quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cidade em mutação

O Diário do Nordeste homenageia Fortaleza com infográficos que mostram imagens da cidade ontem e hoje
Se a memória vincula passado e presente, o Diário do Nordeste dá uma contribuição valiosa às comemorações dos 286 anos de nossa cidade. Você encontrará logo abaixo fotos de várias Fortalezas, algumas separadas por mais de um século. A tecnologia as uniu, e os movimentos no cursor mostrarão tanto semelhanças que o tempo conservou quanto contrastes que o homem provocou.

A partir de um acervo de cerca de 3 mil fotografias cedidas pelo MIS (Museu da Imagem e do Som), foram selecionadas 15 fotos representativas da cidade. O fotógrafo Kid Jr. foi a campo fazer o registro desses mesmos locais na atualidade, repetindo o ângulo original de cada uma delas. "A única que permanece praticamente igual, e que deu para refazer exatamente como o fotógrafo no passado fez, foi a Praça da Estação, no Centro", diz Kid.

Algumas fotos não puderam ser reproduzidas da mesma maneira, caso do Mercado dos Pinhões. O local onde o primeiro fotógrafo se posicionou foi tomado por prédios no fim do século XX - prova inequívoca das transformações que marcaram a paisagem urbana de Fortaleza nesses 286 anos. Ao final, sete fotos foram reproduzidas. A original mais recente data da década de 1960 e a mais antiga mostra uma imagem da cidade no fim do século XIX.

"A ideia é fazer uma homenagem à Fortaleza, levando o nosso leitor a vivenciar essas épocas passadas por alguns minutos e ver essas paisagens da cidade que ele talvez não tenha chegado a conhecer", conta o editor web do Diário do Nordeste, Daniel Praciano. A expectativa é que o projeto ganhe continuidade, com o tratamento de novas fotos nos próximos meses.

"Nós pegamos as duas fotos, a antiga e a feita agora, e sincronizamos os ângulos no computador para ajustar distorções causadas pelas diferenças nas lentes usadas antigamente. Os elementos comuns nos ajudam no alinhamento e depois trabalhamos na animação", explica Felipe Belarmino, arte-finalista responsável pelo trabalho de interatividade dos infográficos.

Segundo Dênis Nunes, analista de mídias sociais do Diário do Nordeste, o leitor será inserido no compartilhamento dessas memórias também pelas redes sociais do Diário do Nordeste.

Para o memorialista Nirez, fotos como essas atraem pela curiosidade e nostalgia. "As pessoas gostam de ver o que já viveram, têm curiosidade pelo que não viram e gostam de comparar", diz ele, que mantém uma página no Facebook, onde compartilha fotos antigas de Fortaleza, mobilizando as pessoas, em uma espécie de gincana, para descobrirem de onde foram tiradas.

Para Nirez, a ação do Diário do Nordeste, assim como toda iniciativa de preservação da memória deve ser incentivada, pelo interesse histórico, para estudos arquitetônicos e para registrar o uso dos espaços. "Fortaleza está completando 286 anos, mas pelas nossas construções diríamos que tem pouco mais de 100 anos. A maioria delas é do século XX. Muita coisa foi derrubada sem necessidade".

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