LONDRES — A polícia britânica anunciou nesta segunda-feira que recebeu uma ameaça de bomba em Londres de dissidentes republicanos irlandeses, na véspera do início de uma visita histórica da Rainha Elizabeth II à República da Irlanda.
"Recebemos um aviso de ameaça de bomba no centro de Londres hoje (segunda-feira). A ameaça não é específica em relação a uma hora e um lugar", declarou a polícia britânica em comunicado.
"Acreditamos que a ameaça está ligada ao terrorismo republicano dissidente", afirmou o porta-voz da Scotland Yard à AFP.
Os grupos paramilitares irlandeses utilizam há anos códigos conhecidos pela polícia para autenticar as chamadas em caso de ameaças de bomba ou de reivindicação de ataques.
A polícia britânica havia anunciado na manhã desta segunda-feira o fechamento do The Mall, rodovia que leva até o palácio de Buckingham, devido a um "alerta de segurança" que começou às 4:20 (00:20 em Brasília).
A Scotland Yard afirmou no comunicado que "não elevou" o nível de alerta de "terrorismo relacionado à Irlanda", que se mantém "estável" no nível três, em um máximo de cinco, um a menos do que o de terrorismo internacional em geral, que continua sendo "forte possibilidade".
Esta ameaça veio na véspera do início da primeira visita de um monarca britânico à Irlanda desde que o país conquistou a independência do Reino Unido em 1922, que levou à implantação de um dispositivo de segurança devido às ameaças de grupos dissidentes republicanos que se opõem a qualquer presença britânica no território.
Um porta-voz do palácio de Buckingham perguntado pela AFP afirmou que não "comenta questões de segurança".
A bandeira do palácio de Buckingham indicava que a rainha não se encontrava na residência oficial de Londres.
A ameaça também coincide com os preparativos para a visita de Estado que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convidado pela rainha, fará entre os dias 24 e 26 de maio.
O Reino Unido elevou no fim de 2010 o nível de alerta de atentados por parte de grupos contra o processo de paz na Irlanda do Norte.
Esta província britânica tem vivido em paz, na maior parte do tempo, desde o Acordo da Sexta-Feira Santa, em 1998, que pôs fim a três décadas de violência entre protestantes unionistas e católicos republicanos que deixaram mais de 3500 mortos, embora ainda ocorram ataques esporádicos.
O último deles foi o assassinato de um policial em abril, atribuído ao IRA Autêntico, grupo que disse que "a rainha não era bem-vinda em solo irlandês".
Em setembro, o diretor geral do MI5, a agência de inteligência interna, Jonathan Evans, que raramente fala em público, advertiu também que os militantes republicanos dissidentes poderiam "estender seus ataques à Grã-Bretanha".
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