio de 2015

OAB-CE cobra R$ 980 mi da Petrobras pelo cancelamento da refinaria

Após estudo técnico desenvolvido pela Comissão de Estudos Constitucionais e Comissão de Direito Marítimo, Portuário, Aeroportuário e Aduaneiro, a OAB Ceará ajuizou Ação Civil Pública contra a Petrobras, onde cobra R$ 980 milhões de indenização ao Estado por danos ao patrimônio público, decorrente do cancelamento da instalação da Refinaria Premium II, no Ceará.
A decisão pelo ajuizamento da ação foi definida na tarde de ontem, durante reunião na sede da Seccional, de forma conjunta pelo presidente da OAB-CE, Valdetário Andrade Monteiro; o vice-presidente, Ricardo Bacelar; o secretário geral Jardson Cruz; o tesoureiro Marcelo Mota e os presidente e integrante da Comissão de Estudos Constitucionais, Fábio Zech e Denyson Rios, respectivamente.
Na ação, a OAB Ceará busca proteger, também, a coletividade prejudicada, pleiteando, ainda, o dano moral coletivo. Os valores exatos dos danos materiais e morais serão apurados no decorrer do processo. No documento, a OAB-CE argumenta que a Petrobras empreendeu dois instrumentos contratuais (Protocolo de Entendimentos e Termo de Compromisso) denotando a efetivação da instalação da Refinaria “Premium II” no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), além de ter praticado inúmeros atos que denotavam a efetivação da referida instalação.
Tais fatos e acordos impulsionaram ao Governo do Ceará e aos particulares a realizarem inúmeras despesas visando subsidiar a instalação do empreendimento petrolífero, mas cuja recusa efetuada pela Petrobras oficializada à OAB-CE em documento, importou em inequívocos danos ao patrimônio público, caracterizando a clara necessidade de intervenção judicial para fins de reparar os danos causados aos cidadãos cearenses.
Segundo o protocolo assinado pelo Estado do Ceará, Petrobras e Ceará Portos, com anuência da Companhia de Gás do Ceará, Transpetro e BR Distribuidora, os investimentos efetivados pelo Estado do Ceará poderão ser cobrados da Petrobras na hipótese de o projeto não ser efetivado por culpa da Petrobras (cláusula 2.2 do Termo de Entendimento assinado em 2008).
De acordo com o presidente da OAB-CE, Valdetário Andrade Monteiro, a entidade realizou um estudo no sentido de detectar os danos causados ao Estado do Ceará em decorrência do cancelamento da construção da Refinaria Premium II. “Com base no estudo, detectamos que a Petrobras deve ser responsabilizada por todos os valores investidos tanto pelo Governo do Estado quanto pela sociedade que acreditou neste projeto para ter uma fonte de renda no futuro. A promessa era de 90 mil empregos e o investimento era de R$ 11,1 bilhões, o que segundo a Petrobras respondeu à OAB-CE, não se realizará. A Ordem não pode ficar silente a tamanho desatino”, esclarece.
dn

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