O pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que a advogada Janaína Paschoal, filiada ao partido dele, voltou a ser uma possibilidade de nome para vice de sua chapa. Uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015, Paschoal deve ir hoje ao Rio de Janeiro conversar pessoalmente com Bolsonaro para discutir o assunto.
“O meu sentimento é de que ela está com vontade de ajudar a transformar o Brasil. Estamos ‘namorando’ por telefone. Ela deu sinal verde. Ela deve vir ao Rio amanhã (sábado) e, provavelmente, no domingo estará na convenção. Pode acontecer de anunciar lá. Vai ser a dupla Já-Já”, disse o deputado federal ontem ao O Globo.
Na última terça-feira, 19, Bolsonaro havia descartado o nome da advogada. “Ela saiu do radar da discussão sobre o posto de vice”, chegou a afirmar, argumentando que ela disputaria o cargo de deputada estadual. Paschoal, por sua vez, disse em entrevista que não havia recebido o convite para ocupar o posto, mas que “se essa dupla acontecer, será para revolucionar o País”.
Bolsonaro voltou atrás após receber, em três dias, dois “nãos”: um do senador Magno Malta (PR-ES), que preferiu disputar a reeleição ao Senado; e outro do PRP, que rejeitou indicar o general reformado Augusto Heleno porque essa composição não seria “atraente para os diretórios estaduais do partido”.
O pré-candidato chegou ainda a cogitar o nome do general Hamilton Mourão, que é filiado ao PRTB. A negociação com ele não está encerrada. O presidente da sigla, Levy Fidelix, disse que busca uma aliança de pequenos partidos para garantir a presença do general numa chapa presidencial e que espera conversar pessoalmente com Bolsonaro sobre o assunto. “Aqui a gente faz uma política macro. É preciso chegar e dizer: ‘Fidelix meu amigo, pá-pá-pá’”.
A convenção de Bolsonaro está marcada para amanhã, no Rio de Janeiro. Se ele fechar com Paschoal e formar uma chapa pura, ficará apenas com oito segundos de propaganda eleitoral na televisão e no rádio, o que pode dificultar o crescimento das intenções de voto.
Para o professor de ciência política do Ibmec-MG, Adriano Gianturco, são muitos os fatores que podem explicar as baixas que Bolsonaro recebeu nos últimos dias, além dos pontos que ele deve levar em consideração para a escolha de um vice. “Mais que intenções de votos, o que se deve buscar em um vice são os apoios que ele tem de grupos organizados e camadas da sociedade. Não adianta só buscar alguém diferente achando que vai ampliar os votos porque ninguém vota com base só no vice”, explicou.
com Agências
INDEFINIÇÃO
Em conversa com o deputado Major Olympio (PSL-SP), Janaína Paschoal já chegou a acertar uma candidatura à Assembleia Legislativa de São Paulo.
CHAPA MILITAR
O general Hamilton Mourão (PRTB) tem demonstrado interesse de compor a chapa de Bolsonaro. Ele chegou a dizer: “Eu continuo sentado no banco de reservas em condições de, se necessário for, participar dessa grande empreitada".
REDES SOCIAIS
VÍDEO REPERCUTE
Bolsonaro publicou ontem um vídeo gravado em Goiânia em que ensina uma menina a fazer o gesto de uma arma com as mãos. As imagens causaram polêmica nas redes sociais.
Marina Silva (Rede) disse, em sua conta de Facebook: "Como mãe e professora, fiquei estarrecida ao ver um candidato ensinar uma criança a fazer gesto de revólver com as mãos”.
A também pré-candidata Manuela d'Ávila (PCdoB) chamou Bolsonaro de "inominável”, e Guilherme Boulos (Psol) afirmou que "a arma que defendemos para nossas crianças é uma boa educação!"
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